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CRB 70 anos: religiosos e religiosas de mãos dadas no espírito de intercongracionalidade, com carismas fortalecidos

A Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) celebrou seus 70 anos num congresso que reuniu cerca de 800 religiosos e religiosas de todo o país, em Fortaleza (CE), entre os dias 30 de maio e 2 de junho. A temática escolhida para aprofundamento foi “Memória, Mística, Profecia e Esperança”. O evento foi encerrado com a missa presidida pelo bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Ricardo Hoepers.

Em sua homilia, ele destacou que a memória agradecida feita durante o encontro permitiu “relembrar as maravilhas da ação de Deus na história da CRB”; que a “mística reavivada” deu alento e fortaleceu a fé; e que a “profecia resgatada nos impulsionou para a beleza da loucura da cruz”.

Para ele, o que expressou mais forte no encontro foi “a necessidade de que todos os religiosos e religiosas consagrados possam se dar as mãos neste espírito de intercongracionalidade, e voltem para suas comunidades com seus carismas fortalecidos pelo bem de toda a Igreja, Corpo místico de Cristo”.

Levanta-te, vem para o meio

Dom Ricardo refletiu sobre o Evangelho do 9º Domingo do Tempo Comum (Mc 2, 23-3,6) a partir de três frases de Jesus: “Levanta-te e fica aqui no meio!”, “É permitido no sábado fazer o bem ou o mal? Salvar uma vida ou deixa-la morrer?” e “Estende a mão”.

A primeira, significa o chamado de Deus, o resgate da dignidade, o revigoramento da vocação e a recuperação da história e recentralização do sentido da vida.

Em seguida, o questionamento frente à dureza do coração: “Na exigência do sábado Jesus nos lembra o quanto podemos desvirtuar as leis de Deus, o quanto podemos engessar nossas regras e estatutos e o quanto podemos esfriar nossas relações em na defesa das nossas estruturas”.

A terceira frase, é a resposta para desconstruir a dureza de coração, as estruturas desumanizantes. “Estender a mão… o pecado pessoal e o egoísmo, as estruturas de pecado e o individualismo exacerbado ressequiram a mão humana que recebeu de Deus tantos dons”.

“Estender a mão é recuperar a missão de trazer a humanidade para o sonho de Deus, é o sinal e o testemunho de esperança que a vida religiosa e consagrada pode recuperar para a humanidade”, disse dom Ricardo.

Dom Ricardo motivou os religiosos a seguirem com perseverança:

“Queridos religiosos e religiosas: tenham as mãos de vocês segurando as mãos de Cristo, e perseverarem sem soltar das mãos d’Ele, e assim poderão resgatar os sonhos de Deus, recuperando no chronos o sinais e os vestígios do kairós divino que recompõe e religa a humanidade e toda a natureza criada”.

“Que suas mãos erguidas e estendidas sejam sempre para ajudar o outro, sejam o sinal do Corpo de Cristo, que gera a vida e não perde nenhum dos que vos foram confiados a vocês”, destacou.

Destaques do Congresso

O Congresso começou com uma Celebração Eucarística, presidida pelo arcebispo de Fortaleza e presidente da Comissão Episcopal para a Cultura e Educação da CNBB, dom Gregório Paixão, e concelebrada por 21 sacerdotes de diferentes estados do país. Marcou também o início do evento a mensagem do Papa Francisco para os religiosos e religiosas que estão a serviço da Igreja no Brasil.

Ainda na cerimônia de abertura, houve a apresentação de tapetes confeccionados pelas 20 regionais da CRB Nacional, que narraram a história da conferência, retratando a diversidade e a realidade da instituição.

O primeiro dia do Congresso dos 70 anos, contou também com a exibição de um documentário com a participação de ex-presidentes da Conferência dos Religiosos, além de músicas, fotos e vídeos com as marcas das sete décadas de “mística, profecia e esperança”.

No segundo dia, os religiosos fizeram uma peregrinação ao Santuário São Francisco das Chagas de Canindé.

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Já no terceiro dia, a profecia ganhou destaque com um momento celebrativo com aqueles que doaram a vida pela causa do Evangelho. Foram lembrados: irmã Dorothy, irmã Genoveva, dom Pedro Casaldáliga, dom Tomás Balduíno, padre Ezequiel Ramin, Chico Mendes, padre Josimo Morales, dom Oscar Romero, entre outros.

Na homilia da missa, o bispo auxiliar de São Paulo (SP) e presidente da Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB, dom Ângelo Mezzari, afirmou que a autoridade da Vida Religiosa está na fidelidade ao projeto de Jesus: “É em nome de Jesus Cristo que vivemos, planejamos, sofremos e damos a vida. Esse é o fundamento da nossa autoridade”.

O terceiro dia também foi oportunidade de os participantes interagirem em quinze oficinas temáticas. Também houve partilha em coletiva de imprensa com a presidente da CRB, irmã Eliane Cordeiro; dom Ângelo Mezzari; e a secretária executiva da Confederação Latino-Americana de Religiosos e Religiosas (CLAR), irmã Daniela Cannavina. O final do dia foi de celebração festiva e cultural.

Fonte: CNBB.

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