Balanço da primeira semana da 13ª Assembleia Geral Ordinária para o Sínodo dos Bispos

O secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Steiner, e o arcebispo de São Paulo (SP), cardeal Odilo Pedro Scherer, conversaram com os jornalistas da Rádio Vaticano e fizeram um balanço da primeira semana do Sínodo dos Bispos, no Vaticano, que trata da Nova Evangelização para a Transmissão da Fé.

Acompanhe a íntegra do que foi dito pelos bispos:

Dom Leonardo Steiner

“Acho importante dizer que nesta primeira semana, creio que cada um dos padres sinodais teve uma sensação de uma Igreja universal. De uma Igreja que está presente em diversas culturas. Uma Igreja que procura se encarnar concretamente nas diversas realidades, não só América Latina, Europa, Ásia. A grandeza do Sínodo até o momento está em que cada Padre Sinodal pode sentir uma Igreja Católica, na sua diversidade, na sua grandeza, na sua tentativa de encarnar, na sua tentativa de ser presença de muita esperança, e uma presença de Deus.

Outro elemento talvez importante dessa primeira semana seja o desejo de que a Igreja seja muito mais presente. Uma Igreja humilde, no sentido de não ser uma Igreja que se impõe, mas uma Igreja que anuncia. Uma Igreja humilde como foi humilde a Criança de Belém, o Homem de Nazaré, o Crucificado Ressuscitado. O episcopado latino-americano está trazendo muito presente o Documento de Aparecida. Creio que o Documento possa abrir algumas perspectivas para toda a Igreja Católica”.

Cardeal Odilo Pedro Scherer

“Foi uma semana intensa, após a abertura, que foi muito bonita, com o intervalo no meio para a abertura do Ano da Fé e a comemoração dos 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II, os trabalhos foram intensos desde segunda-feira, 8 de outubro até a noite de sábado, 13 de outubro.

Com a participação de vários Padres Sinodais já deu para formar uma ideia do que se espera da Nova Evangelização, mas também dos vários conceitos que existem. Percebo que não há um conceito unitário sobre a Nova Evangelização. Seria necessário afinar um pouco, mas por outro lado, sente-se urgentemente a necessidade da Nova Evangelização como uma retomada da Evangelização, que em muitos lugares parou, por várias razões, talvez ainda numa mentalidade de cristandade que todo mundo é cristão, todo mundo é católico, e por isso mesmo, o processo de transmissão da fé acontece automaticamente, de geração em geração, a partir da família, da escola, da paróquia. Isto hoje se interrompeu de alguma forma, não inteiramente, mas, em grande parte se interrompeu pelas muitas transformações sociais e culturais havidas nestes últimos tempos, já pelas migrações, o povo das aldeias, das comunidades rurais que foram para as cidades. E isso muda muito a cabeça, as relações humanas e também as relações religiosas e eclesiais, mas por outro lado, as mudanças culturais que colocaram o homem no centro, mais do que o homem, o indivíduo, o sujeito no centro de tudo, de modo que já não está Deus no centro, não está a verdade no centro, não estão os valores absolutos no centro, mas sempre o sujeito, com suas escolhas, os seus gostos, as suas preferências, as suas vantagens. E isso tudo também foi transferido para o campo religioso, de maneira que vale tanto para a não religião, isto é, não querer ter religião, como para a religião ainda praticada, em boa parte, nas muitas formas alternativas de religião que aparecem em que não é Deus o centro, não é a verdade o centro, mas sim os gostos, algumas vantagens. Naturalmente, isto põe a Igreja Católica sob a pressão e a necessidade de rever os seus métodos, suas formas e é necessário retomar a Evangelização de forma renovada, não digo a partir dos conteúdos, porque os conteúdos da Evangelização são sempre o Evangelho, as verdades da fé, as verdades referentes aos valores morais e assim por diante, decorrentes justamente da fé. Porém, o modo de Evangelizar e o modo de se relacionar com o homem atual, com a cultura atual, isso sim muda muito. E é justamente isso que se está procurando no Sínodo, através dos muitos depoimentos, sugestões do que precisa ser destacado, do que deveria ter prioridade, de como fazer com novas iniciativas nas Igrejas locais. Acho que esta primeira semana já foi muito rica. Ela nos deu uma panorâmica de como na Igreja é sentida a necessidade de uma nova Evangelização e também as muitas formas e iniciativas de como essa nova evangelização pode se expressar”.

POR: CNBB

Uma resposta

  1. A igreja tem que retomar seu lugar,onde era nos tempos apostólicos,porque infelizmente foram entrando outras formas de ir ao encontro de Deus,que não é bíblico.O único caminho é Jesus Cristo,ele é o único mediador,intercessor entre Deus e os homens.É Jesus que cura,liberta,salva é ele que deu a vida por nós,e o povo já não lembra disso,só fala mas procura outros caminhos,curas em lugares e pessoas,em visões que leva a distanciar do verdadeiro caminho,do autor e consumador da nossa fé que é JESUS CRISTO. E a igreja tem que ter como fundamento as próprias palavras de Pedro,que responde a Jesus:Tu és o Cristo o filho do DEUS vivo. Jesus disse que as portas do inferno não prevalecerão contra ela.

    Que tudo seja feito para glória de Deus, porque só a ELE é a honra a glória e o louvor.

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