[ARTIGOS] Das partilhas que vivenciei. Dos momentos que marcaram: 11º Encontro Nacional da Pastoral da Juventude – Manaus AM

enpj400“Quando a tristeza te abate o riso se parte, quando acaba a canção. Lembra que na trajetória da Linha da História, tu és Construção.” Pedro Munhoz Primeiro

Quero falar sobre como foi difícil assimilar tudo, como foi inquietante tirar tudo que estava em meu peito e coração e transformar em palavras. Complicado isso! Aos que já tem costume, poxa meus parabéns. Aos que não tem… Pois é! Segundo, devo também descrever o tão quanto emocionado estou escrevendo isso, meus olhos se encharcam de lágrimas ao trazer de volta tudo que vivi nesses dias em Manaus, no XI Encontro da Pastoral da Juventude.

Fecho os olhos, percebi que não era sonho coisa alguma. Vi e senti que era real toda aquela agitação: o cartaz, as pessoas com blusas do encontro, as alegrias de se reencontrar com seus amigos de outros estados, de outras localidades. Era um sentimento doce que sentia, de saber que “Poxa, é verdade mesmo o que disseram sobre tamanha emoção”. Realmente, como sempre repetiam esta frase de Adélia, “O que a memória amou, ficou eterno!”. Fica eterno! Na verdade, o encontro não começou no dia 18 de Janeiro de 2015 e nem terminou dia 25 de Janeiro de 2015, antes dessas emoções, criava-se uma expectativa nos grupos do Whatsapp e Facebook e ai você ficava mais louco ainda que caso não acompanhasse, “sorrie e acene” já dava certo. Inclusive viu!

Como é lindo de ver tanta gente importante falando de nossa caminhada e de nossa composição, arde o coração e não há como segurar as lágrimas (talvez essa tal de “lágrima” vai ser dita várias vezes) de uma paixão fervorosa que corre em nossas veias. “É Jesus este pão de igualdade, viemos pra comungar. Com a luta sofrida de um povo que quer, ter VOZ, ter VEZ, LUGAR.” Ah se todos tivessem a ternura de conhecer esse Jesus que caminha conosco, que caminha com seu povo ali, lado a lado. Que faz morada no coração e não nos deixa perder a fé. Se estamos esmorecendo, existem outros pertinho de você, esperando talvez o momento certo para entrar em cena e nos ajuda a tomar o remo nas mão e continuar a navegar.

Tantos sotaques, tanta gente bonita, tanta gente cativante. Pessoas que ficam na memória: voz, jeito, birras, angustias, apelos. Ouve-se muitos apelos! Sim, ali perto de mim! Perto de você! Segurando o microfone e tentando ser mais coerente possível e expressivo. Difícil isso! Ouço atento tudo que eles dizem, toda vivencia, toda história. Imagino como é a vida na base, na comunidade. “Será aquilo mesmo?!” Pergunto-me. Sempre pergunto! Os que são próximos sabem dessa curiosidade que, não mata gato coisa alguma, mas que enche de esperança quando se tem respostas para perguntas que aguçam minha mente.

Percebo então, depois de várias partilhas, que a necessidade de ir ao encontro do outro é mais urgente quanto imaginávamos. Passei por um dos momentos da minha vida mais gratificante, mas com muita dor no peito. Emoção não faltou. Difícil falar em desigualdade enquanto eu estou escrevendo isso embaixo de um teto e em um computador que digamos, legal que só. Olhar por aquelas pessoas em Missão na Cidade de Deus, mais precisamente no morro da Catita, eu não conseguia dizer, me expressar, ao bater na porta e vê rostos de tanta gente que sofre com isso. E escutar alguém dizer “Estamos com saúde! Deus está conosco!” tem noção disso? Um dia era pouco pra ouvir os tais apelos…

Então chega um momento que Aline Ogliari e Alberto sobem ao palco. Olhos atentos para eles. Estão lendo algo. Uma carta! “Meus queridos e minhas queridas jovens, tenho muita esperança em vocês que dão testemunho com as suas vidas desse Cristo libertador.” (Trecho da Carta de Papa Francisco enviada para o XI Encontro da Pastoral da Juventude). Como Pe. Wandinho disse, que esperamos 10 encontros para se ter isso! Com certeza foi um momento para cada pessoa ali guardar na memória e fazer ressoar toda essa doçura de palavras do Papa. Foi uma festa!

Fui para este encontro com o coração aberto para tudo isso que poderia vir, porém ele veio com excesso de peso. Veio com excesso de esperança. O que fazer com o que sobra? Anunciar e espalhar! Semear e cultivar! É o sentimento que tenho que levar comigo e partilhar com outros. Perceber que o Mestre mora em cada um de nós e sempre, sempre mesmo, ele estar de riso na boca afirmando: “Vinde e vede!”.

Que essa mística de Cristo se perpasse por todo os corações dessa juventude e que se espalhe como orvalho na grama seja ela verde ou não. Que tudo isso que vivenciamos seja dito e seja soprado em nossas vidas. Que possamos partilhar este pão e essa utopia! Não pude abraçar todos, porém, deixo essa partilha para que sintam-se abraçados. Pisaremos novamente no mesmo caminho… Nessas mesmas andanças. Abraços e Paz e Bem.

Caucaia, 31 de Janeiro de 2015

Por Matheus Montenegro, delegado da Arquidiocese de Fortaleza e do Regional Nordeste 1 da CNBB no Encontro Nacional da Pastoral da Juventude em Manaus

Uma resposta

  1. gostaria muito de levar nossa juventude de minha paróquia , realmente trabalhar com a juventude não tem preço boa noite lindas palavras.

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