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Biotanatologia

padre-Brendan200Biotanatologia é uma palavra formada por três outras do idioma grego: bíos significa vida; thánatos, que representa o deus da morte na mitologia grega; logia que significa estudo. Portanto, Biotanatologia é um estudo ou reflexão sobre a vida vista pela óptica da morte. Na sociedade brasileira a morte ainda é um tabu para a maioria das pessoas. Apesar dos grandes avanços nas ciências e tecnologias contemporâneas não conseguimos conviver com a morte. Neste breve artigo vamos abordar a compaixão que devemos ter pelos chamados doentes terminais, pacientes abandonados quando a medicina convencional não pode fazer mais nada para salvá-los.

Desde a década de cinquenta mais ou menos, “Hóspices” destinados a receber enfermos terminais tão somente para oferecer atendimento paliativo começaram a aparecer na Europa e Nos Estados Unidos. O objetivo desses “Hóspices” não era a medicina curativa, por que isso não existia para aqueles enfermos, mas a medicina assistencial ou paliativa para dar apoio ao paciente tentando aliviar seus sofrimentos físicos, emocionais e, às vezes, espirituais ou religiosos. Hoje há um bom número de “Hóspices” no mundo inteiro, mas principalmente no primeiro mundo, com um “staff” composto de médicos, psicólogos, enfermeiros, fisioterapeutas, religiosos e algumas congregações religiosas etc. Atualmente aqui no Brasil pessoas doentes são levadas para os hospitais e UTIs onde morrem isoladas, em lugar de morrer em casa entre parentes e amigos. As Unidades de Tratamento Intensivo são vitais para pacientes com doenças graves. Porém, talvez não sejam os melhores lugares para pacientes com doenças terminais. Pacientes terminais morrendo nas UTIs morrem entre aparelhos sofisticados, mas isolados de seus familiares e amigos. É melhor que estes pacientes sejam transferidos para um “Hóspice” ou até para seu quarto em casa. Nesses lugares o moribundo encontra alívio dos seus sofrimentos físicos e emocionais através de médicos e psicólogos e em contato com seus familiares e conhecidos. Na cabeça de muitas pessoas a morte é associada è velhice. Porém, hoje um incrível número de jovens morrem em razão de acidentes, drogas, bebidas alcoólicas e violências de toda espécie.

Pessoas conscientes que suas doenças são terminais normalmente têm medo de duas coisas: a) da dor e sofrimento que possivelmente terão de enfrentar; b) medo do desconhecido depois da morte. É possível eliminar o primeiro no “Hóspice” ou com o acompanhamento médico e psicológico em casa. O segundo depende do nível de educação ou crença religiosa do moribundo. A visão cristã da morte é expressa de forma privilegiada no Prefácio da Missa de Esperança: “Senhor, para os que creem em Vós, a vida não é tirada, mas transformada. E, desfeito nosso corpo mortal, nos é dado, nos céus, um corpo imperecível”.

Pe. Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista e Assessor da CNBB Reg. NE1

 

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