6 – Dom Aloísio Léo Arlindo Lorscheider, OFM (1973 a 1995)

Dom Aloísio Lorscheider (4º Arcebispo de Fortaleza)dom-Aloisio-Cardeal-Lorsche

Cardeal Presbítero do Título de São Pedro “in Montório”.

Dom Aloísio Lorscheider, cardeal, é filho de Jose Aloysio Lorscheider e de Verônica Gerhard Lorscheider. Nasceu em Linha Geraldo, município de estrela, no Estado do rio Grande do Sul, em 08 de outubro de 1924.

Foi ordenado sacerdote a 22 de agosto de 1948.

No dia 03 de fevereiro de 1962, o Papa João XXIII nomeou-o bispo de Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul. Recebeu a ordenação episcopal a 20 de maio do mesmo ano.

Foi membro da Comissão Teológica da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, e depois primeiro Secretário da mesma Conferência até ser eleito Presidente.

Em 1973 Paulo VI o promoveu à sede arquidiocesana de Fortaleza. Nesta Arquidiocese, dom Aloísio Lorscheider continuou a sua missão pastoral já com notáveis frutos em Santo Ângelo. Dedicou particular atenção ao clero, no qual procurou desenvolver um profundo sentido de comunhão eclesial e um singular impulso apostólico.

No fim de 1972, no decurso da XIV Assembléia do CELAM foi eleito Vice-presidente deste organismo, sucedendo pouco depois a Dom Eduardo Pironio, na Presidência do órgão.

Presidiu em 1979 o Encontro dos Bispos da América Latina em Puebla-México.

Foi criado e publicado cardeal no consistório de 24 de abril de 1976 por S.S. o Papa Paulo VI – Presbítero do Título de São Pedro “in Montorio”, e como tal, tomou parte nos dois conclaves que elegeram papas, respectivamente suas Santidades João Paulo I e João Paulo II.

Foi transferido para a Arquidiocese de Aparecida do Norte em 1995.

Em 28 de janeiro de 2004, recebeu a notícia da aceitação de sua renúncia e em 25 de março do mesmo ano entregou a arquidiocese para dom Raymundo Damasceno Assis, tornando-se, assim, arcebispo emérito de Aparecida.

Faleceu às 5h30min, do dia 23 de dezembro de 2007, no Hospital São Francisco, em Porto Alegre.

MAIS SOBRE DOM ALOÍSIO NA ARQUIDIOCESE DE FORTALEZA.

Pastoreio episcopal de Dom Aloísio Lorscheider (26/3/1973 a 12/7/1995)

Apresentamos o pastoreio episcopal de Dom Aloísio Lorscheider  (26/3/1973 a 12/7/1995) e de Dom Cláudio Hummes (29 de maio de 1996 a 15 de abril de 1998).

 

PARÓQUIAS CRIADAS POR DOM ALOÍSIO LORSCHEIDER

(26/3/1973 a 12/7/1995)

Data

Paróquia

Município

16/4/1975

Santa Cecília

Bom Jardim, Fortaleza

31/7/1975

Divino Espírito Santo

Cidade Dois Mil, Fortaleza

14/12/1975

Jesus, Maria, José

Vila União, Fortaleza

13/3/1976

Nossa Senhora da Glória

Cidade dos Funcionários, Fortaleza

20/05/1982

Santo Afonso de Ligório

Parquelândia, Fortaleza

23/1/1984

Nossa Senhora da Assunção

Nova Assunção, Fortaleza

10/5/1986

Senhora Sant’Ana

Paramoti

1/1/1986

Paróquia Santo Antônio

Caridade

30/3/1994

São João Batista

Horizonte

3/5/1992

Nossa Senhora da Conceição

Pajuçara, Maracanaú

18/1/1995

Nossa Senhora da Conceição

Conjunto Ceará, Fortaleza

Principais ações no pastoreio de Dom Aloísio

  1. Elaboração dos Planos de Pastoral Orgânica.

Em 1974, foi elaborado o primeiro Plano de Pastoral da Arquidiocese de Fortaleza. A cada ano, era publicado um novo Plano Pastoral, depois de uma avaliação e uma assembleia pastoral.

