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[Artigo] Ano da Caridade -1

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Foi de bom alvitre que o nosso Pastor Arquidiocesano, Dom José Antonio, promulgasse o triênio preparatório ao Jubileu do Centenário da Arquidiocese de Fortaleza. 2013 – Ano da Fé, 2014 – Ano da Esperança, 2015 – Ano da Caridade. Dois Simpósios foram realizados com a participação mais de mil pessoas, e uma vasta programação do Jubileu já foi preconizada.
Estamos em um tempo de fortes transformações, em que os fundamentos maiores da vida das pessoas e povos encontram-se de tal modo abalados que se torna necessário anunciar, testemunhar e irradiar o amor de Deus, mesmo que em meio a situações sofridas e desafiadoras. Esta é uma realidade que o Documento de Aparecida indica com clareza (por exemplo, números 38, 42 e 549).
Mesmo assim, nos alegra saber que na Arquidiocese de Fortaleza, estamos vivendo, com muito denodo, um tempo de amor e caridade, dois termos que nosso idioma distingue, mas que a Escritura Sagrada identifica. O Ano da Caridade é, deste modo, um tempo mais propício para que sejam incessantemente tomadas atitudes de amor ao próximo, como consequência do amor de Deus, do amor a Deus. O Ano da Caridade torna-se um tempo para rompermos com tudo o que destrói a vida, banaliza a existência, desconsidera o ser humano e comercializa a relação com Deus e com o próximo. É um tempo que precisa ser assumido dentro de cada um de nós, através de um firme exame de consciência. É um tempo para que o grande Amor de Deus se manifeste desde os pequenos gestos até aquelas grandes atitudes.
2015 precisa ser para nós, católicos da Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção e dos vários municípios circunscritos na Arquidiocese, um tempo para olhar mais em direção ao irmão, sorrir, parar, escutar, acolher e socorrer. Precisa ser um tempo em que sejam capazes, principalmente com atitude, de dizer a quem quer que seja: “tua dor é minha dor”. Precisa ser um tempo em que nossas obras sociais se integram unindo forças, mostrando a capacidade de acolher mais pessoas. Precisa ser um tempo em que façamos uma grande revisão de nosso tempo, do modo como usamos o nosso tempo. Tanta correria atropela as pessoas e esmigalha a ternura. O consumismo nos desumaniza, o individualismo nos resseca, a religião comercializada nos ilude. Só o amor ao próximo, com renúncia ao olhar excessivo sobre nós mesmos, é capaz de compreender e acolher Jesus Cristo. Ele que, sendo de condição divina, não se fechou em si mesmo, mas se esvaziou até à morte de cruz. (cf Fl.2,5ss).
2015 deve ser um tempo para descobrirmos em nós os bons samaritanos do século XXI (cf. Lc 10, 29-37). Deve ser um tempo para fugirmos da tentação de querer “ser cristãos mantendo uma prudente distância das chagas do Senhor “(cf. Evangelli Guadium, 27).
O Ano da Caridade vai terminar em 14 de novembro de 2015, na Festa do Jubileu do Centenário. Até lá, caminhamos com muito entusiasmo, proclamando boas novas em novos tempos, a fim de motivar a prática pessoal e comunitária da caridade. Que todos nós, nesse ano jubilar, possamos estar com o coração mais próximo do Senhor e de toda caridade e, quando for o momento, possamos ouvir dele: “vinde, estive fragilizado e me socorreste (cf. Mt. 25,31-46).
Vivamos com alegria o Ano da Caridade!

Pe. Raimundo Neto
Pároco de São Vicente de Paulo

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