Nos dia 3 e 4 de fevereiro de 2016 O Conselho Episcopal Pastoral (CONSEP), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) conclamou toda a Igreja Católica no Brasil a continuar a intensificar a mobilização no combate ao mosquito aedes aegyti transmissor da dengue e do vírus Zika. Merece atenção especial o vírus Zika por sua provável ligação com a microcefalia, embora isso não tenha sido provado cientificamente. Microcefalia é uma má-formação congênita que acarreta numa caixa craniana anormalmente pequena. No dia 5 de fevereiro próximo passado o vírus também foi detectado na urina e na saliva, segundo a Fundação Osvaldo Cruz, explicando, contudo, que ainda é muito cedo para saber se trata de um novo tipo de contágio. A gravidade da situação levou a Organização Mundial de saúde a declarar a microcefalia e o vírus Zica emergência internacional. Perante essa situação um grupo de advogados, acadêmicos e ativistas prepara uma ação, a ser entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), que cobra o direito de interromper a gravidez em casos em que a síndrome foi diagnosticada nos bebês.
Segundo Lenise Garcia, doutora em microbiologia e coordenadora do curso de biologia na Universidade de Brasília: “O argumento da ‘liberdade de escolha’ também é equivocado. À maior interessada, que é a criança, não é dada a liberdade de escolher entre sua vida e sua morte. A vida é o primeiro de todos os direitos, e nenhum outro pode existir sem ele” (cf. ÉPOCA, 8/2/’16, p.57). A Igreja Católica defende a vida humana desde a fecundação, até a morte natural. Todo ser humano é querido por Deus, seja ele portador de anomalias ou não. A ciência afirma que desde a fusão do espermatozoide com o óvulo um novo ser tem origem. A Campanha da Fraternidade de 2008, com o tema: “Fraternidade e defesa da vida”, e o lema: “Escolhe pois a vida” apresentou dez efeitos de um aborto provocado: a) Condena à morte um ser humano inocente e indefeso; b) Danifica a saúde física, psíquica e espiritual da mulher; c) Desumaniza as pessoas que o praticam; d) Nega o direito à vida, que é o primeiro de todos os direitos; e) Discrimina os seres humanos, ao decidir quem vai ou não viver; f) Aumenta a violência na sociedade; g) Reduz o ser humano a objeto descartável; h) Ignora a sacralidade e o valor sobre- natural da vida; i) Atenta contra a grandeza da maternidade; j)Desrespeita gravemente a Lei de Deus. Nas palavras da Dra. Lenise Garcia: “Um aspecto particularmente nefasto do aborto eugênico, aquele que ocorre porque o filho em gestão não é ‘perfeito’, é a carga de preconceito que o fundamenta. Estaríamos negando a dignidade da vida de crianças deficientes, vistas como alguém que não deveria estar vivo porque representa um peso para sua família e para a sociedade. Crianças com deficiência merecem ser acolhidas, cuidadas, amadas. Fazem a diferença em suas famílias, contribuindo para que tenhamos um mundo melhor” (op. cit.).
Pe. Brendan Coleman Mc Donald
Redentorista e Assessor da C NBB Reg. NE1
Uma resposta
A síndrome da microcefalia associada ao aborto é apenas uma válvula de escape para grupos que usam o momento para aprofundar a tese de que a vida não tem nenhum valor, já que para viver não pode sofrer nenhuma anomalia,ou seja apto para ocupar espaço na sociedade,no entanto é uma doença que atinge as classes mais pobres do país. É mais um problema que recai sobre estas mães fruto de uma país que não trabalha com prevenção. A vida é o primeiro direito adquirido, a criança indefeso que seria dado esse direito, está lhe sendo negado e quem vai defendê-lo? É necessário que lancemos um olhar ético, moral e humano no que se refere o direito à vida.