Brasão da Arquidiocese de Fortaleza

5ª. Semana Social Brasileira

Iniciou o processo de realização da 5ª. Semana Social Brasileira na Arquidiocese de Fortaleza. Temos uma grande oportunidade de debater temas extremante relevantes para os trabalhos que realizamos nas Pastorais sociais, CEBs e Organismos, esse bloco que, desde muito, vem dando uma importante contribuição à Igreja no Brasil e ao processo de um projeto popular para um novo Brasil. Desejamos reunir as diversas forças do campo popular de Fortaleza. A Semana Social é um evento nacional programado para acontecer em três níveis: diocesano, regional, nacional. Os bispos do Brasil, em unanimidade, disseram sim à realização de mais uma Semana Social, na Assembleia Geral do Episcopado Brasileiro de 2011. Somos sabedores da importância e do bem que as Semanas Sociais têm feito ao povo brasileiro.

O que queremos trazer de novo? Que pergunta! Como trazer algo novo se parece que estamos cada vez mais tristes e cansados com o que nos rodeia. O novo? Em tempos passados respondíamos: o Reino de Deus aqui terra. Ele é sempre sinal do novo. Estamos sempre buscando esse novo. Essa pergunta que persiste entre nós é fundamental para tentarmos com toda nossa força, energia e dedicação reinventarmos muita coisa da nossa história. A 5a. Semana quer nos instigar a isso: O que fizemos até aqui? Quais são nossas colheitas; nossas alegrias; nossa Esperança? Mas até a palavra esperança foi perdendo o sentido. Precisamos buscar em nós, nas pastorais, movimentos, ONGs, grupos de rua, o sentido da Esperança. Não só a esperança que quer vencer (ou venceu) o medo, mas as esperanças que ainda existem dentro de nós.

Com isso e um pouco mais, a Semana Social em curso exige de nós um esforço gigantesco de olhar para o Estado e as nossas contribuições para o processo de democratização, indicando-nos o tema “A participação da sociedade no processo de democratização do Estado – Estado para quê e para quem?”. O desejo é fazer com que consigamos nos perceber nesse processo, apontar o que construímos até hoje, detectar quais os ganhos, quais foram e quais são nossas contribuições nesse processo. Mais que isso, quais são os nossos interesses. Quando falamos de Poder Popular, Participação Popular, o que esperamos?

As Pastorais Sociais, CEBs e Organismos da Arquidiocese de Fortaleza na quarta-feira (14 de maio) iniciaram o processo de organização arquidiocesana para a realização da 5a. Semana Social em Fortaleza, e o debate já começou ali. Falas e expressões de um desejo de realizar um amplo, saudável e sincero debate sobre o momento em que vivemos – em outros tempos falávamos da “atual conjuntura” – mas até sobre conjuntura não se pode mais falar -, porém, mesmo assim, usamos a expressão “análise de conjuntura”, porque desde muito não ousamos mais fazê-la nem comentar sobre ela. Não se pode mais, porque não podemos ferir ex-companheiros de caminhada, de luta, de sonhos, de compromisso –. E com isso fomos deixando de fazer nossas análises críticas, que tanto fizemos e dela aprendemos. Naquele dia, falamos da necessidade de sermos sinceros com os ditos “Governos Populares” e de começarmos a encarar a situação como ela o é, como ela está. Isso não é abandonar, machucar, ferir ninguém, mas é tentar deixar que os compromissos históricos de comunidades eclesiais de base sejam o sinal da nossa ação pastoral e eclesial.

A Semana Social Brasileira quer isso: discutir o Estado brasileiro e sua democratização. Quer instigar localmente nossas comunidades, paróquias, pastorais, organismos, movimentos, a que debatam, juntamente com os movimentos sociais da sociedade civil organizada, os problemas da cidade, do estado e da nação.

O Regional Nordeste 1 acaba de lançar oficialmente seu processo de realização da 5a. SSB, e os temas que continuam na pauta – agora dando ênfase a esses temas durante o processo da 5ª. Semana – aqueles que, ao longo dos anos, as pastorais sociais vêm trabalhando em seu cotidiano com pessoas diretamente e indiretamente atingidas pelos grandes projetos. A Semana dá continuidade a um seminário sobre o tema “Megaprojetos, Megaeventos”, que aconteceu no ano passado, em setembro. Nesse seminário iniciou-se um processo de levantamento sobre os impactos dos Grandes Projetos da Mineração, do Agronegócio, do Turismo, da Especulação Imobiliária, das Barragens, das Eólicas, da Copa e do Aquário. As lutas se juntam porque os problemas são os mesmos do campo e da cidade. Mesmo assim centenas de grupos populares se organizam para combater de frente os problemas gerados por esses projetos desenvolvimentistas geradores de dor, sofrimento e morte. Podemos mostrar que o novo é a unidade dos movimentos sociais-populares, pastorais e organizações que ainda lutam por uma terra sem males.

Por isso, a 5ª. SSB convoca as forças vivas, as lutadoras e lutadores, para se fazerem presentes nesse processo, para descobrirem quais são os caminhos, as saídas, ou para colocarem energia naquilo que já estamos fazendo e construindo. Os temas já estão postos, os problemas continuam – mesmo que o Brasil apareça em uma importante classificação econômica. Com efeito, podemos nos perguntar: será que o poder econômico de uma sexta economia mundial quer dizer ausência de razão para lutar? Significa que não mais existem mulheres, homens, crianças, presos, migrantes, em situação de pobreza? Que estamos ficando todos ricos?…

Francisco Vladimir (Membro da Pastoral do Migrante da Arquidiocese de Fortaleza e assessor de comunicação da 5ª. Semana Social Brasileira  [email protected]) / Com colaboração de Miguel Arcanjo Fernandes Brandão (do Secretariado de Pastoral da Arquidiocese de Fortaleza)

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