Venerável Frei João Pedro de Sesto, OFMCap

Clemente Recalcati: nascimento, Batismo e Crisma

O Venerável, Frei João Pedro de Sesto, nasceu no dia nove de setembro de mil oitocentos e sessenta e oito (1868) e foi batizado no mesmo dia, na Igreja matriz de Sexto São João, recebendo na pia batismal, o nome de Clemente. Crismou-se na mesma Paróquia, no dia dez de setembro de mil oitocentos e setenta e sete (1877), administrada pelo Arcebispo de Milão.

Infância

A infância do Venerável Frei João Pedro foi tranquila, na casa paterna, sob o olhar vigilante da mãe que o educava com carinho, mas também com firmeza, inculcando no seu coração o amor a Deus, a Nossa Senhora e plasmando seu espírito na compaixão pelos pobres.

Apesar de ser uma família de modesta condição, nenhum pobre que se apresentasse diante da casa dos Recalcati saía sem ser bem acolhido e sem receber ajuda. Tais sentimentos ficaram gravados no espírito do Venerável. Foi uma criança sensível para com os pobres, de grandes sentimentos, que manifestava o amor a Deus através da oração e do amor ao próximo.

Formação no Colégio Seráfico e noviciado

Aos catorze anos, Clemente Recalcati concluiu o curso elementar e já sentia forte atração pela vida religiosa e missionária. Era um adolescente bastante reflexivo e piedoso: frequentava, semanalmente, o Convento dos Capuchinhos, em Milão, onde continuou o estudo do latim.

Em abril de 1882, deu adeus aos pais e irmãos e partiu para Bérgamo, depois para Clusone e, finalmente, para Sóvere onde fez o Postulado.

O Noviciado teve início no dia 19 de fevereiro de 1884, após ser aprovado pelo ministro Provincial, Frei Pierbatista de Bérgamo, e ter viajado para Lóvere, onde se localizava a casa do Noviciado. Ali aconteceu a cerimônia da Vestição, no dia 25 de fevereiro de 1885, na qual se realizou a agregação oficial à Ordem Capuchinha na condição de Noviço.

Após um ano de formação quando teve oportunidade de trabalhar-se na aquisição das virtudes características franciscanas: pobreza, humildade, obediência, sobretudo, bondade e compreensão para com os irmãos fez a profissão religiosa no dia 2 de março de 1885, na presença dos pais que vieram de Sexto.

Ordenação Sacerdotal

A ordenação sacerdotal de Frei João Pedro aconteceu no dia 23 de maio de 1891, quando estava terminando o segundo ano de Teologia, praxe legitimada na tradição da Província Capuchinha Lombarda, quando tinha exatamente vinte e três anos de idade.

O ideal missionário

Ser missionário sempre foi um desejo do Venerável, desde a infância. Já ordenado sacerdote e professor em Sóvere, soube que a Província assumira uma Missão no nordeste brasileiro, com o compromisso de abrir outra frente missionária entre os ameríndios da Amazônia, plano formulado pelo Diretório Geral da Ordem com aprovação da Santa Sé, em 12 de janeiro de 1892

A 3 de dezembro de 1894, chegaram: Frei João Pedro de Sexto e sete outros frades. Frei João Pedro foi destinado ao convento do Carmo, em São Luís, juntamente com Frei Estevão, Frei Davi e Frei Mansueto. Os outros missionários, dois a dois, rumaram para o interior do Maranhão, percorrendo de barco os rios Maracassumé e Itapecuru, ocupando-se na tarefa de pregar missões ao povo.

A idéia de uma fundação de religiosas brasileiras

Após todas as tentativas de conseguir religiosas para o trabalho no Colégio feminino, o Venerável Frei João Pedro, voltou para casa preocupado e triste, sem saber qual decisão devia tomar.

Voltando de Canindé para Fortaleza, ele expôs suas dúvidas a Frei Mansueto, que era superior do conventoe um dos missionários mais anciãos, um homem de zelo extraordinário e de autêntica virtude. Ele, então com simplicidade disse ao Superior Regular: “Rezemos Frei João Pedro, e Deus nos iluminará”.

Passaram boa parte da noite rezando diante do Santíssimo Sacramento e, no dia seguinte, quando o Superior quis escutar o parecer de Frei Mansueto, ele o ouviu dizer: “Frei João Pedro, pode fundar a nova Congregação porque, considerando as circunstâncias e as razões que induzem esta decisão, não pode ser senão a vontade de Deus”. A prudência do justo, juntou-se a oração do santo         A partir daquele momento, Frei João Pedro não teve mais dúvidas, como escreveu Frei Daniel: “Uma vez ouvido o parecer do Conselho da Missão e de vários missionários, e após invocar a luz necessária de Deus, pela intercessão de Maria Santíssima, do Pai São Francisco, ele tomou a decisão de fundar a nova Congregação”.

