“Como gostaria de uma Igreja pobre e pelos pobres!”, exclamou esta manhã Papa Francisco

“Como gostaria uma Igreja pobre, para os pobres” – exclamou esta manhã Papa Francisco, quase no final das palavras que dirigiu aos jornalistas, explicando a escolha do seu nome. Inspirado pelo pedido que lhe dirigiu o cardeal Hummes logo que tinha sido eleito: “Não esqueças os pobres!”.

Com palavras e num tom de grande cordialidade, Papa Francisco, referindo a dificuldade de fazer a cobertura mediática de factos que dizem respeito à Igreja – uma realidade que só à luz da fé se pode captar, observou: “A Igreja, embora sendo uma instituição humana, histórica, com tudo o que isso comporta, não tem uma natureza política, mas essencialmente espiritual – o santo Povo de Deus, que caminha ao encontro de Jesus Cristo”.

“Só colocando-se nesta perspetiva é que se pode referir plenamente aquilo que a Igreja Católica realiza” – prosseguiu o Papa. “É Cristo o Pastor da Igreja.”.

“É Cristo o centro, não o sucessor de Pedro. Cristo é a referência fundamental, o coração da Igreja”

Papa Francisco exprimiu todo o reconhecimento da Igreja pela atividade dos homens da comunicação que – disse – têm “a capacidade de recolher e exprimir as expectativas e as exigências do nosso tempo, de oferecer os elementos para uma leitura da realidade”.

A concluir, Papa Francisco – em palavras improvisadas, explicou a razão da escolha do nome, contando que – no conclave, estava ao seu lado o cardeal Hummes, arcebispo emérito de São Paulo – “um grande amigo, um grande amigo!” – que o ia confortando “quando a coisa se tornava um pouco perigosa” (e se entrevia o risco próximo de ser eleito). Quando se superaram os dois terços (contou o Papa), houve um aplauso, o cardeal Hummes abraçou-me e disse-me: “Não te esqueças dos pobres. E aquela palavra entrou aqui: os pobres, os pobres. E logo pensei em Francisco”…

“Francisco é o homem da paz. E assim veio o nome, no meu coração: Francisco de Assis. O homem da pobreza, o homem da paz, o homem que ama e defende a Criação… É o homem que nos dá este espírito de paz, o homem pobre…

Ah, como quereria uma Igreja pobre e para os pobres!” Comovente também o momento dos cumprimentos, em que Papa Francisco não hesitou em abraçar e deixar-se abraçar pelos jornalistas, homens e mulheres, seus conhecidos e amigos. Ou quando, por exemplo, acariciou o cão que acompanhava um invisual, também ele jornalista que o cumprimentava…

No final, quando tudo estava praticamente concluído, foi-lhe recordado que faltava ainda a bênção de rito. Com grande espontaneidade, exprimindo-se em espanhol, Papa Francisco observou que muitos dos presentes não pertencem à Igreja Católica e que outros nem crentes são. Por isso…

“De coração dou esta bênção, no silêncio, a cada um de vós, respeitando a consciência de cada um, mas sabendo que cada um de vós é filho de Deus”. Que Deus vos abençoe!” (aplausos)

O encontro decorreu na ampla sala das Audiências, começando mesmo um pouco antes das 11h. O costume de conceder no início do pontificado uma audiência aos profissionais da informação remonta a João Paulo II. Também Bento XVI concedeu uma audiência semelhante, a 23 de abril de 2005, cinco dias após a sua eleição.

A Santa Sé revelou ter recebido mais de 5500 pedidos de acreditação para o acompanhamento do Conclave, a que se somam cerca de 600 profissionais com acreditações permanentes.

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