Na conclusão deste primeiro Plano Pastoral, em 1974,  Dom Aloisio afirma: “Em nosso Plano Arquidiocesano de Pastoral Orgânica ou de Conjunto não há projetos de foranias, paróquias, comunidades  eclesiais de base, movimentos de 1eigos, associações, organismos, setores de atividade pastoral. Trata-se de um Plano que atinge a Arquidiocese como tal, no seu todo. As foranias, paróquias e demais setores pastorais devem, dentro do objetivo, diretrizes, normas do Plano Arquidiocesano, fazer os seus próprios projetos, montar o seu próprio Plano do Atividades, apresentando-o possivelmente à Cúria Arquidiocesana, ao Setor da Coordenadoria de Pastoral, a fim de que todas as forças vivas da Arquidiocese possam tomar conhecimento das realizações dos setores, evitando repetição das mesmas tarefas no mesmo sentido. Estes planos setoriais são muito importantes são indispensáveis para uma pastoral eficiente”.

  1. Em 1974, têm início os cursos de preparação de batismo para pais e padrinhos; decrisma para os jovens; do matrimônio para os noivos. Começa, então, o surgimento nas paróquias das pastorais sacramentais do Batismo, dos Noivos, a catequese de Crisma.
  2. Um dos capítulos do Plano Pastoral de 1975 trata da necessidade de preparação para a recepção dos sacramentos e apresenta as normas para a celebração do Batismo, Confirmação, Eucaristia, Penitência, Matrimônio e Unção dos Enfermos, Exéquias e Liturgia da Palavra. Como Ação Arquidiocesana destacam-se, entre outras atividades as seguintes:
  3. a) dar a máxima importância e o primeiro lugar ao anúncio da Palavra de Deus;
  4. b) apoiar e estimular a formação de grupos e comunidades de base no espírito aprofundado do Evangelho;
  5. c) formar em cada paróquia o Conselho Pastoral;
  6. d) concretizar sempre mais a presença da Igreja nos meios humanamente mais pobres,assumindo como áreas prioritárias as comunidades do interior, a periferia de Fortaleza, os ambientes de favela…;
  7. e) introduzir nas comunidades o culto dominical, aperfeiçoando-o onde já existe;
  8. f) intensificar os círculos bíblicos.

Começa também a montagem de serviço e assessorias especiais, tais como a formação de Ministros da Eucaristia, Leitores, Monitores e Dirigentes do Culto; a integração e coordenação dos organismos de Promoção Social – Campanha da Fraternidade, Cáritas, MEB e Assistência Social; a reestruturação da Cúria Arquidiocesana como Centro de Pastoral Arquidiocesano; criação de um Boletim Arquidiocesano; pregação de Missões na Arquidiocese – Semanas de Evangelização. 

No Plano das Paróquias, o Plano Arquidiocesano sugere, já em 1975: “Cada paróquia fará, dentro do plano da arquidiocese e da forania, o seu plano paroquial de pastoral. Neste plano não poderá faltar a organização da catequese paroquial e do culto dominical, nas capelas existentes, com a devida formação dos dirigente do culto e comunidade, além do encaminhamento do conselho Paroquial, seja pastoral, seja administrativo, com o estudo do dízimo…”

  1. Em 1985, foi publicado o último Plano Pastoral Arquidiocesano, pois, naquele ano, foram criadas as Regiões Episcopais. Ao todo, foram onze Planos de Pastoral. A partir de 1986, cada Região Episcopal deveria elaborar seu Plano Pastoral. A Linha de Pastoral da Arquidiocese é que iria dar unidade aos planos pastorais das Regiões Episcopais e todas elas deveriam seguir a que estava expressa no Plano de Pastoral de 1984-1985, que assim rezava: “A partir da verdade sobre Jesus Cristo, a igreja e o Homem, na comunhão e participação, uma clara e profética opção preferencial e solidária pelos pobres em vista de sua libertação integral”. Dom Aloísio retoma a importância da Linha Pastoral, como eixo de unidade na ação pastoral da Arquidiocese, e na Carta sobre a Ação Pastoral na Arquidiocese de Fortaleza, de 1989, assim escrevem Dom Aloísio e seus dois bispos auxiliares, Dom Edmilson e Dom Geraldo: Tendo em vista esses dados, deve agora ficar bem claro para todos que a linha de pastoral da Arquidiocese de Fortaleza é:

“A evangelização da nossa realidade arquidiocesana, a partir do povo oprimido, a partir da evangélica ou profética opção preferencial e solidária pelos pobres, em comunhão fraterna  e participação libertadora, na luz da verdade total sobre Jesus Cristo, a Igreja, o Homem, em vista a uma transformação que seja antecipação e anúncio do Reino Definitivo de Deus” (nº. 48, pág. 13).

  1. Realização do X Congresso Eucarístico Nacional e visita do Santo Padre São João Paulo II à Arquidiocese de Fortaleza, por ocasião do Congresso.
  2. A Assembleia Arquidiocesana de dezembro de 1980 aprovou e o senhor arcebispo criou o Centro de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos – CDPDH.
  3. Começam a surgir, pouco a pouco, desde o início do seu pastoreio, as pastorais sociais, seja a partir dos temas da CF, seja a  partir dos desafios da realidade, seja  ainda por iniciativa do arcebispo a partir de pastorais já organizadas em plano nacional.  A mais antiga parece-me ser a Pastoral Operária, dando continuidade à Ação Católica Operária.
  4. São trazidos para a Arquidiocese diversos movimentos eclesiais, entre eles intensificam-se bastante o Cursilho de Cristandade, o Encontro de Casais com Cristo, a Renovação Carismática.
  5. Nasce na Arquidiocese o Conselho de Leigos. Dom Aloísio dá-lhe total força e por seu desejo o Conselho de Leigos ter-se-ia tornado Conferência, à semelhança da CNBB e da CRB.
  6. 10. São criadas as Regiões Episcopais. Após dois anos de estudo e reflexão e três assembleias arquidiocesanas, sendo uma em 1984 e duas em 1985 (julho e outubro), foram criadas as seis Regiões Episcopais, com o prazo de se organizarem até julho de 1986, quando deveriam ter realizado suas primeiras assembleias, escolhido as coordenações regionais a partir das prioridades do Plano Arquidiocesano de Pastoral então vigente, e apresentado ao senhor arcebispo as listas tríplices para a nomeação dos primeiros vigários episcopais, o que ele fez em julho de 1986.

Os instrumentos do planejamento e da ação de pastoral de conjunto que os vigários episcopais possuíam em suas Regiões eram:

– Coordenação Pastoral;

– Conselho Pastoral;

– Encontro dos padres por região;

– encontro das prioridades  e das pastorais por região;

– assembleias de avaliação e planejamento;

– encontros de formação permanente;

– como recurso financeiro, o retorno de 50% dos 10% que cada paróquia dava à Mitra, para as seis regiões episcopais, distribuídos diferenciadamente, conforme a realidade social e eclesial de cada uma delas.

Em nível de Arquidiocese mantiveram-se o Conselho Episcopal mensal, o Conselho Pastoral trimestral, a Assembleia Arquidiocesana a cada dois anos.

  1. As Visitas Pastorais tornaram-se um momento forte das Regiões Episcopais, pois não eram feitas a uma paróquia, mas à Região Episcopal, com a participação de todos os padres e dos agentes de pastoral da Região, na medida de suas possibilidades. Duas cartas pastorais foram publicadas a partir dessas Visitas: CARTA sobre a Ação Pastoral na Arquidiocese, em 1989, e a Carta Pastoral sobre a Dimensão Missionária da vida cristã, em 1993. Também foi durante a Visita Pastoral à Região Episcopal Metropolitana 1, em 1994, durante a visita ao Penal Paulo Sarasate, que houve o sequestro do senhor arcebispo Dom Aloísio, dos bispos auxiliares Dom Edmilson e Dom Geraldo, do vigário episcopal Pe. Aldo Pagotto, hoje arcebispo de João Pessoa –PB, e de outros acompanhantes.
  2. Áreas Pastorais

Em 1989, Dom Aloísio, em lugar de criar paróquias, passa a criar áreas pastorais. A primeira experiência foi a Área Pastoral da Jurema, com cinco grandes aglomerados humanos, cada um deles com um padre ou uma comunidade religiosa.  Não havia um pároco, nem a centralidade em uma matriz. A área pastoral, no desejo de Dom Aloísio, não era uma quase-paróquia, nem uma localidade que se prepara para ser paróquia, mas um jeito novo de ser paróquia. Por isso a nova titulação. De repente começaram a surgir, sobretudo nas regiões Episcopais Metropolitanas 2 e 3, várias áreas pastorais, cujos decretos oficiais de criação não se encontram na chancelaria da Arquidiocese. Entretanto encontramos a presença dessas áreas pastorais nos relatórios visitas pastorais, encontros e assembleias de algumas Regiões Episcopais.

