“Caminhamos com Maria, Mãe de Misericórdia.”
“Salve Rainha, Mãe de Misericórdia…
Estamos vivendo o Ano Jubilar Extraordinário da Misericórdia. De modo especial neste ano gostaríamos de motivar a nossa “Caminhada com Maria” realizada na celebração de Nossa Senhora da Assunção, Padroeira da Cidade de Fortaleza, nossa Mãe, Mãe da Igreja, na mesma celebração jubilar.
Há catorze anos estamos, Igreja de Deus em Fortaleza, realizando esta manifestação pública de caminho com Maria, a Mãe de Jesus dada a nós no momento redentor da cruz (cf. Jo 19, 25-27). Verdadeira discípula do Senhor, ela nos ensina com seu seguimento de Jesus o nosso próprio seguimento de discípulos. De fato, Jesus nos disse: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vai ao Pai se não por mim.” (Jo 14,6). E do próprio testemunho da Palavra de Deus vemos Maria no seguimento perfeito deste Caminho em todos os seus passos: do nascimento e infância, pela vida pública no anúncio do Evangelho, na paixão e morte de cruz até a glória da ressurreição.
O Santo Rosário propõe maior conhecimento dos mistérios de nossa redenção: desde o acolhimento da Palavra de Deus que em nós desperta a firmeza da Fé, pelo caminho no seguimento de Jesus que dá a alegria da Esperança, até a solidariedade na Caridade que nos faz viver a Vida de Deus.
Assim nos recorda o Papa Francisco na Bula que determinou o Ano Jubilar Extraordinário da Misericórdia: “O pensamento volta-se agora para a Mãe da Misericórdia. A doçura do seu olhar nos acompanhe neste Ano Santo, para podermos todos nós redescobrir a alegria da ternura de Deus. Ninguém, como Maria, conheceu a profundidade do mistério de Deus feito homem. Na sua vida, tudo foi plasmado pela presença da misericórdia feita carne. A Mãe do Crucificado Ressuscitado entrou no santuário da misericórdia divina, porque participou intimamente no mistério do seu amor. Escolhida para ser a Mãe do Filho de Deus, Maria foi preparada desde sempre, pelo amor do Pai, para ser Arca da Aliança entre Deus e os homens. Guardou, no seu coração, a misericórdia divina em perfeita sintonia com o seu Filho Jesus. O seu cântico de louvor, no limiar da casa de Isabel, foi dedicado à misericórdia que se estende « de geração em geração » (Lc 1, 50). Também nós estávamos presentes naquelas palavras proféticas da Virgem Maria. Isto servir-nos-á de conforto e apoio no momento de atravessarmos a Porta Santa para experimentar os frutos da misericórdia divina. Ao pé da cruz, Maria, juntamente com João, o discípulo do amor, é testemunha das palavras de perdão que saem dos lábios de Jesus. O perdão supremo oferecido a quem O crucificou, mostra-nos até onde pode chegar a misericórdia de Deus. Maria atesta que a misericórdia do Filho de Deus não conhece limites e alcança a todos, sem excluir ninguém. Dirijamos-Lhe a oração, antiga e sempre nova, da Salve Rainha, pedindo-Lhe que nunca se canse de volver para nós os seus olhos misericordiosos e nos faça dignos de contemplar o rosto da misericórdia, seu Filho Jesus. (MV 24) ”
Com meditações colhidas da Palavra de Deus, do Ensinamento da Igreja, na contemplação e oração, nos fazemos abertos à ação do Espírito Santo. Como em Maria, quer se encarnar Jesus em nós, fazendo-nos na misericórdia um com Ele e entre nós – seu Corpo, sua Igreja.
Desejamos que todos possam melhor colher os frutos de nossa redenção que o Senhor disponibiliza aos que se abrem ao Seu Amor. Que nossa Igreja e cada um de nós sejamos “Misericordiosos como o Pai” (Lc 6, 35).
+ José Antonio Ap. Tosi Marques
Arcebispo Metropolitano