[ARTIGOS] Francisco, nosso catequista maior!

geovane200Padre Geovane Saraiva*

Por ocasião do início do ano letivo, as comunidades paroquiais também não fogem à regra do restante do mundo, dando início às  suas atividades, dentro do cronograma pastoral das mesmas. Gostaria de me voltar para a catequese da primeira eucaristia, catequese da crisma e catequese de adultos, pensando nos nossos jovens, ungidos pela bondade Deus, na  generosidade de alma e coração, os quais estão à frente da catequese em nossas comunidades. Agradeço e louvo muito ao bom Deus pelos arautos da catequese, seja aqui na nossa Paróquia de Santo Afonso Maria de Ligório, seja pelos missionários catequistas espalhados pelo imenso Brasil, na tarefa de transmitir a fé, com sinais claros de doação, renúncia e generosidade!

Agradeço ao bom Deus por aquele que é o arauto maior da catequese no mundo, o Papa Francisco, no qual todos os catequistas se inspiram, no sentido de realizarem, com renovado ardor missionário, a maravilhosa missão do anúncio da fé. Como são bem acolhidas as palavras incentivadoras do Santo Padre em favor dos catequistas, que inexprimivelmente plantam o amor de Deus no coração de uma infinidade de irmãos e irmãs, não só com ensinamentos teóricos, mas também quando são chamados a testemunhar coerentemente a pessoa de Jesus Nazaré com a própria vida. Como Francisco defende a importância da catequese na Igreja como uma tarefa imprescindível, afirmando que o testemunho dos catequistas cativa os catecúmenos, diante do desafio de abraçar a fé cristã. A sua mensagem vai na direção dos jovens para que assumam em profundidade a tarefa de evangelizar, carregando consigo a mesma marca que está no coração do Sumo Pontífice, ao falar de “Uma Igreja que saia pelo mundo em busca de corações para Jesus”.

Para que a Igreja seja realmente de Cristo, a mesma precisa sair, evangelizar e servir. Daí uma consciência sempre maior, deveria se buscar na fonte espiritual do Filho de Deus, no exemplo de lavar os pés dos discípulos, indicando concretamente o caminho do serviço, que a fé cristã vai muito além das aparências, que cumprir preceitos é bom e indispensável, mas urge ir além, no seguimento de Jesus de Nazaré, como discípulo e missionário. Jesus ao vencer a morte, nos assegurou a ressurreição na vida futura, falando-nos luminosamente da alegria cristã, que consiste em antever pela esperança a glória futura, realidade misteriosa, na promessa do Espírito Santo de Deus, nas palavras deixadas por Jesus, quando subiu para junto do pai: “Recebereis o poder do Espírito Santo, que virá sobre vós para serdes minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judeia e Samaria, até os confins da terra (cf. At 1, 8).

Reforço que o Papa Francisco é o nosso catequista maior quando fala, escreve, exorta, viaja, recebe autoridades e procura o diálogo sincero. Pelo diálogo, a intenção do Augusto Pontífice, é certamente a de sonhar com um mundo fraterno e solidário. Francisco exerceu  a função de habilidoso conciliador no restabelecimento das relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba, rompidas desde 1961. Segundo o Cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin: “Francisco enviou uma carta aos dois presidentes, convidando-os a superar os obstáculos existentes entre seus países e chegar a um acordo, tendo como método, diante das divergências, o diálogo. Se o diálogo for sincero, levará sempre as pessoas a se encontrar e a colaborar, não obstante as diversidades. Deste modo, o Papa convida a todos a uma cultura do encontro”.

Ademais, Francisco vai mais além, a partir de suas profecias, nas celebrações da capela Santa Marta, ao recordar os mártires contemporâneos que morreram e morrem pelas mãos de autoridades corruptas. “Penso nos nossos mártires, nos mártires dos nossos dias, esses homens, mulheres, crianças que são perseguidos, odiados, escorraçados das suas casas, torturados, massacrados. Isso não é algo do passado, hoje também acontece”, declarou, durante a homilia da Missa a qual presidiu na capela da Casa de Santa Marta e relembrou o martírio de João, o Batista: “Aquele rei atônito torna-se capaz de uma decisão, mas não porque o seu coração tenha sido convertido, mas porque o vinho lhe deu coragem. E assim João termina a sua vida sob a autoridade de um rei medíocre, bêbado e corrupto, pelo capricho de uma bailarina e pelo ódio vingativo de uma adúltera. Assim termina o Grande, o maior homem nascido de mulher, relatou” (06.02.2015). Que os catequistas e todos nós, agentes de pastoral, saibamos aprender, pelo diálogo pedagógico e didático do Santo Padre, a busca constante da cultura do encontro. Assim seja!

*Escritor, blogueiro, colunista, vice-presidente da Previdência Sacerdotal e Pároco de Santo Afonso, Parquelândia, Fortaleza-CE – [email protected]

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