No domingo próximo passado, dia 12 de janeiro, O Para Francisco batizou 32 recém-nascidos na Capela Sistina em Roma, onde ele disse: “A criança sai do batismo com a força do Espírito Santos dentro de si: o Espírito que a defenderá, a ajudará durante toda a vida. Por isso é tão importante batizá-las desde crianças, para que cresçam com a força do espírito Santo”. Continuando o Papa afirmou: “Batizar um filho é um ato de justiça, para ele. E por qual motivo? Porque nós no batismo lhe damos um tesouro, nós no Batismo lhe damos um penhor: o Espírito Santo” (cf. Programa Brasileiro, Porta Aberta, Rádio Vaticano (12/1/2020, 12:00).
Hoje em dia certas igrejas não Católicas afirmam que o batismo dos católicos não é válido! Só os adultos que crêem podem receber validamente o batismo, que só vale por imersão! Alguns “crentes” afirmam que Jesus foi batizado no rio Jordão por imersão. Mas, os Evangelhos não falam disso! Pode ter sido batizado como o apresentam antigas estampas: ficando com os pés no rio, enquanto São João lhe derramava a água, com a mão, na cabeça. Na verdade, o modo de molhar o corpo com a água não tem importância! Senão seria prescrito! “(cf. Respostas da Bíblia às acusações dos “crentes” contra a Igreja Católica, Pe. Vicente Wrosz SVD, Livraria Editora Pe. Reus, Porto Alegre, 1996, p. 7).
Gostaria de citar alguns textos bíblicos mostrando que a maneira que a Igreja Católica batiza recém-nascidos é correta. Em At 8, 36-38 lemos sobre o batismo do eunuco etíope, feito pelo diácono Felipe, no caminho entre Jerusalém e Gaza, onde não existe nenhum rio ou lagoa, em que seria possível batizá-lo por imersão. Há apenas pequenas nascentes. Em At 16, 33 São Paulo batizou o carcereiro convertido: “Naquela hora da noite o carcereiro levou-lhe as chagas e imediatamente foi batizado ele e toda a sua família”. Certamente não faltavam crianças pequenas naquela família. O famoso Origenes (185-2550) escreve: “a Igreja recebeu dos Apóstolos a tradição de dar batismo aos recém-nascidos” (cf. Epist. Ad Rom. Livro 5,9). São Cipriano em 258 escreve: “Do batismo e da graça não devemos afastar as crianças” (Carta a Fido). (cf. op. cit.).
E interessante notar que nenhum dos seis batismos cristãos feitos no tempo dos Apóstolos, e registrados na Bíblia, foram feitos em rios ou por imersão: 1º. Em Atos 2, 41: cerca de três mil pessoas batizadas no dia de Pentecostes em Jerusalém, onde não há rios: 2º. Em Atos 8, 36-38 temos o batismo do servo da rainha da Etiópia, em uma fonte na qual havia alguma água?: Em Atos 9, 11-18: é o batismo de Saulo no interior de uma casa em Damasco: Em Atos 10,47 é o batismo de um grupo de gentios em Cesaréia? Com água de batismo?: Em Atos 16, 33-35 é o batismo do carcereiro de Filipos, numa cadeia à meia noite, feito por São Paulo, etc. (cf. Tire suas dúvidas sobre a Bíblia, José Bortolini, Editora Paulus, 10ª. reimpressão,2013).
Numa curta homilia depois de batizar 32 recém-nascidos crianças na Capela Sistina no dia 12 de janeiro, 2020, O Papa Francisco lembrou ainda que “as crianças não estavam habituados a vir à Capela Sistina, num ambiente fechado e um pouco quente, com tantas roupas para uma festa tão bonita. A qualquer momento poderão se sentir incomodados e começarão a chorar Deixem-nas chorar e gritar, se estiver com fome, pode amamentá-las, sempre em paz”. O papa concluiu dizendo: “É uma coisa bonita quando uma criança chora na Igreja, é uma bela oração. Façam de modo que se sintam bem e sigamos adiante. Não se esqueçam: as crianças levam o Espírito Santo dentro de si”.
Pe. Brendan Coleman Mc Donald,
Redentorista