Dezoito de dezembro de 1904

A cerimônia da Vestição aconteceu, na tarde do dia 18 de dezembro de 1904, último Domingo do Advento, depois do pôr do sol, na igrejinha do Retiro Saudoso, dedicado à Nossa Senhora Auxiliadora. Estavam presentes os Padre: Frei Davi de Desenzano al Serio, Frei Daniel de Samarate, Frei Tranquilino de Alzano, Frei Agostinho de Capignano e Frei Hilarião de Lodi.

Frei João Pedro dirigiu-se ao altar, entoou o Veni, Creator Spiritus, cantado por todos os presentes, e a seguir dirigiu-se às postulantes dizendo que aquela cerimônia simples lembrava o gesto de São Francisco de Assis, quando na Capela de Santa Maria dos Anjos, na Porciúncula, quase à mesma hora e na presença de seus Frades que tomou como testemunhas, entregava o hábito da penitência à Virgem Clara, a fundadora da Segunda Ordem Franciscana. “Eis aqui – acrescentou – não apenas uma Clara, deseja consagrar-se a Deus, mas cinco jovens estão ansiosas para entregar a si próprias ao serviço de Deus e do próximo seguindo as pegadas de São Francisco de Assis. Frei João Pedro benzeu os hábitos, junto com os cordões e entregou a cada uma.

Após a cerimônia da Vestição, foi exposto o Santíssimo Sacramento e todos os presentes, unidos no mesmo sentimento de fé, amor e gratidão a Deus, cantaram o Te Deum; a bênção eucarística encerrou a cerimônia.

Regresso para a Casa do Pai

Sobre como aconteceu a morte, Frei Roberto escreve:

A primeira sexta-feira de dezembro (dia 5 do mês), consagrado ao Coração de Jesus, após uma prolongada agonia, ocorreram-lhe os gemidos da morte. Frei João Pedro de Sesto às dez horas e meia da manhã, estando presentes os co-irmãos, as freira de Santa Ana e algumas pessoas do clero cearense, adormeceu placidamente na paz do Senhor, em consequência de hidropisia aguda e outras complicações”

E Frei Alfredo comenta: “no meio das lágrimas dos que receberam as suas últimas palavras, com certeza foi a entrada do Servo bom e fiel no gáudio do seu Senhor; foi o prêmio grande e merecido do Pastor pleno de dedicação, do Conselheiro seguro e Pai caridoso, do Superior amado, enfim, do Apóstolo benéfico que operou, incansavelmente, com grande sabedoria, zelo extraordinário, amor e sacrifício a toda prova”.

No dia de sua morte, Frei João Pedro contava 45 anos e três meses de vida natural, quase 30 de Vida Religiosa, 22 anos e meio de sacerdote e 19 de vida missionária.

O período pré-processual

Teve início quando a superiora geral, em outubro de 1996, solicitou ao Revmo. Sr. Arcebispo de Fortaleza – Dom Cláudio Hummes, OFM, a introdução da Causa.

Encontros:

Com o Ministro Geral dos Capuchinhos; Frei Flávio Roberto Carraro, em dezembro de 1991, esteve na Porciúncula e prontificou-se colaborar para o bom êxito da Causa que desejávamos iniciar.

Com o Postulador da Ordem dos Capuchinhos – Frei Paolino Rossi no dia 19 de junho de 1992. Incentivou a realização de novas pesquisas e a difusão do conhecimento e devoção ao Fundador.

c) Frei John Corriveau, vindo à Porciúncula, em maio de 1999 exortou às Irmãs a viver, fielmente a espiritualidade do Fundador, lembrando que esta é a tarefa principal, no desenvolver a Causa de beatificação, pois são dois os processos, o canônico e o espiritual. O primeiro está sendo cuidado pelo Postulador e a Vice Postuladora, mas, o segundo é da responsabilidade de cada Irmã Capuchinha.

Fase Processual Diocesana:

Esta fase processual foi iniciada, propriamente, com duas solenidades conexas, presididas por Dom Cláudio Hummes, OFM.

Fonte: Irmã Utília Maria Castilh, Irmã Missionária Capuchinha.

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