Dois crimes bárbaros chocaram o mundo durante as últimas duas semanas. (i) Quando um homem atirou do 32º. Andar do resort Mandalay Bay, contra a multidão que participava de festival de música country em Las Vegas, USA. Ele matou 59 pessoas e deixou 500 feridos gravemente. (ii) O segundo crime bárbaro aconteceu quando um vigilante ateou fogo em creche de Janaúba, MG matando nove crianças e sua professora antes de tocar fogo no próprio corpo. Cerca de vinte cinco crianças foram socorridas e levadas para Belo Horizonte alguns em estado grave. Será que Deus é culpado pelo mal que há no mundo? Porque Deus permitiu essas duas chocantes tragédias acima mencionadas?
Nós homens temos a possibilidade de usar bem ou mal da nossa liberdade, inteligência, vontade etc. Mas quem é responsável por essa decisão somos nós, não Deus. Segundo o Prof. Felipe Aquino “Deus confiou no homem, aceitou correr o risco de nos fazer livres, para sermos grandes, sua imagem e semelhança, e permitiu até que o homem pudesse usar mal dessa liberdade para se opor a Ele, como também fizeram muitos anjos”. “Segundo o mesmo autor: “Deus nos deu inteligência para discernir o bem e o mal: colocou em nós a consciência, a Sua voz que nos diz: ‘faça o bem, evite o mal’, como uma lei natural que independe de religião, crença ou nação”.
Mas há pessoas que perguntam: Por que Deus não criou um mundo tão perfeito que nele não possa existir mal algum? O Catecismo da Igreja Católica responde: “Se Deus Pai todo-poderoso, Criador do mundo ordenado e bom, cuida de todas as suas criaturas, por que então o mal existe? Para esta pergunta tão premente quão inevitável, tão dolorosa quanto misteriosa, não há uma resposta rápida. É o conjunto da fé cristã que constitui a resposta a esta pergunta: a bondade da criação, o drama do pecado, o amor paciente de Deus que se antecipa ao homem por suas Alianças, pela Encarnação redentora de seu Filho, pelo dom do Espírito, pelo congraçamento da Igreja, pela força dos sacramentos, pelo chamado a uma vida bem-aventurada à qual as criaturas livres são convidadas antecipadamente a assentir, mas da qual podem, por um terrível mistério, abrir mão também antecipadamente. Não há nenhum elemento da mensagem cristã que não seja, por uma parte, uma resposta à questão do mal”. São Tomás de Aquino afirma: “Segundo seu poder infinito, Deus sempre poderia criar algo melhor. Todavia, em sua sabedoria e bondade infinitas, Deus quis livremente criar um mundo ‘em estado de caminhada’ para sua perfeição última. Juntamente com o bem físico existe o mal físico enquanto a criação não houver atingido sua perfeição”. Do maior mal cometido a rejeição e morte do Filho de Deus, por causa de nossos pecados, Deus tirou o maior dos bens: a glorificação de Cristo e nossa Redenção. Porém, nem por isso o mal não se converte em um bem.
Pe. Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista e Assessor da CNBB Reg. NE1