Áreas Pastorais criadas de 1989 a 1995 durante o ministério episcopal de  Dom Aloísio

  1. Na Região Episcopal Metropolitana 2.
  2. Jurema, Caucaia, 21/11/1989, abrangendo o Conjunto Nova Metrópole, o Conjunto Araturi; o Conjunto Marechal Rondon; o Parque Guadalajara; o Parque Potira;
  3. Granja Portugal;
  4. Parque Genibaú, 08/05/1991;
  5. Barra do Ceará, em 9/6/1992;
  6. Tabatinga;
  7. Álvaro Weyne, em 12 de dezembro de 1994;
  8. Sertão e serra de Caucaia – Capuan;
  9. Tabapuá, em 26 de junho de 1995.

A Paróquia de santa Cecília, com o paroquiato dos padres combonianos passou a se denominar Área Pastoral do Bom Jardim.

  1. B) Na Região Episcopal Metropolitana 3:
  2. Tancredo Neves;
  3. Lagamar;
  4. Lagoa Redonda;
  5. Guajeru;
  6. Conjunto Jereissati I e Timbó;
  7. Itaitinga;
  8. Seminário Seráfico (comunidades vizinhas);
  9. Pisando Chão Novo (São Bernardo e Parque São Miguel);
  10. Conjunto Palmeiras, em 30 de setembro de 1994 (Boletim Informativo nº ;
  11. BR 116 (comunidades marginais);
  12. Seminário Regional de Teologia (comunidades vizinhas);
  13. Dendê e Seis Bocas;
  14. Eusébio.
  15. Região Praia
  16. Pindoretama e Tapera, em 25 de abril de 1992.
  17. Sucatinga.

 

  1. Articulação das Pastorais Sociais

Como fruto da Primeira Semana Social Brasileira na Arquidiocese, em 1991, começa um processo de criação da articulação arquidiocesana das Pastorais Sociais, Organismos e CEBs que continua até hoje. Ao longo dessa caminhada houve muitos frutos: cartilhas de orientação política, a Agência de Notícias Esperança – Anote, a animação, desde 1994, do Grito dos Excluídos, e já agora, no governo episcopal de Dom José Antonio, do Curso de Verão na Terra do Sol, da comissão arquidiocesana do Fundo de Solidariedade e da Festa da Vida. A própria ADITAL, embora não seja órgão juridicamente arquidiocesano, é também fruto dessa articulação das Pastorais Sociais.

 

  1. Projeto do Batismo. A 15ª Assembleia Pastoral, em 1992, aprovou quase unanimemente o Projeto do Batismo, que por dois anos já vinha sendo estudado e refletido nas paróquias e regiões episcopais, como um caminho catecumenal de inserção dos pais na comunidade paroquial como requisito importante para o Batismo.

 

  1. Criação do Secretariado de Pastoral. Também como fruto dessa mesma assembleia, 15ª, Dom Aloísio, após duas reuniões conjuntas, dos Conselhos Episcopal, Presbiteral, Econômico e Colégio de Consultores, da Comissão Ampliada de Pastoral e da Equipe de Articulação, por ele convocadas para dar os encaminhamentos necessários às propostas aprovadas na referida Assembleia, criou no dia 6 de outubro de 1992 o Secretariado Arquidiocesano de Pastoral.

Miguel Brandão


MAIS SOBRE DOM ALOSIO CARDEAL LORSCHEIDER

Dom Aloísio Léo Arlindo Lorscheider – De 26 de março de 1973 a 12 de julho de 1995.

Nascimento: 8 de outubro de 1924, Estrela, RS.
Ordenação presbiteral: 22 de agosto de 1948.
Ordenação episcopal: 20 de maio de 1962.
Bispo de Santo Ângelo, RS: 20 de maio de 1962.
Nomeado arcebispo de Fortaleza: 26 de maio de 1973.
Posse como arcebispo de Fortaleza: 5 de agosto de 1973.
Elevado a cardeal: 24 de maio de 1976.
Nomeado arcebispo de Aparecida, SP: 12 de julho de 1995.
Arcebispo emérito de Aparecida, SP: 28 de janeiro de 2004.
Falecimento: 23 de dezembro de 2007.

Bispos auxiliares de dom Aloísio na Arquidiocese de Fortaleza

Dom Raimundo de Castro e Silva (os dados já se encontram em segundo arcebispo).

Dom Manoel Edmilson da Cruz, do presbitério de Sobral, mas estava a serviço ministerial na Arquidiocese de Fortaleza, desde 1964. Bispo auxiliar: de 3 de julho de 1974 a 18 de maio de 1994.

