No “Documento de Fortaleza” aprovado por 82 bispos no Encontro da CNBB dos Bispos do Nordeste na sexta feira, dia 8 de agosto, próximo passado, há dez “compromissos” para nos orientar. Ente os quais há um que diz: A Igreja Católica deve estar aberta “ao diálogo ecumênico e ao diálogo inter-religioso”. Também, recentemente, o papa Francisco falou sobre a importância do ecumenismo e do diálogo inter-religioso. Porém, muitas pessoas confundem a palavra ecumenismo com as palavras “diálogo religioso” e a palavra “unidade” com a palavra “uniformidade”. Podemos começar com uma definição de ecumenismo que é: “a aproximação, a cooperação, a busca fraterna da superação das divisões entre as diferentes igrejas cristãs: os católicos, os evangelhos, os ortodoxos e os habitualmente chamados protestantes”. Ecumenismo é a vontade de Jesus: “que todos sejam um, como Tu, Pai, estais em mim e eu em Ti; que também eles estejam em nós, a fim do que o mundo creia que Tu me enviaste” (Jo 17, 21).
Jesus, então, não quer seus discípulos divididos por doutrinas e estruturas religiosas. Estas são formas de compreender o Evangelho, e as diferenças entre elas não precisam dividir os cristãos. Cada Igreja deve contribuir para a comunhão do povo de Deus cultivando o respeito, a acolhida e o amor mútuo entre todos os fiéis em Cristo. O “Diálogo Inter-religioso” é um inter-relacionamento respeitoso com grupos religiosos não cristãos. Unidade não significa uniformidade. As legítimas diferenças são respeitadas e acolhidas como enriquecimento da unidade. Podemos ser diferentes dentro de certos limites que é uma coisa muita enriquecedora. O ecumenismo é fundamentado em muitos textos bíblicos, como por exemplo: Jo 10,30; Ez 36, 24-28; 1Cor 5, 19; AT 2, 42-47; Gl 3,28; 1Cor 12,3; 1Tim2,5; Jo 13.35; Jo 11,52; Mt 5,21 ss; e Jo 17, 21 etc.
O livro intitulado “O que é Ecumenismo” da CNBB, (4ª. Edição, Paulus, 2008) para tranquilizar cristãos preocupados com certos aspectos do conceito ecumenismo, apresentou sete itens sobre o que o ecumenismo NÃO é:
a) juntar todas as Igrejas numa só, como o quem faz sopa no liquidificador;
b) deixar de crer no que ensina a sua Igreja para viver em paz com todo o mundo;
c) fazer de conta que é tudo a mesma coisa, que não há diferenças nem problemas;
d) um jeito simpático de seduzir o outro para a sua igreja;
e) aceitar sem espírito crítico o que vem de outros grupos já que todos somos da mesma família cristã;
f) exigir que o outro se acomode às nossas doutrinas e tradições; e
g)manter boas relações quando estamos com membros de outras Igrejas só por boa educação, sem sinceridade na valorização do outro ( cf. op. cit. P.11).
Então, para deixar bem claro em que o ecumenismo consiste, podemos citar mais uma vez a publicação da CNBB sobre este tema.
Ecumenismo é:
a) conversão de coração para reconhecer o que há de bom nas outras Igrejas cristãs;
b) ficar alegre com o muito que temos em comum, em vez de ficar buscando motivo para briga;
c) procurar conhecer as outras Igrejas, sem preconceito e sem ingenuidade também;
d) colaborar com os irmãos de outras Igrejas em tudo o que ajuda o progresso do Projeto do Reino;
e) orar pela unidade, com seriedade e ternura;
f) tratar as outras Igrejas como gostamos que a nossa seja tratada;
g) buscar a verdade juntos, lealmente, no desejo sincero de sermos, todos, cada vez mais fiéis a Jesus ( cf. op. cit. P. 12).
Pe. Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista