A abertura Oficial da 4ª Semana Brasileira de Catequese aconteceu no dia 14 de novembro, em Itaici, Indaiatuba (SP) com a presença de bispos e acolhida oficial dos 425 participantes. Participaram da mesa de abertura e fizeram uso da palavra dom Leonardo Steiner, secretário geral da CNBB, dom Otávio Ruiz Arenas, representante do Pontifício Conselho para a promoção da Nova Evangelização, dom José Antonio Peruzzo, arcebispo de Curitiba e presidente da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB e o padre Antonio Marcos Depizolli, assessor nacional da Comissão.
Na abertura, Lucimara Trevizan fez memória das Semanas Brasileiras de Catequese destacando o conteúdo, detalhes dos participantes e compromissos de cada uma. Logo após, padre Antonio Marcos fez a acolhida, explicou sobre os encaminhamentos da SBC e realizou a apresentação dos regionais presentes.
Primeiro Dia – No dia 15, o primeiro da Semana Brasileira de Catequese, a celebração da Eucaristia foi presidida pelo bispo de Roraima, dom Mário Antonio Silva. Logo após, foi realizada a primeira conferência do dia com o professor Edward Guimarães da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas), com o tema “Anunciar-testemunhar Jesus Cristo num mundo plural: novos interlocutores”.
Na ocasião, o professor ressaltou que ser cristão deixou de ser um desafio diário de conversão e que a vida cristã não tem provocado mudança no agir das pessoas. “A conversão deixou de ser critério de inserção na comunidade que não exige um itinerário de fé. As mudanças do mundo atual exigem que se mude o jeito de acolher e viver a fé cristã”, disse.
De acordo com ele, o cristianismo não tem evangelizado, está morno. “Há a necessidade de se superar ritos e de provocar a intimidade com Deus, uma vida nova de fraternidade e justiça, de cultivar a fé de Jesus e não simplesmente a fé em Jesus. A vida digna é o culto maior a Deus. Deus é amar e não só amor”, falou.
Os interlocutores de hoje, segundo o professor Edward são pessoas transformadas pela cultura secularizadas; pela experiência de novas tecnologias, pertencentes a outras religiões e outras Igrejas. “Como anunciar Jesus neste mundo plural? É necessário superar o combate às demais tradições religiosas, a pretensão de desbancar outras Igrejas cristãs, o desconhecimento dos sem religião e sem fé em Deus, a apologética e o proselitismo, o sentido antigo de evangelizar”, revelou.
Para o professor, é preciso evangelizar fazendo ver, porque o seguimento precisa entrar pelos olhos e penetrar o coração. “Viver o cristianismo exercitando o diálogo, o sentido coletivo e humanitário, assumindo o compromisso ético em defesa da vida, catequizar com leveza, alegria e com coragem profética”, assegurou.
Irmã Vera Bombonatto apresentou a segunda conferência do dia sobre o “Seguimento de Jesus e o sentido da vida”. A religiosa questionou o que significa seguir Jesus, hoje, na sociedade pós-moderna e na cultura digital. Destacou, entre outras coisas, que o evento fundante do cristianismo é a relação profunda e pessoal com Jesus e seu projeto. “A finalidade do seguimento é assemelhar-se a Jesus. Ter o estilo de Jesus é o mais importante. O ser cristão começa com um encontro que dá sentido à vida. A história da salvação é uma história de seguimento”, disse.
Na catequese à serviço da Iniciação à Vida Cristã (IVC), irmã Vera afirmou que o discipulado é o fio condutor que culmina na maturidade do discípulo missionário. A religiosa concluiu sua fala apresentando o vídeo com a mensagem do papa Francisco no Congresso Internacional de Catequese, em Roma, em 2013. O vídeo ressalta a necessidade de viver sob o olhar de Jesus e o “ir”, sair ao encontro do irmão.
No período da tarde foram realizadas 20 oficinas, nas quais os participantes escolheram previamente as de seu interesse. Tais atividades aprofundaram o tema geral e os temas das conferências. À noite, houve um momento cultural e homenagem ao padre Zezinho, por seu trabalho de evangelização e catequese, sobretudo, através da música.
