Entre os dias 4 e 9 de agosto a Amazônia ganha destaque no cenário mundial. Uma série de atividades governamentais e da sociedade civil mobilizam o território em vista de discussões e proposições que podem impactar diretamente a vida dos povos e da floresta, bem como repercutirem em toda a Casa Comum.
Compreendendo a importância desses eventos para a Amazônia e os reflexos que eles podem gerar em toda a vida que pulsa na Amazônia e fora dela e com o objetivo de apresentar as atividades e as propostas que estão sendo desenvolvidas, a Comissão Episcopal Especial para a Amazônia preparou um material explicativo (acesse aqui). A proposta, segundo a assessora da CEA, irmã Maria Irene Lopes, é que as comunidades da Amazônia, bispos e todos os povos do território entendam o que irá ocorrer na Amazônia e os impactos que podem gerar.
“Com esse material simples e acessível, queremos que mais pessoas possam se apropriar de toda a mobilização que ocorre na Amazônia nesses dias e participem ativamente”, explicou irmã Irene.
Para a religiosa, a Encíclica Laudato Si’, do Papa Francisco, bem como o processo vivido no Sínodo para a Amazônia e os documentos de lá decorrentes provocam as comunidades a se envolverem e defenderem sempre a Casa Comum.
“A nossa querida Amazônia está na pauta e os povos da terra e toda a Igreja não pode estar alheia a esses movimentos que certamente trarão impactos para as nossas vidas”, afirmou a assessora da CEA.
Diálogos Amazônicos
Durante os dias que antecedem a Cúpula da Amazônia, foi realizado entre 4 e 6 de agosto de 2023, no Hangar Centro de Convenções, em Belém (PA), os “Diálogos Amazônicos”. Organizado pela Secretaria Geral da Presidência da República, os Diálogos são um conjunto de iniciativas da sociedade civil organizada com o objetivo de pautar a formulação de novas estratégias para a região.
Os Diálogos Amazônicos, evento pré-Cúpula, envolveram, desde a sua organização, representantes de entidades, movimentos sociais, academia, centros de pesquisa e agências governamentais, do Brasil e demais países amazônicos. As atividades serão divididas entre 5 plenárias oficiais (organizadas pelo Governo Federal, com ampla participação social) e 4 plenárias transversais, somadas a diversas atividades auto-organizadas por entidades da sociedade civil, academia, centros de pesquisa e agências governamentais.
Cúpula da Amazônia
Também conhecida como a IV Reunião de Presidentes dos Estados Parte no Tratado de Cooperação Amazônica, a Cúpula da Amazônia é um evento que reunirá, nos dias 8 e 9 de agosto de 2023 em Belém (PA), chefes de Estado dos oito países integrantes da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) para fomentar a cooperação entre os países que abrigam o bioma e outros parceiros em vista do desenvolvimento sustentável e outras agendas relacionadas à região.
São esperados na Cúpula da Amazônia os presidentes da Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, bem como representantes de entidades governamentais e civis das respectivas nações. O objetivo da Cúpula da Amazônia é discutir um posicionamento conjunto entre os países amazônicos em relação ao desenvolvimento sustentável da região, por meio do diálogo e do fortalecimento das relações entre entidades governamentais e civis. Esse posicionamento será levado à Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP28, que será realizada nos Emirados Àrabes no final deste ano.
Assembleia dos povos da Terra para a Amazônia
Organizado pela Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), Assembleia Mundial pela Amazônia- AMA, o Fórum Social Pan Amazônico (FOSPA), além de movimentos, redes, coletivos, ativistas, instituições e organizações de povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, caboclos, negros, camponeses, artistas, religiosos, defensores da natureza, comunicadores, acadêmicos, mulheres e habitantes da Amazônia e de outras regiões do planeta, entre os dias 4 a 9 de agosto, será realizada a Assembleia dos Povos da Terra para a Amazônia, em Belém (PA).
Fruto de um processo vivido desde de 2020, esta convocatória tem acordado alguns documentos e propostas que foram levados ao conhecimento dos governos amazônicos. Esses documentos apresentam uma série de propostas para que a Cúpula dos Presidentes da Amazônia adote mandatos claros e precisos, e constituem a base de um roteiro de iniciativas de ação no âmbito da próxima COP28 (Dubai), este ano, e rumo à COP30, que será realizada em Belém (PA), no Brasil, em 2025.
A proposta da Assembleia dos Povos da Terra para a Amazônia é influenciar a Cúpula dos Presidentes e acordar um processo articulado de mobilização de todos os povos da Terra para salvar a Amazônia da atividade humana e das alterações climáticas, para travar as violações sistemáticas dos direitos dos povos e para promover alternativas para uma vida digna em harmonia com a natureza.
Acesse (aqui) toda a programação.
Fonte: CNBB