Nascimento: 3 de outubro de 1924, Acaraú, CE.
Ordenação presbiteral: 5 de dezembro de 1948.
Ordenação episcopal: 6 de novembro de 1966.
Bispo auxiliar de São Luís, MA: 6 de novembro de 1966.
Bispo auxiliar de Fortaleza, CE: 3 de julho de 1974.
Bispo de Limoeiro do Norte, CE: 18 de maio de 1994.
Bispo emérito de Limoeiro do Norte, CE: 6 de maio de 1998. Reside na Arquidiocese de Fortaleza.

Dom Geraldo Nascimento, OFM Cap. Bispo auxiliar: de 22 de dezembro de 1982 a 22 de janeiro de 1997.

Nascimento: 18 de maio de 1936.
Ordenação presbiteral: 29 de junho de 1967.
Ordenação episcopal: 22 de dezembro de 1982.
Bispo auxiliar de Fortaleza: 22 de dezembro de 1982.
Administrador Apostólico de Fortaleza: 12 de julho de 1995.
Bispo auxiliar emérito de Fortaleza: 22 de janeiro de 1997. Reside na Arquidiocese de Fortaleza.

Dom Adalberto Paulo da Silva, OFM Cap – Bispo auxiliar: de 24 de maio de 1995 a 24 de março de 2004.

Nascimento: 25 de janeiro de 1929.
Ordenação presbiteral: 8 de dezembro de 1956.
Ordenação episcopal: 3 de agosto de 1975.
Bispo de Viana, MA: 3 de agosto de 1975.
Bispo auxiliar de Fortaleza: 24 de maio de 1995
Bispo auxiliar emérito de Fortaleza: 24 de março de 2004. Reside na Arquidiocese de Fortaleza.

Principais Ações Pastorais e Administrativas de Dom Aloísio Lorscheider

Elaboração dos Planos de Pastoral Orgânica. Em 1974, foi elaborado o primeiro Plano de Pastoral da Arquidiocese de Fortaleza. A cada ano, era publicado um novo Plano Pastoral, depois de uma avaliação e uma assembleia pastoral. Na conclusão do primeiro Plano Pastoral, em 1974,  Dom Aloisio afirma: “Em nosso Plano Arquidiocesano de Pastoral Orgânica ou de Conjunto não há projetos de foranias, paróquias, comunidades  eclesiais de base, movimentos de 1eigos, associações, organismos, setores de atividade pastoral. Trata-se de um Plano que atinge a Arquidiocese como tal, no seu todo. As foranias, paróquias e demais setores pastorais devem, dentro do objetivo, diretrizes, normas do Plano Arquidiocesano, fazer os seus próprios projetos, montar o seu próprio Plano do Atividades, apresentando-o possivelmente à Cúria Arquidiocesana, ao Setor da Coordenadoria de Pastoral, a fim de que todas as forças vivas da Arquidiocese possam tomar conhecimento das realizações dos setores, evitando repetição das mesmas tarefas no mesmo sentido. Estes planos setoriais são muito importantes, são indispensáveis para uma pastoral eficiente”.
Inicio dos cursos de preparação para o batismo, crisma e matrimônioEm 1974, de acordo com o Plano Pastoral, têm início os cursos de preparação de batismo para pais e padrinhos, de crisma para os jovens, do matrimônio para os noivos. Começa, então, o surgimento nas paróquias das pastorais sacramentais do Batismo, dos Noivos, da catequese de Crisma.
– Elaboração de normas para a recepção do sacramento e outras celebrações. Um dos capítulos do Plano Pastoral de 1975 apresenta as normas para a celebração do Batismo, Confirmação, Eucaristia, Penitência, Matrimônio e Unção dos Enfermos, Exéquias e Liturgia da Palavra.

– Como Ação Arquidiocesana destacam-se, entre outras atividades as seguintes:

a) dar a máxima importância e o primeiro lugar ao anúncio da Palavra de Deus;

b) apoiar e estimular a formação de grupos e comunidades de base no espírito aprofundado do Evangelho;

c) formar em cada paróquia o Conselho Pastoral;

d) concretizar sempre mais a presença da Igreja nos meios humanamente mais pobres, assumindo como áreas prioritárias as comunidades do interior, a periferia de Fortaleza, os ambientes de favela;

e) introduzir nas comunidades o culto dominical, aperfeiçoando-o onde já existe;

f) intensificar os círculos bíblicos.

