A presença das religiosas de vida monástica feminina na Arquidiocese de Fortaleza representa para esta Igreja um oásis espiritual. Em Fortaleza e Canindé as monjas se dedicam uma boa parte do seu tempo ao louvor perene através da Salmodia da Liturgia das Horas, sendo “guardiã de gratuidade e de rica fecundidade apostólica” (COr Introdução), na Igreja e para a Igreja.
A vocação a vida monástica é uma forma de seguir a Cristo mais de perto. Pela profissão dos conselhos evangélicos, assumem, diante de Deus e da Igreja, o compromisso de mostrarem com a própria vida o primado de Deus. O silêncio do claustro e o ocultamento silencioso não as fazem isolar-se do mundo, mas se tornam sinais e comunicadoras da presença de Deus em meio ao mundo secularizado, escravo do consumismo e nem sempre vivendo segundo a vontade de Deus.
Segundo o carisma próprio de cada família religiosa, atualmente na Arquidiocese de Fortaleza existem quatro Ordens religiosas de vida Contemplativa feminina, são elas: Ordem da Imaculada Conceição (monjas concepcionistas), Ordem de Santa Clara (Clarissas), Ordem de São Bento (beneditinas) e Ordem do Carmelo (Carmelo de Santa Teresinha, carmelitas). Sendo assim, os Mosteiros são verdadeiros recantos de paz e diariamente batem a porta da clausura para pedir orações, veem em busca de um alento e luz para suas vidas.
Nesta Arquidiocese de Fortaleza, os bispos procuram nutrir grande solicitude e apreço as religiosas contemplativas, pela sua missão e participação na Igreja local “como um dos tesouros mais valiosos da Igreja” (DCVR n.25).
E como afirma o documento sobre a dimensão contemplativa da vida religiosa, “apesar da urgente necessidade de apostolado ativo, aqueles Institutos conservam sempre lugar preeminente no Corpo místico de Cristo… De fato, os seus membros oferecem a Deus exímio sacrifício de louvor e, produzindo frutos abundantíssimos de santidade, são uma honra e um exemplo para o Povo de Deus que fazem crescer com misteriosa fecundidade” (DCVR n 25).
Se tratando ainda do magistério da Igreja, o Papa Francisco elaborou uma Constituição Apostólica Vultum Dei Quarere, dedicado especialmente às religiosas de vida contemplativa. O Papa Francisco enfatiza: “Vós, mulheres contemplativas, respondeis com a oferta de toda a vossa vida, vivendo nele e para ele, “para louvor da sua glória” (Ef1, 2). Nesta dinâmica de contemplação sois a voa da Igreja que incansavelmente louva, agradecem geme e suplica por toda a humanidade e, com a vossa oração, sois colaboradoras do próprio Deus e reergueis os membros vacilantes do seu corpo inefável, (VDQ n.9).
A vida religiosa contemplativa inserida na comunhão eclesial vive de modo pleno e específico a sua vocação no seguimento de Jesus Cristo, “indicando visivelmente a meta para qual caminha a inteira comunidade eclesial”, (A arte da busca da face de Deus, Introdução), sua comunhão íntima e definitiva com Cristo.
Irmã Maria Cecília, OIC
Mosteiro da Imaculada Conceição e São José de Fortaleza (CE)