A Vida Consagrada à luz do Ano Jubilar “Peregrinos de esperança”

Foto: Mosteiro da Imaculada Conceição e São José, Fortaleza-CE

A Igreja é convidada a celebrar o Jubileu 2025, “Peregrinos de Esperança”, convocado pelo Papa Francisco, na Bula Papal “Spes non confundit” – “a esperança não engana” (Rm 5, 5). Na sua Bula Pontifícia, “Spes non confundit“, o santo Padre estabelece o Ano Jubilar com o objetivo “seremos chamados a ser sinais palpáveis de esperança para muitos irmãos e irmãs, […] ocasião de reanimar a esperança! “ (n.1).

À luz do Ano Jubilar, os consagrados celebram o Jubileu da Vida Consagrada, cujo tema, “Peregrinos da esperança, no caminho da paz”, inclui quatro reflexões: “Acreditando na esperança” “Crescendo na caridade”, “Com a força da fé” e “Testemunhando a esperança”. A paz que se faz tão urgente em nossa sociedade hodierna é um apelo que o Papa Francisco dirige aos membros da vida consagrada, para serem mensageiros do amor, da paz e da alegria que Deus oferece ao mundo.

O jubileu da Esperança passou a ser o fio condutor para que, na diversidade de expressões da vida consagrada, sejam elas promotoras da paz e sinais de reconciliação entre os povos, nas palavras do Cardeal João Braz Aviz, Prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Apostólica: “Nós pensamos que agora juntos podemos pensar estes valores da esperança e da paz que nós colocamos no centro desse nosso caminho na direção do Jubileu, peregrinos da esperança, num caminho de paz, caminhando na paz, buscando a paz”.

De fato, com a consagração radical a Deus que encontra suas raízes no Batismo, os religiosos dão testemunho da primazia a Deus e ao anúncio de seu Reino. Quer ela ser sinal claro e visível da radicalidade evangélica, de modo que, pela própria vivência, seja um apelo para que os demais cristãos vivam de forma plena o Evangelho no próprio estado de vida.

Nesse sentido, a vida consagrada não se identifica, em primeiro lugar, pela ação ou modo de fazer, mas pela qualidade evangélica de sua vida e presença na Igreja e no mundo. Assim, o consagrado descobre viver na mística da “via da esperança”, onde Cristo nos comunica sua amizade e seu amor.

Esta via da esperança carrega em si mesma, uma ação pedagógica que principia na oração, como ensina o Papa Francisco: “A primeira coisa necessária para um discípulo é estar com o Mestre, ouvi-lo, aprender dele. E isto é sempre válido, é um caminho que dura à vida inteira”.

A segunda via da esperança pedagógica é a vivência dos conselhos evangélicos de obediência, castidade e pobreza. “Os conselhos são um dom divino, que a Igreja recebeu de seu Senhor e que ela sempre salvaguarda com a ajuda de Sua graça” (LG n.43). Na terceira via da esperança, vivem a alegria de estarem juntos em comunidade e na caridade fraterna, sendo ao mesmo tempo um testemunho para a sociedade, que prega o individualismo, a indiferença e o egoísmo.

Por fim, as celebrações do Jubileu “Peregrinos da esperança” sejam para a Igreja um “tempo favorável” a convite do Papa Francisco, “ Deixemo-nos, desde já, atrair pela esperança, consentindo-lhe que, por nosso intermédio, torne-se contagiante para quantos a desejam”. As celebrações do jubileu da vocação à Vida Consagrada sejam, pois, ocasião para renovar o ardor missionário e levar ao Coração do Redentor “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje” (GS n.1).

Irmã Maria Cecília, OIC, Mosteiro da Imaculada Conceição e São José, Fortaleza-CE.

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