Segundo dia – O segundo dia da 4ª Semana Brasileira de Catequese teve início com a Celebração Eucarística presidida por dom Armando Bucciol, bispo da diocese de Livramento de Nossa Senhora, na Bahia. Logo após, houve a primeira conferência com dom Leomar Antonio Brustolin, bispo auxiliar de Porto Alegre sobre “O Querigma e a transmissão da fé no contexto atual”.
Na ocasião, dom Leomar destacou alguns desafios deste contexto e características do tempo atual. Ele citou o pluralismo cultural e religioso, e o culto sem envolvimento com a ética como sendo alguns deles. Para ele, é necessário propor um diálogo que estabelece uma verdadeira pedagogia de escuta e anunciar Jesus Cristo em linguagem acessível e atual.
Após o café, foi a vez do padre Thiago Faccini Paro, assessor do Setor Espaço Litúrgico da CNBB proferir a segunda conferência da manhã com o tema “Celebrar e iniciar ao mistério: a Liturgia”. Ele deu destaque a questão da compreensão da Iniciação na vivência da liturgia. “A iniciação é um conjunto de ritos, de ensinamentos orais que provocam uma transformação no estatuto religioso e social do iniciando. A iniciação realiza uma segregação, separação, um tempo de processo iniciático e a incorporação na identidade do grupo/comunidade e mudança de identidade. Entra-se de um jeito e se sai de uma maneira nova”, disse.
Na parte da tarde, após o almoço, os participantes novamente se reuniram para as 20 oficinas oferecidas. Cada um escolheu uma oficina diferente da que fez no dia anterior.
Terceiro Dia – No terceiro dia do encontro, a Celebração Eucarística foi presidida por dom Carlo Verzeletti, bispo de Castanhal, no Pará. Após o café, às 9h, dom José Antonio Peruzzo, arcebispo de Curitiba e presidente da Comissão Bíblico-Catequética da CNBB, proferiu a conferência “Do encontro com Jesus ao encontro com o irmão: viver em comunidade”.
No conteúdo apresentado, dom Peruzzo destacou que a Igreja no Brasil pede a seus filhos que recomecem a partir de Jesus Cristo. “Nossa vocação e missão apontam para o encontro com Ele e com o irmão, ou seja, para experiências comunitárias e eclesiais de seguimento”, disse. O bispo afirmou ainda que é hora da fé e da esperança no caminho da Iniciação à Vida Cristã. “Os evangelistas parecem ter percebido isso desde seus primeiros escritos. Pedem que não nos atrasemos”, enfatizou.
Após o intervalo, a palavra foi dada ao professor Moisés Sbardelotto para a conferência: “A catequese na era digital: novas linguagens, novos processos de comunicação”. Na ocasião, ele destacou o uso dos processos de comunicação por parte da Igreja. “Não está em questão o uso de tecnologias, o que está em jogo é uma cultura nova que vai além do uso de tecnologias”, apontou. De acordo com o professor, hoje se tem uma Igreja diversa e, por isso, é importante entender a lógica da cultura digital. “Em 30 anos a transformação no mundo foi enorme. Também a Igreja mudou sua maneira de fazer comunicação”, disse.
Em suma, o professor apontou a necessidade da catequese circular no espaço digital. “Se a catequese não circula no espaço digital, amadores ocupam este espaço. Quem é cultura da participação não suporta ficar sentado, precisa participar. O debate é mais precioso. É uma cultura do fazer”, enfatizou.
Na parte da tarde, os participantes foram divididos em 20 novos grupos para uma experiência de vivência bíblica. Cada grupo recebeu um texto bíblico e teve a assessoria para a reflexão e vivência do mesmo. Às 16h30, os participantes retornaram ao auditório para uma conferência com dom Otávio Ruiz Arenas, Secretário do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização .
À noite foram feitas homenagens ao irmão Israel José Nery, Therezinha Motta Lima da Cruz, Marlene Maria Silva, dom Francisco Javier e o padre Luiz Alves de Lima.
Confira a mensagem final do encontro aos catequistas do Brasil.
Com informações do Catequese do Brasil
Fonte: CNBB