O Carnaval é o assunto do dia. Este ano, como sempre, o evento acontecerá nos dias que antecedem a Quarta-feira de Cinzas que cai no dia 1º. de março. Curiosamente enquanto enormes multidões dele participam milhares se afastam em busca de ambientes mais calmos e serenos. Alguns procuram muita alegria, fortes emoções e divertimentos na música, dança e brincadeiras animadas do Carnaval nos clubes e nas ruas. Outros se dirigem aos retiros espirituais ou ambientes pacatos tentando também encontrar alegria, paz, contentamento e satisfação.
Infelizmente, um considerável número de pessoas acredita que a Igreja Católica é contra o Carnaval. Isso simplesmente não é verdade. Em si, os dias de Carnaval podem ser muito úteis à vida cristã, com uma influência muito positiva na vida social e comunitária. O divertimento em si é querido por Deus. Faz parte daquele repouso necessário ao crescimento da pessoa humana. É uma exigência da própria natureza da criatura humana. A Igreja Católica não é contra o Carnaval, mas condena certos excessos cometidos durante o Carnaval. Deus e a Igreja querem ver seus filhos e filhas felizes e contentes compreendendo que o descanso e repouso são necessários para a pessoa humana. Ninguém é de ferro e todo ser humano precisa intercalar o trabalho com o descanso e divertimento.
Infelizmente, nos dias do Carnaval há muitos divertimentos desenfreados. Muitas pessoas se entregam ao prazer desordenadamente. Há excesso na bebida alcoólica e nas drogas, há grande falta de pudor e imoralidade de diversos tipos. Devido aos excessos e desregramentos cometidos durante o Carnaval há um elevado número de mortes, acidentes e pessoas agredidas fisicamente, para não falar em agressões verbais. Nós, modernos, estamos perdendo o sentido do pecado. A falta da dimensão sobrenatural em nossas vidas reduz a violação da Lei de Deus a horizonte meramente humano, com as mais funestas consequências. É importante para o cristão lembrar que todo tipo de divertimento que implica atos obscenos, prazeres ilícitos, paixões desordenados, atitudes vulgares, riscos mortais e todo tipo de violência é imoral. É necessário reafirmar que a Lei de Deus não fica suspensa durante o Carnaval. Por isso o cristão deve se aproveitar dos divertimentos carnavalescos que são sadios, benéficos, equilibrados e, em termos gerais, úteis para a saúde do corpo e da mente. O Carnaval nunca deveria ser tal que se devesse ter mais tarde vergonha da conduta tida durante estes dias.
Pe. Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista e Assessor da CNBB Reg. NE1
Uma resposta
Acredito que essa dimensão do sentido do Carnaval poderia ser bem mais propagado pelos cristãos. Isso seria, sim, um grande testemunho dado àqueles que desconhecem as diversas formas de se aproveitar um feriado.