– Criação de serviços e assessorias

Começa também a montagem de serviços e assessorias especiais, tais como a formação de Ministros da Eucaristia, Leitores, Monitores e Dirigentes do Culto; o serviço de integração e coordenação dos organismos de Promoção Social – Campanha da Fraternidade, Cáritas, MEB e Assistência Social; a reestruturação da Cúria Arquidiocesana como Centro de Pastoral Arquidiocesano; a criação de um Boletim Arquidiocesano; a pregação de Missões na Arquidiocese e Semanas de Evangelização.

– Planos Paroquiais

Em relação às paróquias, o Plano Arquidiocesano sugere, já em 1975: “Cada paróquia fará, dentro do Plano da Arquidiocese e da Forania, o seu Plano Paroquial de Pastoral. Neste plano não poderá faltar a organização da catequese paroquial e do culto dominical, nas capelas existentes, com a devida formação dos dirigentes do culto e da comunidade, além do encaminhamento do Conselho Paroquial, seja pastoral, seja administrativo, com o estudo do dízimo…”

– Congresso Eucarístico e visita do Santo Padre

A Arquidiocese prepara, acolhe e realiza o X Congresso Eucarístico Nacional e recebe com muita alegria e grande multidão de fiéis a visita do Santo Padre São João Paulo II à Arquidiocese de Fortaleza, por ocasião do Congresso.

– Pastorais sociais e criação do Centro de Defesa 

Começam a surgir, pouco a pouco, desde o início do seu pastoreio, as pastorais sociais, seja a partir dos temas da CF, seja a partir dos desafios da realidade, seja ainda por iniciativa do arcebispo a partir de pastorais já organizadas em plano nacional.  A mais antiga é a Pastoral Operária, que dava continuidade à Ação Católica Operária. A Assembleia Arquidiocesana de dezembro de 1980 aprovou e o senhor arcebispo criou o Centro de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos – CDPDH.

– Movimentos eclesiais

São trazidos para a Arquidiocese diversos movimentos eclesiais, entre eles intensificam-se bastante o Cursilho de Cristandade, o Encontro de Casais com Cristo, a Renovação Carismática.

– Conselho de Leigos

Nasce na Arquidiocese o Conselho de Leigos. Dom Aloísio dá-lhe total apoio e por seu desejo o Conselho de Leigos ter-se-ia tornado Conferência, à semelhança da CNBB e da CRB.

– Criação das Regiões Episcopais.

Após dois anos de estudo e reflexão e três assembleias arquidiocesanas, sendo uma em 1984 e duas em 1985 (julho e outubro), Dom Aloísio muda a organização estrutural e pastoral da Arquidiocese, criando seis Regiões Episcopais: Região Episcopal Metropolitana 1 (leste e norte de Fortaleza), Região Episcopal Metropolitana 2 (oeste de Fortaleza, Caucaia, São Gonçalo e Maranguape), Região Episcopal Metropolitana 3 (sul de Fortaleza, Maracanaú, Itaitinga, Pacatuba e Guaiuba), Região Episcopal Praia, Região Episcopal Serra, Região Episcopal Sertão.  As paróquias têm o prazo de organizarem as respectivas Regiões Episcopais até julho de 1986, realizando suas primeiras assembleias, escolhendo as coordenações regionais a partir das prioridades do Plano Arquidiocesano de Pastoral então vigente, e apresentando ao senhor arcebispo as listas tríplices para a nomeação dos primeiros vigários episcopais, o que ele fez em julho de 1986. Os instrumentos do planejamento e da ação de pastoral de conjunto que os vigários episcopais possuíam em suas Regiões eram:
• Coordenação Pastoral;
• Conselho Pastoral;
• Encontro dos padres por região;
• Encontro das prioridades e das pastorais por região;
• Assembleias de avaliação e planejamento;
• Encontros de formação permanente;
Como recurso financeiro, ficou determinado pelo senhor arcebispo o retorno para as regiões episcopais de 50% dos 10% que cada paróquia dá à Mitra, repassados diferenciadamente às Regiões, conforme a realidade social e eclesial de cada uma delas.

– Linha Pastoral como eixo de unidade na ação eclesial da Arquidiocese.

