Papa Francisco faz chegar a todos a mensagem papal no dia 1º. de Janeiro de 2019 – Dia da Fraternidade Universal, Dia Mundial da Paz. Poderemos ter o texto completo nos meios de comunicação social. Apenas queremos aqui destacar algumas reflexões do Santo Padre, o Papa Francisco, que nos serão de inspiração durante todo este Novo Ano que se inicia. Estas são palavras da Mensagem do Papa Francisco:
«A paz esteja nesta casa!»
“Jesus, ao enviar em missão os seus discípulos, disse-lhes: «Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: “A paz esteja nesta casa!” E, se lá houver um homem de paz, sobre ele repousará a vossa paz; se não, voltará para vós» (Lc 10, 5-6).
Oferecer a paz está no coração da missão dos discípulos de Cristo. E esta oferta é feita a todos os homens e mulheres que, no meio dos dramas e violências da história humana, esperam na paz. [ Cf. Lc 2, 14: «Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens do seu agrado».] A «casa», de que fala Jesus, é cada família, cada comunidade, cada país, cada continente, na sua singularidade e história; antes de mais nada, é cada pessoa, sem distinção
nem discriminação alguma. E é também a nossa «casa comum»: o planeta onde Deus nos colocou a morar e do qual somos chamados a cuidar com solicitude. Eis, pois, os meus votos no início do novo ano: «A paz esteja nesta casa!»
Papa Francisco passa, em seguida, a tratar de um modo concreto de construção da paz, abordando o desafio da boa política: “«Se alguém quiser ser o primeiro – diz Jesus – há de ser o último de todos e o servo de todos» (Mc 9, 35). Como assinalava o Papa São Paulo VI, «tomar a sério a política, nos seus diversos níveis – local, regional, nacional e mundial – é afirmar o dever do homem, de todos os homens, de reconhecerem a realidade concreta e o valor da liberdade de escolha que lhes é proporcionada, para procurarem realizar juntos o bem da cidade, da nação e da humanidade».[Carta ap. Octogesima adveniens (14/V/1971), 46.]
Com efeito, a função e a responsabilidade política constituem um desafio permanente para todos aqueles que recebem o mandato de servir o seu país, proteger as pessoas que habitam nele e trabalhar para criar as condições dum futuro digno e justo. Se for implementada no respeito fundamental pela vida, a liberdade e a dignidade das pessoas, a política pode tornar-se verdadeiramente uma forma eminente de caridade.”
E como é seu costume exemplificar com palavras lapidares, afirma o Papa Francisco: “A propósito, vale a pena recordar as «bem-aventuranças do político», propostas por uma testemunha fiel do Evangelho, o Cardeal vietnamita Francisco Xavier Nguyen Van Thuan, falecido em 2002:
Bem-aventurado o político que tem uma alta noção e uma profunda consciência do seu papel.
Bem-aventurado o político de cuja pessoa irradia a credibilidade.
Bem-aventurado o político que trabalha para o bem comum e não para os próprios interesses.
Bem-aventurado o político que permanece fielmente coerente.
Bem-aventurado o político que realiza a unidade.
Bem-aventurado o político que está comprometido na realização duma mudança radical.
Bem-aventurado o político que sabe escutar.
Bem-aventurado o político que não tem medo.
E após mencionar os vícios da política, ressalta que a boa política promove a participação dos jovens e a confiança no outro, é não à guerra nem à estratégia do medo, mas um projeto de paz.
Conclui que “A paz é uma conversão do coração e da alma, sendo fácil reconhecer três dimensões indissociáveis desta paz interior e comunitária:
– a paz consigo mesmo, rejeitando a intransigência, a ira e a impaciência e – como aconselhava
São Francisco de Sales – cultivando «um pouco de doçura para consigo mesmo», a fim de oferecer «um pouco de doçura aos outros»;
– a paz com o outro: o familiar, o amigo, o estrangeiro, o pobre, o atribulado…, tendo a ousadia do encontro, para ouvir a mensagem que traz consigo;
– a paz com a criação, descobrindo a grandeza do dom de Deus e a parte de responsabilidade que compete a cada um de nós, como habitante deste mundo, cidadão e ator do futuro.
Neste dia em que a Liturgia da Igreja na celebração da oitava do Natal soleniza Maria, Mãe de Deus e Mãe da Igreja, é com Ela, que reconhecemos que: “A «misericórdia do Todo-Poderoso estende-se de geração em geração sobre aqueles que O temem. Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos. Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes (…), lembrado da sua misericórdia, como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência, para sempre» (Lc 1, 50-55).
“A política da paz, que conhece bem as fragilidades humanas e delas se ocupa, pode sempre inspirar-se ao espírito do Magnificat que Maria, Mãe de Cristo Salvador e Rainha da Paz, canta em nome de todos os homens.”
Em comunhão de fé e caridade iniciamos, em união de propósitos com o Papa Francisco, um Novo Ano Abençoado pelo Senhor que está conosco.
+ José Antonio Aparecido Tosi Marques
Arcebispo Metropolitano de Fortaleza
Uma resposta
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