Brasão da Arquidiocese de Fortaleza

Arcebispo de Fortaleza realiza Missa em ação de graças pela Causa dos Servos de Deus: dom Lustosa e Rosita Paiva

A Igreja de Fortaleza realiza amanhã, 14 de agosto, às 12h, a Missa pela Causa dos Servos de Deus dom Antônio de Almeida Lustosa e Rosita Paiva. O arcebispo metropolitano de Fortaleza, dom José Antonio preside a eucaristia na Catedral arquidiocesana com a concelebração de alguns padres.


Nesse dia recordamos os 47 anos de falecimento de dom Lustosa, 4º arcebispo da capital cearense. Ele nasceu em 1886, na cidade de São João Del Rei (MG). O religioso Salesiano pastoreou a arquidiocese de Fortaleza cerca de 22 anos, e deixou grandes feitos na sociedade. Os seus restos mortais estão sepultados na Capela da Ressurreição (Cripta da Catedral). Desde 1993, o epíscopo está em processo de Beatificação e Canonização, no Vaticano.


Na mesma ocasião ocorrerá a abertura pública do processo de Beatificação e Canonização da Serva de Deus Rosita Paiva, fundadora do Instituto Josefino. A religiosa amazonense faleceu em 19 de agosto de 1991, deixando um grande legado espiritual à sua família carismática e ao mundo. No 30º ano de falecimento a Santa Sé aprovou o pedido da Arquidiocese de Fortaleza de levar Rosita aos altares, obedecendo os trâmites canônicos.
As pessoas podem participar presencial sem marcação prévia e também pelo Youtube da arquidiocese.

Obras sociais

As obras sociais realizadas pelo Servo de Deus Dom Antônio de Almeida Lustosa, quando de seu governo episcopal em Fortaleza, tiveram repercussão luminosa nos setores educacional  (Escolas Populares e Escolas Profissionalizantes) e de saúde (Postos de Saúde) que, ainda hoje,  são destaque na lembrança dos beneficiados, como o testemunho da Srª Maria Alice de Oliveira, que merece ser revelado, e que segue a seguir:

“Testemunho da Sr.ª Maria Alice de Oliveira

                                Eu tinha doze anos, quando meu pai ficou viúvo e me entregou a uma família que morava em Fortaleza, na rua Barão do Rio Branco. Lá eu era empregada doméstica.

                                Esta classe era muito mal vista, esquecida. Naquela época, éramos excluídas. Ninguém tinha a preocupação com essa classe. Nosso destino era só servir. No meu caso, só tinha direito ao resto do alimento que sobrava da mesa e vestia as roupas remontadas da patroa.

                                Depois de alguns anos, ela confiara em mim e me deixara frequentar a Escolinha das Domésticas, à noite, que era criação de Dom Antônio de Almeida Lustosa.

                                Lá foi a semente para a minha vida. Tinha as amigas, a professora, que era uma Filha de Maria, tão boa, e com ela aprendi a bordar à mão e estudei até o segundo livro (ano).

                                Voltei para Sobral e me empreguei na fábrica com carteira assinada. Casei-me e voltei para Fortaleza com meu marido.

                                O Padre José Furtado foi quem fez meu casamento em Meruoca.

                                Quando meus filhos começaram a crescer, já aqui em Fortaleza, senti que faltavam pessoas que ensinassem o catecismo, não só a meus filhos, mas para outras crianças do bairro. Procurei o Frei Memória e comecei a participar dos movimentos da Igreja. Depois, veio o Padre Caetano e nos deu apoio, para que nós pudéssemos permanecer na comunidade, melhorando nosso barraco, e aqui ficamos.

                                Para ajudar a criar meus filhos, recorri ao que aprendi a fazer na Escolinha. Comecei a bordar enxoval para bebê. As pessoas achavam bonito e encomendavam iguais aos que eu fazia para meus filhos.

                                Uma senhora que tinha uma loja na Av. Bezerra de Menezes, na Capital, começou a levar meus bordados para vender em sua loja. Eu cheguei ao ponto de comprar máquinas e contratar pessoas para trabalhar comigo. Eu me tornei uma pessoa criativa.        Tive doze filhos, morreram dois. Criei mais seis filhos fora os que passaram alguns anos comigo.

                                Quando meus filhos estavam crescidos, voltei a trabalhar na Fábrica Iracema, para ter direito ao INSS e, aos 61 anos, me aposentei. No dia 10 de maio de 2001 completei 51 anos de casada e 71 anos de vida, em 10 de fevereiro do mesmo ano.

                                Sou feliz, tenho uma família numerosa, tenho problemas como todas as famílias, mas tenho esperanças.

                                Aquela esperança que Dom Antônio de Almeida Lustosa tinha para com aquelas pobres empregadas domésticas, de serem reconhecidas como seres humanos, dividindo seu tempo para Deus, ter direito à sala de aula e o direito a uma boa professora.

                                Sou agradecida também, àquela que me levava aos domingos para assistir missa na Igreja do Carmo.

                                Eu só tinha o estudo que aprendi lá no segundo livro, mas meus filhos, a maior parte deles, se encaminharam bem. Tenho um filho formado em Geologia que é funcionário da CAGECE e os outros são muito bons e trabalhadores.

                                Louvado seja Deus por tudo e a Escolinha de Dom Lustosa que ainda hoje me lembro de suas paredes. Aquele ensinamento foi a luz para a minha vida e para aqueles a quem eu pude fazer alguma coisa.”

_____________________

Testemunho oferecido em 14.06.2001

Endereço: Rua Juvêncio Barroso, nº 660 – Tirol (hoje bairro Jacarecanga)

Faça a sua pesquisa

Os cookies nos ajudam a entregar nossos serviços. Ao usar nossos serviços, você aceita nosso uso de cookies. Descubra mais