Em 1985, foi publicado o último Plano Pastoral Arquidiocesano, no pastoreio de Dom Aloísio. Ao todo, de 1974 a 1985, foram onze Planos Arquidiocesanos de Pastoral. Com a criação das Regiões Episcopais, a partir de 1986, cada Região Episcopal deve elaborar seu Plano Pastoral. A Arquidiocese define a Linha Pastoral, ou seja, a Diretriz Pastoral, e cada Região, tendo em vista sua realidade específica e a Diretriz Pastoral Arquidiocesana, faz seu Plano Pastoral. A Linha de Pastoral da Arquidiocese é que irá dar unidade aos planos pastorais das Regiões Episcopais e estava expressa no Plano Pastoral de 1984-1985: “A partir da verdade sobre Jesus Cristo, a igreja e o Homem, na comunhão e participação, uma clara e profética opção preferencial e solidária pelos pobres em vista de sua libertação integral”. O arcebispo reforça a importância da Linha Pastoral, como eixo de unidade na ação pastoral da Arquidiocese, na Carta sobre a Ação Pastoral na Arquidiocese de Fortaleza, de 1989. Assim escrevem Dom Aloísio e seus dois bispos auxiliares, Dom Edmilson e Dom Geraldo: “Tendo em vista esses dados, deve agora ficar bem claro para todos que a linha de pastoral da Arquidiocese de Fortaleza é:
A evangelização da nossa realidade arquidiocesana, a partir do povo oprimido, a partir da evangélica e profética opção preferencial e solidária pelos pobres, em comunhão fraterna e participação libertadora, na luz da verdade total sobre Jesus Cristo, a Igreja, o Homem, em vista a uma transformação que seja antecipação e anúncio do Reino Definitivo de Deus” (nº. 48, pág. 13).Como instâncias de firmar e avaliar a unidade pastoral arquidiocesana mantiveram-se o Conselho Episcopal mensal, o Conselho Pastoral trimestral, as Visitas Pastorais e a Assembleia Arquidiocesana a cada dois anos.

– Visitas Pastorais

As Visitas Pastorais tornaram-se um momento forte das Regiões Episcopais, pois não eram feitas a uma paróquia, mas à Região Episcopal, com a participação de todos os padres e dos agentes de pastoral da Região, estes na medida de suas possibilidades. Duas cartas pastorais foram publicadas como resultado dessas Visitas:
– Carta sobre a Ação Pastoral na Arquidiocese, em 1989,
– Carta Pastoral sobre a Dimensão Missionária da Vida Cristã, em 1993.

Inclusive, é bom que se ressalte, foi na Visita Pastoral à Região Episcopal Metropolitana 1, em 1994, que, durante a visita ao Penal Paulo Sarasate, houve o sequestro do senhor arcebispo Dom Aloísio, dos bispos auxiliares Dom Edmilson e Dom Geraldo, do vigário episcopal Pe. Aldo Pagotto, hoje arcebispo emérito de João Pessoa –PB, e de outros acompanhantes.

– Articulação das Pastorais Sociais

Como fruto da Primeira Semana Social Brasileira na Arquidiocese, em 1991, começa um processo de criação da articulação arquidiocesana das Pastorais Sociais, Organismos e CEBs que continua até hoje. Ao longo dessa caminhada houve muitos frutos: cartilhas de orientação política, a Agência de Notícias Esperança – ANOTE, a animação, desde 1994, do Grito dos Excluídos, e já agora, no governo episcopal de Dom José Antonio, o Curso de Verão na Terra do Sol, a comissão arquidiocesana do Fundo de Solidariedade e a Festa da Vida. A própria ADITAL, embora não seja órgão arquidiocesano, é também fruto dessa articulação das Pastorais Sociais.

– Projeto do Batismo.

A 15ª Assembleia Pastoral, em 1992, aprovou quase unanimemente o Projeto do Batismo, que por dois anos já vinha sendo estudado e refletido nas paróquias e regiões episcopais, como um caminho de inserção dos pais na comunidade paroquial como requisito importante para o Batismo.

– Criação do Secretariado de Pastoral. 

Também como fruto dessa mesma assembleia, 15ª, Dom Aloísio, após duas reuniões conjuntas, dos Conselhos Episcopal, Presbiteral, Econômico, Colégio de Consultores, Comissão Ampliada de Pastoral e Equipe de Articulação, por ele convocados para dar os encaminhamentos necessários às propostas aprovadas na referida Assembleia, criou no dia 6 de outubro de 1992 o Secretariado Arquidiocesano de Pastoral.

Congregações Religiosas. 

Dom Aloísio acolheu na Arquidiocese várias congregações religiosas masculinas e femininas.

