Apresentado o documentário “A Carta” inspirado na Laudato si’

O documentário repercorre os encontros do Papa Francisco com vários líderes engajados, na linha de frente, no cuidado da Casa comum.

Amedeo Lomonaco – Vatican News

No dia da Festa de São Francisco, celebrada nesta terça-feira (04/10), foi apresentado, na Sala de Imprensa da Santa Sé, o filme intitulado “A Carta” sobre o poder da humanidade para deter a crise ecológica. O diálogo exclusivo com o Pontífice, contado no filme, oferece aprofundamentos sobre a história pessoal do Papa Francisco e fatos inéditos de sua posse. Os protagonistas deste documentário, que às 18h30 será exibido como estreia mundial no Vaticano, na Sala Nova do Sínodo, são um indígena da Amazônia, um refugiado do Senegal, uma jovem ativista indiana e dois cientistas estadunidenses. Vozes representando outras vozes, muitas vezes não ouvidas, sobre as questões críticas relacionadas às mudanças climáticas. Entre as imagens do documentário, algumas são dedicadas ao cardeal Raniero Cantalamessa, que relembra as raízes franciscanas na base da mensagem da Encíclica Laudato si’. O documentário “A Carta”, disponível gratuitamente através de um serviço de streaming no canal YouTube Originals, foi produzido pela equipe “Off the Fence”, vencedora de um Oscar, em colaboração com o movimento Laudato si’ e os Dicastérios para Comunicação e para a Promoção do Serviço do Desenvolvimento Humano Integral.

A crise ecológica afeta a todos

A coletiva de imprensa foi aberta com pelo cardeal Michael Czerny, prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral. O purpurado ressaltou que “na sua encíclica Laudato si’ o Papa Francisco deseja dialogar com todas as pessoas do planeta Terra, nossa Casa comum. A crise ambiental não é um problema que diz respeito apenas aos católicos. Diz respeito a todos, agora e às gerações futuras. Este filme é um grito de alarme para as pessoas de todo o mundo: devemos agir juntos, e devemos fazê-lo agora.” 

A apresentação do documentário também contou com a presença de Hoesung Lee, presidente do Painel Intergovernamental de Especialistas em Mudanças Climáticas, que se concentrou na importância da aliança entre fé e ciência para conter os vários riscos ligados às mudanças climáticas. A comunidade científica acolhe com fervor a oportunidade de se envolver com artistas e pessoas de fé. Tanto a fé quanto a arte podem inspirar uma autêntica ação coletiva pelo clima. Para o diretor Nicolas Brown, que ilustrou a estrutura do documentário, o desafio mais sério para a humanidade é enfrentar o duplo problema das mudanças climáticas e da perda da biodiversidade.

Agir juntos para conter os efeitos das mudanças climáticas

A presidente do Conselho de Administração do Movimento Laudato si’, Lorna Gold, lembrou que a mensagem de Francisco é dirigida a todos: cada ser humano pode dar sua contribuição para defender a Casa comum. “Os sinais de catástrofe ecológica”, observou, “estão por toda parte. Este filme destaca as trágicas consequências da inação, mas também aponta o caminho a seguir”.

Por fim, um dos protagonistas do filme falou na coletiva de imprensa. Trata-se do Cacique Odair “Dadá” Borari, chefe geral da Terra Indígena Maró, no Pará, que indicou uma prioridade: a de defender o território da Amazônia. “Falo em nome da floresta e da população indígena que luta para pedir justiça.” “Espero que os presidentes de todos os países possam unir seus esforços para encontrar uma solução e defender a Amazônia”, disse o cacique Dadá. “Esperamos que o novo presidente do Brasil possa construir uma “nova política” na qual não haja espaço para a destruição da floresta”, concluiu.

Fonte: Vatican News

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