Por Jéssica Marçal – Enviada especial a Aparecida (SP)
Dom Alberto vê que as novas comunidades foram suscitadas na Igreja pela ação do Espírito Santo
Durante esta semana, a questão das novas comunidades foi um dos assuntos que esteve na pauta de discussão dos bispos que participam da 51ª Assembleia Geral da CNBB em Aparecida (SP). Esta é uma realidade que se faz cada vez mais presente na Igreja no Brasil e no mundo.
O arcebispo de Belém (PA), Dom Alberto Taveira Corrêa, disse que os bispos começaram a tratar a questão mais de perto nesta assembleia. “O que já é uma grande novidade, porque o assunto entra agora de uma forma mais explícita”, disse.
O arcebispo contou que acompanha de perto as novas comunidades e vê que elas foram suscitadas na Igreja pela ação do Espírito Santo justamente para contribuir com a nova evangelização. Ele citou como exemplo o trabalho realizado na Revista dos ‘Jovens Conectados’, da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB.
“Se a gente observa essa revista dos Jovens Conectados na preparação da Jornada (JMJ), há presença reconhecida e valorizada das comunidades novas como elemento de evangelização da juventude. Para mim, isso é muito significativo e positivo, porque já expressa que a Igreja no Brasil conta com as comunidades novas”.
Sobre as orientações práticas para essas comunidades novas, Dom Alberto informou que ainda não há nada concreto. O assunto debatido na Assembleia apenas manifestou o desejo de que haja orientações de como os bispos devem acolher essas comunidades novas e como podem orientá-las no exercício do seu próprio ministério. “Carisma é Dom de Deus. O bispo não é o proprietário dos carismas, mas cabe a ele um discernimento dos carismas”.
E sobre a atuação dessas novas comunidades na paróquia, que é o âmbito destacado no tema central da Assembleia deste ano (‘Comunidade de comunidades: uma nova paróquia’), o arcebispo de Belém explicou que essa atuação se dá de forma temática. “As comunidades novas não atuam somente nas paróquias. A paróquia é uma organização territorial da Igreja. Eu diria que as comunidades e movimentos entram na vida pastoral de uma forma transversal, temática, segundo o carisma de cada uma dessas comunidades, colocando-se à disposição dos bispos”.
Como exemplo, Dom Alberto citou alguns trabalhos realizados em sua arquidiocese. Há uma comunidade que, junto com o bispo auxiliar, assumiu o trabalho de evangelização das 40 ilhas presentes na arquidiocese. Outras comunidades, segundo ele, atuam diretamente em alguma paróquia. “Portanto, segundo o carisma, há sempre um intercâmbio: carisma – realidade, carisma – paróquia, carisma – diocese, sempre tudo isso mediado pelo ministério do bispo”, concluiu.
Fonte: Canção Nova Notícias