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Carta da Páscoa da Pastoral Vocacional

“Cristo ressuscitou! Sim, verdadeiramente ressuscitou!
Aleluia!”

Querido Irmão(ã) em Nosso Senhor Jesus Cristo,

Entramos num novo tempo litúrgico na vida da Igreja e, consequentemente, em nossa vida de cristãos católicos. Falo do Tempo da Páscoa, que se prolongará até o Domingo de Pentecostes. Este tempo é importantíssimo para nós, uma vez que é a Páscoa de Jesus o evento mais importante da nossa fé, pois “se Cristo não ressuscitou vã seria a nossa fé” (I Cor 15,14).

Esse é o período, por excelência, para pensarmos nos acontecimentos de ressurreição na nossa vida, que ocorreram ou ocorrem conosco: pense em quanta coisa boa Deus tem feito na sua vida pessoal, na sua vida de família, na sua vida de vocacionado! Quantas experiências de superação de nossas fraquezas podem comprovar que a vida, vivida no dom do Espírito de Deus, é vencedora sobre a morte. E é o próprio Jesus quem atesta: “No mundo tereis tribulações, mas tende coragem: eu venci o mundo!” (Jo 16,33).

E não é só isso! Basta ver ao nosso redor, por exemplo para um casal: quanta vida Deus transmite a um lar com a chegada dos filhos e filhas – eis um momento de ressurreição, eis um momento de dor, o parto, que é capaz de ser sentido como momento de vida nova, dom de Deus na vida de um casal – experiência pela qual muitos têm passado e podem comprovar, com certeza.

Mais ainda, na vida daqueles que se sentem chamados pelo Senhor para um seguimento mais próximo, na  radicalidade do Sacerdócio Ministerial e da Vida Consagrada, quantas experiências de dor, de renúncias, de ascese que nos fazem mais próximos da Cruz de Jesus, mas quantas experiências de vida nova, de libertação e de ressurreição se vive na medida em que a vida entregue por algo maior se sente realizada e com sentido de que vale a pena entregar a vida pelo projeto de esperança e de amor do Reino de Deus.

Mas, uma pergunta pode nos inquietar: como viver este Tempo da Páscoa como cristão católico? Como você sabe, para tudo na vida é preciso dedicar atenção, até para que as coisas não passem despercebidas – digo isto por que na vida de um toda pessoa, especialmente aqui nossa vida cristã, já estão presentes vários momentos de Ressurreição. Para começo de conversa, logo nos aparece um momento forte que pode ser lugar de ressurreição, é o momento da oração pessoal com o Senhor. Eis aí um lugar de ressurreição, porque o fiel pode perceber o seu crescimento, a sua maturidade humana, a partir da verdade de cada um, colocada na oração como ponte para a superação daquilo que pode atrapalhar e, por outro lado, promover tudo aquilo que anima uma vez que a Páscoa é a superação da morte. Por isso a oração pessoal é, antes de tudo, lugar de ressurreição, lugar de Páscoa! Pense nisso.

O Tempo da Páscoa, como nos atestam os Atos dos Apóstolos, é o tempo em que as comunidades cristãs se preparam e organizam-se, é tempo de escuta atenta da voz do Ressuscitado que é ouvida quando estamos reunidos e unidos – como os discípulos estavam reunidos nas aparições de Jesus Ressuscitado. Assim, a Páscoa de Jesus pode ser vivida por nós, por você, quando estamos reunidos em comunidade, aí, na sua paróquia, na sua pastoral, no seu grupo de oração, movimento, serviço, enfim. Aí o Ressuscitado fala e quer ser escutado. Fala na Palavra, fala no momento da partilha da vida iluminada pela Palavra de Deus, fala quando da recepção dos Sacramentos, na Iniciação Cristã. Ele está presente e fala, de modo excelente na Celebração da Eucaristia. Se o Ressuscitado fala em cada momento desses antes mesmo deles Ele já falou. E como falou? Jesus Cristo vivo falou conosco, falou com cada pessoa, com cada cônjuge, na vida de casal,  com cada vocacionado e vocacionada ao sacerdócio e à vida consagrada, quando estes procuram viver a vida cristã e daí entregam o seu testemunho para a vida da comunidade e para sociedade por vezes descrente e perdida dos valores éticos e cristãos.

Deste modo, o Tempo da Páscoa já se dá, no instante em que vivemos, como obra da graça de Deus, aquilo que a vida cristã pede a cada um: amai-vos uns aos outros, como eu vos amei” (Jo 15,12). E Jesus não força ninguém a nada, mas espera que possamos dizer também com os discípulos de Emaús: “Fica conosco, Senhor!”(Lc 24,29).

Queremos mais uma vez animar e fortalecer todos à uma vida cristã autêntica, e agradecermos todo o bem que tem sido dispensado à formação dos futuros padres, com suas generosas doações materiais, confiando-os à imensa Providência de Deus e a nós nos confiando de que você é sinal da Providência divina no serviço da formação presbiteral.

Animamos ainda uma vez, que cada um se sinta responsável não só pela manutenção dos nosso Seminários, mas pela oração e animação de novas vocações ao Sacerdócio, especialmente à vida sacerdotal diocesana, como afirma no nosso papa Bento XVI: “O Concílio Vaticano II recordou, explicitamente, que o ‘dever de fomentar as vocações pertence a toda a comunidade cristã, que as deve promover sobretudo mediante uma vida plenamente cristã’ (Decr. Optatam totius, 2). Por isso, desejo dirigir uma fraterna saudação de especial encorajamento a quantos colaboram de vários modos nas paróquias com os sacerdotes. Em particular, dirijo-me àqueles que podem oferecer a própria contribuição para a pastoral das vocações: os sacerdotes, as famílias, os catequistas, os animadores. Aos sacerdotes recomendo que sejam capazes de dar um testemunho de comunhão com o Bispo e com os outros irmãos no sacerdócio, para garantirem o húmus vital aos novos rebentos de vocações sacerdotais. Que as famílias sejam ‘animadas pelo espírito de fé, de caridade e piedade’ (Ibid., 2), capazes de ajudar os filhos e as filhas a acolherem, com generosidade, o chamamento ao sacerdócio e à vida consagrada. Convictos da sua missão educativa, os catequistas e os animadores das associações católicas e dos movimentos eclesiais ‘de tal forma procurem cultivar o espírito dos adolescentes a si confiados, que eles possam sentir e seguir de bom grado a vocação divina’ (Ibid., 2).

Uma Feliz e Santa Páscoa!

Fortaleza, 24 de Abril de 2011
Domingo de Páscoa

Pe. Rafhael Silva Maciel
Reitor Seminário Propedêutico
Coord. Arquidiocesano da Pastoral Vocacional

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