O coro e a orquestra da Universidade Federal do Rio Grande do Norte apresentaram a obra Regina Coeli, do compositor Danilo Guanais, que traz referências a ritmos como baião, maracatu, ciranda e galope.
Silvonei José, Manuela Castro – Cidade do Vaticano
Durante a Audiência Geral desta quarta-feira (12/12) com o Papa Francisco, na Sala Paulo VI, os presentes puderam apreciar a apresentação do coro e da orquestra da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, UFRN. Eles não trouxeram simplesmente o talento dos músicos e a beleza da música erudita, também rechearam o espetáculo com a cultura nordestina na obra Regina Coeli para coro e orquestra.
O compositor da obra e professor da UFRN, Danilo Guanais, explica que foi desafiador compor para o texto clássico Regina Coeli. “São apenas quatro linhas, quatro pequenos versos terminados com a palavra Aleluia. Então tive a ideia de escrever uma peça de quatro movimentos, com duração de mais ou menos três minutos cada um, de forma modulada. Cada fragmento tem início e fim. É um tipo de olhar que o compositor contemporâneo tem”, afirma o artista.
O primeiro movimento faz referência ao baião e ao maracatu pernambucano. O segundo traz características da modinha e da ciranda. O terceiro movimento vem com o samba e o lundu. No último, a orquestra ataca com o galope, que é um tipo de ritmo muito usado nas músicas do folclore nordestino. “O Nordeste é cheio de elementos da cultura popular riquíssimos. Alguns estão morrendo, outros renascendo. Por isso é importante resgatar tudo isso”, destaca Guanais.
O obra foi feita especialmente para o encontro com o Papa, como explica o compositor: “Essa é a estreia mundial da minha peça. É um sonho para qualquer compositor ter um trabalho apresentado pela primeira vez numa circunstância como essa”, ressalta o artista.