O retrato da fome está presente na vida de 80% dos piauienses. Os dados são da RBPSSAN (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional), que aponta 33 milhões de brasileiros sobrevivendo em situação de insegurança alimentar. As estatísticas revelam que cerca de 1 milhão de piauienses não possuem acesso regular aos alimentos e não sabem se vão comer.
Segundo o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Brasil de 2022, o Piauí tem um percentual de cerca de 80% de sua população em Insegurança Alimentar – IA (IA leve, moderada e grave). De acordo com o levantamento, 34,3% dos piauienses passam fome, portanto estão enfrentando um cenário de insegurança alimentar grave. Outros 20% enfrentam insegurança alimentar moderada e 25,8% insegurança alimentar leve. Apenas 20% dos piauienses têm garantidas pelo menos 3 refeições diárias e estão de fora dessa triste realidade.
Ainda de acordo com Hidelbrando, a Campanha ‘É Tempo de Cuidar’ tem sido uma das alternativas mais positivas no combate à fome no Piauí. Ele lembrou que a distribuição de alimentou não resolve o problema na raiz, sendo necessária a implementação de políticas públicas mais eficazes e consistentes por parte do poder público:
“Iremos apresentar aos bispos do Piauí uma proposição de ação integrada da Igreja no regional em vista de contribuir para a superação da fome. A proposta passa pelo fortalecimento da Campanha É Tempo de Cuidar, considerando a expansão do socorro e assistência às famílias, bem como a reabilitação dessas pessoas. Faz-se necessário um conjunto de ações e de políticas públicas a serem pensadas e executadas em diálogo com a governança do Estado e dos municípios”, reforçou.
A situação da fome é ainda mais crítica entre as crianças do estado. A fome e a desnutrição impactam o desenvolvimento das crianças de diversas maneiras. Além de serem as principais causas da mortalidade infantil, têm efeitos cognitivos, sociais e emocionais, afetando capacidades como memória e atenção. A Pastoral da Criança abre os caminhos para que as famílias acompanhadas saibam onde encontrar auxílio:
“Os líderes da Pastoral da Criança, quando realizam as visitas domiciliares, encontram essa triste realidade na maioria das casas. Buscamos, enquanto Igreja no regional, somar esforços com as demais pastorais sociais para, em conjunto, sermos um suporte àqueles que mais precisam”, destacou a coordenadora regional da Pastoral da Criança, Viviane Medeiro.
Mais informações no site do Regional Nordeste 4 da CNBB
Fonte: CNBB