Foi com enorme alegria que os padres redentoristas do mundo inteiro acompanharam a beatificação no dia 18 de junho de 2016 de Madre Maria Celeste Crostarosa, fundadora das Irmãs da Ordem do Santíssimo Redentor. Vivendo uma vida escondida e enclausurada de uma religiosa contemplativa, Maria Celeste não é conhecida fora das comunidades redentoristas e das comunidades das irmãs redentoristinas. Maria Celeste nasceu em Nápoles no dia 31 de outubro de 1696, filha de um casal rico e religioso: D. José e D. Paula Batista que tiveram 12 filhos. Ela foi batizada no dia seguinte do seu nascimento, recebendo o nome de Julia Marcella Santa. Ela foi uma criança cheia de vida e com uma inteligência notável. A partir de seis aninhos ela demonstrou um conhecimento e amor a Jesus muito além de uma criança de sua idade. Aos 22 anos, tendo ido visitar o mosteiro carmelita de Marigliano com sua irmã Úrsula decidiram-se ficar ali. As duas passaram cinco anos aí até o bispo local dissolveu a comunidade e dispersou as religiosas. Durante seu tempo em Marigliano o Pe. Tomás Falcoia (mais tarde bispo) pregou um retiro para a comunidade. Quanto ele descobriu que o mosteiro ia ser fechado ele disse à Maria Celeste e suas duas irmãs (mais uma irmã dela tinha entrado no mosteiro nesta altura) que na opinião dele foi a vontade de Deus que ela e suas duas irmãs devem ir até o recém-criado mosteiro em Scala, perto de Amalfi. Aí, no seu novo mosteiro, Maria Celeste, como noviça, no dia 25 de abril de 1725, teve o início das “revelações” e a redação dos textos de uma nova Regra para um Instituto. Foi aí em Scala também que ela recebeu o nome de Maria Celeste. Sobre a direção do dinâmico bispo Dom Falcoia e com o apoio de Santo Afonso Maria de Ligouri o convento de Scala foi adaptado segundo à Nova Regra que Maria Celeste tinha recebido de Deus no dia 25 de abril de 1725.
A personalidade de Maria Celeste foi apresentada assim: “Ela viveu intensamente o plano da salvação. Como mulher, soube superar as dificuldades de seu tempo, e a sua obra merece um lugar de relevo na história da espiritualidade cristã. Possuía dotes para o governo, era firme nas decisões, entusiasta no empreendimento de sua obra; com notável capacidade de análise e síntese, coragem, e um ardor que se acentuava mais nas dificuldades e obstáculos, encontravam meios geniais para não desistir de realizar o que o Senhor lhe pedia”. Podemos acrescentar que ela foi uma mulher muito inteligente, de personalidade forte, determinada e cheia de energia, e sempre fiel à sua consciência.
O Bispo Dom Falcóia, em setembro de 1730, mandou Pe. Afonso Maria de Ligório a Scala como confessor e pregador no Mosteiro. Maria Celeste, assessorada por Santo Afonso deu forma a uma comunidade que se esforçou para viver plenamente o Evangelho de Cristo em todas as dimensões de sua vida humana e religiosa. “Resumindo uma série de eventos que graças a Deus, no dia 13 de maio de 1731, dia de Pentecostes deu-se finalmente princípio ao novo instituto, com o nome de “Ordem do Santíssimo Redentor”, e aos seis de agosto, festa da Transfiguração do Senhor”, no mesmo ano de 1731, as irmãs receberam o Hábito da Ordem.
Paralelamente à Ordem do Santíssimo Redentor, Santo Afonso fundou, em 1732, a Congregação do Santíssimo Redentor para missionários. Por suas origens, e por seu nome e espiritualidade, a Ordem do Santíssimo Redentor, está ligada à Congregação do Santíssimo Redentor. “Os dois institutos são chamados a realizar um fim comum de maneira complementar. Ambos têm por missão, serem testemunhas fiéis do amor do Pai e continuar assim, com a graça do Espírito Santo, o Mistério do Cristo Jesus, nascido da Virgem Maria, para a salvação da humanidade”. Quando Dom Falcóia quiser ser o único diretor espiritual do Mosteiro em Scala, Maria Celeste, obedecendo a sua consciência não aceitou o pedido do bispo. No dia 25 de maio de 1733 ela e suas irmãs foram obrigadas sair do mosteiro.
Ela então foi para Nocera perto de Salerno, onde, a pedido do Bispo, ele reformou um convento de religiosas. Depois de mais ou menos cinco anos aí, em 1738 foi chamada para Foggia perto do Adriático onde fundou um convento chamado o Convento do Santíssimo Redentor, e onde as irmãs seguiram a Regra que Deus deu à Maria Celeste. Foi realmente um convento ou mosteiro de religiosas vivendo rigorosamente a clausura e seguindo uma vida contemplativa. Não há sombra de dúvida, Maria Celeste foi uma mística que viveu em profunda comunhão e oração com Cristo. O redentorista São Geraldo Magella tinha grande influência espiritual sobre Maria Celeste. Ele era diretor espiritual do mosteiro de Foggia onde Celeste era priora. Ele a chamava de minha priora. Foi no seu amado Convento do Santíssimo Redentor em Foggia, que no dia 14 de setembro de 1755, que a Beata Maria Celeste Crostarosa faleceu no odor de santidade, com 59 anos de idade.
Pe. Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista