Algum tempo atrás um professor universitário de física me pediu para explicar “as cinco provas” de São Tomás de Aquino para a existência de Deus. De fato não são provas no sentido estrito da palavra, mas ajudam as pessoas chegarem à conclusão da existência de Deus através da inteligência. As “provas da existência de Deus” são provas “não no sentido das provas que as ciências naturais buscam, mas no sentido de argumentos convergentes e convincentes que permitem chegar a verdadeiras certezas” (CIC, No. 31). A primeira “prova” baseia-se no Princípio da Causalidade. Pelos efeitos que constatamos, chegamos à causa. Onde há um efeito deve haver uma causa. Coimo exemplo, vamos examinar uma arvore: das folhas passamos aos ramos, ao tronco, descemos às raízes, chegamos à semente. E, na semente, quem colocou a árvore em potencial, a vida? Nada pode ser a causa de si mesmo porque a causa é sempre maior que o efeito. Assim chegaremos à primeira causa que não foi causada. Alguém?
A segunda “prova” fundamenta-se no Princípio de Movimento. Sabemos que tudo que move foi movido por outra coisa. Nada no mundo move-se sozinho a partir de si mesmo. Portanto, o primeiro movente deve estar fora do mundo. Todo movimento supõe um primeiro impulso, alguém que, lá no começo, deu o primeiro empurrão. Alguém?
A terceira “prova” apela para o Conceito de Contingência. O ser contingente, isto é, transitório, que pode existir ou não existir, supõe o ser necessário, subsistente ao existente. O contingente, o que pode “não existir”, só se explica se existir o que não pode “não ser”. Em outras palavras, o relativo não existe sem o absoluto ou o necessário. Este absoluto pode ser Deus?
A quarta “prova” talvez possa ser chamada a prova da Ordem na Natureza. O homem percebe que há uma organização no Cosmo, desde a movimentação das estrelas e planetas, até a organização encontrada nas plantas, nos corpos dos seres vivos, nas estações e na natureza em geral. Há realmente uma tendência inata nos seres para uma ordem e uma organização. Assim, o homem chega a concluir pela existência de uma inteligência que organizou e comanda essa organização toda. Esta suprema inteligência pode ser Deus?
A quinta “prova” é interessante. O homem dotado de inteligência e liberdade percebe em si uma “lei interior” que sempre o adverte da moralidade de seus atos ou, em outras palavras, uma consciência moral. O homem percebe a existência e necessidade de uma sanção moral que recompensa o bem e pune o mal. Assim ele conclui que existe um legislador dessa lei moral, essa consciência. Alguém deve ser a Lei Suprema. Assim, através de sua inteligência e da filosofia, o homem pode verificar vários atributos de Deus como: a onipotência, a onisciência, a eternidade, a bondade etc. Entretanto, essas “provas” não são suficientes para a crença em Deus. O dom da fé é um dom gratuito, iluminado pela revelação provem da graça divina e é concedido por Deus aos seus escolhidos.
Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald
Redentorista