Congregações Religiosas Masculinas

• Instituto de Vida Apostólica Shalom, 1976;
• Missionários Combonianos do Coração de Jesus, 1987;
• Instituto Nova Jerusalém, 1989;
• Congregação de Jesus e Maria (Eudistas), 1992;
• Congregação dos Missionários de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento (Sacramentinos de Nossa Senhora), 1992;
• Congregação Beneditina do Brasil (Beneditinos), 1993;
• Ordem dos Frades Menores Conventuais (Franciscanos Conventuais), 1994.

Congregações Religiosas Femininas

• Irmãs dos Anjos Adoradoras da Santíssima Trindade, 1980;
• Obra das Filhas do Amor de Jesus Cristo, 1980;
• Instituto Religioso Nova Jerusalém, 1981;
• Religiosas da Sagrada Face, 1983;
• Religiosas de Maria Imaculada, 1985;
• Congregação Imaculada Conceição de Nossa Senhora de Lourdes, 1986;
• Irmãs Salesianas dos Sagrados Corações, 1988;
• Pias Irmãs da Redenção, 1989;
• Irmãs de Nossa Senhora do Calvário (Calvarianas), 1989;
• Irmãs de Santa Elisabete, 1990;
• Irmãs Missionárias de Nossa Senhora das Dores, 1992;
• Ordem de São Bento da Congregação Beneditina do Brasil, 1994;
• Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo (Scalabrinianas), 1995;
• Irmãzinhas da Imaculada Conceição, 1995.

Paróquias criadas

Dom Aloísio criou onze paróquias:

1. Santa Cecília, Bom Jardim, Fortaleza, 1975;
2. Divino Espírito Santo, Cidade Dois Mil, Fortaleza, 1975;
3. Jesus, Maria, José, Vila União, Fortaleza, 1975;
4. Nossa Senhora da Glória, Cidade dos Funcionários, Fortaleza, 1976;
5. Santo Afonso de Ligório, Parquelândia, Fortaleza, 1982;
6. Nossa Senhora da Assunção, Nova Assunção, Fortaleza, 1984;
7. Senhora Sant’Ana, Paramoti, 1986;8. Santo Antônio, Caridade, 1986;
9. Nossa Senhora da Conceição, Pajuçara, Maracanaú, 1992;
10. São João Batista, Horizonte, 1994;
11. Nossa Senhora da Conceição, Conjunto Ceará, Fortaleza, 1995.

Criação de Áreas Pastorais 

Em 1989, Dom Aloísio, em lugar de criar paróquias, passa a criar áreas pastorais. A primeira experiência foi a Área Pastoral da Jurema, com cinco grandes aglomerados humanos, cada um deles com um padre ou uma comunidade religiosa.  Não havia um pároco, nem a centralidade em uma matriz. A área pastoral, no desejo de Dom Aloísio, não era uma quase-paróquia, nem uma localidade que se prepara para ser paróquia, mas um jeito novo de ser paróquia. Por isso a nova titulação. De repente começaram a surgir, sobretudo nas Regiões Episcopais Metropolitanas 2 e 3, várias áreas pastorais, cujos decretos oficiais de criação não se encontram na chancelaria da Arquidiocese. Entretanto encontramos a presença dessas áreas pastorais nos relatórios de visitas pastorais, encontros e assembleias de algumas Regiões Episcopais.

Na Região Episcopal Metropolitana 2

• Jurema, Caucaia, 1989, abrangendo o Conjunto Nova Metrópole, o Conjunto Araturi, o Conjunto Marechal Rondon, o Parque Guadalajara e o Parque Potira;
• Granja Portugal;
• Capuan – sertão e serra de Caucaia, 1990;
• Parque Genibaú, 1991;
• Barra do Ceará, 1992;
• Tabatinga, 1993;
• Álvaro Weyne, 1994;
• Tabapuá, 1995. A Paróquia de Santa Cecília, com o paroquiato dos padres combonianos, passou a se denominar Área Pastoral do Bom Jardim.

Na Região Episcopal Metropolitana 3:
• Tancredo Neves;
• Lagamar;
• Lagoa Redonda;
• Guajeru;
• Conjunto Jereissati I e Timbó;
• Itaitinga;
• Seminário Seráfico (comunidades vizinhas);
• Pisando Chão Novo (São Bernardo e Parque São Miguel);
• Conjunto Palmeiras, em 1994;
• BR 116 (comunidades marginais);
• Seminário Regional de Teologia (comunidades vizinhas);
• Dendê e Seis Bocas;
• Eusébio.

Na Região Praia
• Pindoretama-Tapera, 1992;
• Sucatinga.

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