Católicos, não somente aqui no Brasil, mas no mundo inteiro, acompanham com profunda vergonha e tristeza as denúncias de abuso sexual de crianças e adolescentes praticados por um número reduzido de padres e religiosos. A imprensa mundial tem noticiado quase diariamente casos acontecidos nos Estados Unidos, na Alemanha, na Irlanda e no Brasil. É importante salientar que o número de religiosos envolvidos em pedofilia ou efebofilia (uma atração para pessoas jovens pós puberdade do mesmo sexo) no Brasil é relativamente pouco. Porém, se fosse somente um padre ou um religioso no mundo inteiro abusando sexualmente de crianças já seria demais. Na Irlanda o papa emérito Bento XVI, em sua carta pastoral dirigida aos bispos, padres e fieis do país, não somente condenou energicamente esses gravíssimos erros de membros da Igreja, mas externando seu remorso e vergonha também pediu perdão aos abusados e afirmou que os envolvidos devem ser julgados pelos tribunais de justiça do país. Sua preocupação principal foi para aqueles que foram abusados. “Sofrestes tremendamente e por isso sinto profundo desgosto. Sei que nada pode apagar o mal que suportastes. Foi traída a vossa confiança e violada a vossa dignidade. É compreensível que seja difícil perdoar ou reconciliar-vos com a Igreja”. (Carta do Papa)
No dia 7 de julho, próximo passado, o Papa Francisco reuniu com algumas das pessoas que foram abusadas. Ele passou meia hora com cada um. Ficou chocado com as histórias dessas pessoas e o consequente sofrimento causado. Alguns dos abusados deram entrevistas depois e contaram como o Papa Francisco, com lágrimas nos olhos, pediu perdão e prometeu “tolerância zero” para o futuro. Ele parabenizou os abusados pela coragem de ter contado sua história. Depois numa missa celebrada no mesmo dia, o Papa Francisco em sua homilia, mais uma vez, condenou energeticamente o abuso sexual de menores por clérigos e religiosos. Falou sobre o terrível sofrimento emocional e espiritual que as pessoas abusadas sofreram. Mencionou as dificuldades que elas tinham encontrado com seus pais, esposos (as) e filhos. Mencionou também algumas tragédias de suicídio. Mais uma vez ele pediu perdão para os pecados e gravíssimos crimes de alguns membros do clero. Finalmente o Papa lembrou aos bispos de sua sagrada obrigação para proteger menores contra pedofilia.
Acredito que a maioria esmagadora dos bispos e padres são homens de Deus, honestos, dignos, levando com seriedade sua vocação e seu ministério sacerdotal, especialmente em prol dos pobres e injustiçados. A lição que a Igreja Católica tira desta sórdida e vergonhosa tragédia é que não há lugar para padres ou religiosos pedófilos nas suas fileiras. O padre pedófilo deve ser denunciado à polícia logo que ele for descoberto como tal, e se o crime for comprovado, enfrentar o rigor da justiça do seu país. Depois seu bispo pode aplicar as penas do Direito Canônico.
Pe. Brendan Coleman Mc Donald – Redentorista.
Respostas de 2
Creio que a postura do Papa Francisco (Igreja) deve ser repercutida dentro das famílias e nos seminários, estabelecendo-se uma parceria entre estes dois órgãos formadores de seres humanos. Derramai sabedoria e coragem sobre a vossa Igreja, Senhor!
As pessoas, crianças ou adultos, que sofrerem por traumas desta natureza, tem que delatar este opressor. Muitos se calam por vergonha e por não serem acreditados pelos os pais ou avós (no caso de criança). Graças a Deus a Igreja acordou para repudiar e penalizar quem usa do hábito ou meios sociais religiosos para cometer tais pecados. Jesus, cura e converte àqueles cujo proceder divergem dos Seus ensinamentos.