Estamos ainda no início do Ano da Caridade, dando continuidade ao triênio promulgado pelo nosso Arcebispo Dom José Antonio, em preparação ao Jubileu do Centenário da Arquidiocese de Fortaleza.
O Ano da Caridade segue em perfeita consonância com o Ano da Esperança (2013-2014), e o Ano da Fé (2012-2013). Dizia-nos o Papa Bento XVI que, pela fé, homens e mulheres confessam a beleza de seguir o Senhor e o reconhecem vivo e presente na vida e na história. Pela fé, os discípulos formaram a primeira comunidade reunida em torno dos Apóstolos, na oração, na fração do pão, e pondo em comum aquilo que possuíam (cf. AT. 2,42-47). Viviam profundamente a experiência da Caridade. “ A fé sem a caridade não dá frutos e a caridade sem a fé seria um sentimento constantemente à mercê da dúvida. Fé e Caridade reclamam-se mutuamente, de tal modo que uma consente à outra realizar o seu caminho “, evidenciou o Papa Bento XVI.
O ano que estamos vivendo com alvíssaras é uma excelente oportunidade para fazermos mais intensamente a experiência de fé, vivendo o testemunho da caridade.
Como nos dizia Santo Agostinho: “se vês a caridade, vês a Trindade”. A caridade da Igreja deve ser manifestação de um amor que procura o bem integral do homem através da evangelização. É amar o serviço que a Igreja dedica aos sofredores e necessitados. É o serviço da caridade.
Nos trabalhos realizados em cada comunidade de nossa Arquidiocese centenária, nossos paroquianos dedicam amorosamente a sua vida a quem vive sozinho, marginalizado e excluído, considerando-o como o primeiro a quem atende, porque é precisamente nele que se espelha o próprio rosto de Cristo.
Diz-nos o Papa Francisco que “a Palavra de Deus ensina que, no irmão está o prolongamento permanente da Encarnação para cada um de nós. Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim mesmo o fizestes”. (Mt.25,40).
Por isso, como já nos lembrava o Papa Bento XVI na Encíclica “Deus Caritas est”, o serviço da caridade é, e será sempre uma dimensão constitutiva da missão da Igreja e expressão irrenunciável da sua própria essência.
A caridade – o amor – é possível, e nós somos capazes de praticá-la porque criados à imagem de Deus. Viver o amor e, deste modo, fazer entrar a luz de Deus no mundo que é o convite que todos nós recebemos e carinhosamente devemos aceitar.
Nossa sociedade contemporânea necessita de testemunho de todos que, iluminados pela Palavra do Senhor, tornam-se sinal vivo da presença do Ressuscitado no mundo. Somos chamados a ser discípulos e missionários da transformação da realidade à luz do Reino de Deus. Nossa missão é comunicar a vida de Cristo a todos. E o testemunho da caridade faz toda a diferença.
Diante das angústias de todos os tempos e dos rostos sofredores de cada ser humano, Cristo nos convoca ao compromisso de fazer com que a beleza da dignidade querida por Deus seja construída em nossa vida. A caridade tornou-se sinal de esperança para tantos desanimados pelas dores da vida.
Em síntese, procuremos durante este Ano da Caridade ser sempre competentes na arte de acolher o próximo, tornando concreta a nossa caridade, ensinada e testemunhada por Cristo. Devemos praticar e viver a caridade em comunhão fraterna porque fomos todos “alcançados” por Cristo. (cf.Fil.3,12-13)