[Editorial/junho_2015] “Novas Diretrizes”

“Novas diretrizes”“Só com a união fraterna que se poderá chegar naquilo que se deseja: a saúde para todos”, dom José Antonio Aparecido Tosi Marques na abertura da CF 2012

 

“A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, com as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora (DGAE) – 2015-2019, prossegue a sua história de promoção da pastoral orgânica de conjunto no Brasil. Desde o Plano de Emergência (1962), no clima do Concílio Ecumênico Vaticano II, os Bispos têm tomado decisões colegiais a respeito da evangelização em suas Igrejas particulares, apresentando-as sob a forma de Planos e de Diretrizes.  Na sua Assembleia Ordinária de 2014, a CNBB decidiu dar continuidade às DGAE 2011-2015, atualizando-as à luz da Exortação apostólica Evangelii Gaudium, sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual. A continuidade foi motivada pela necessidade de dar prosseguimento ao processo de aplicação do Documento de Aparecida, que é a principal referência das Diretrizes 2011-2015. O renovado empenho missionário que a Conferência de Aparecida nos pede e o amplo processo de “conversão pastoral” que ela propõe, estão em pleno curso. Além disso, a revisão das DGAE à luz da Evangelii Gaudium mostrou-se igualmente necessária. O Papa Francisco apresentou a sua Exortação indicando caminhos para o percurso da a Igreja nos próximos anos1 e convocou toda a Igreja a “avançar no caminho da conversão pastoral e missionária”, a “não deixar as coisas como estão” e a se “constituir em estado permanente de missão”.2 A recepção da Evangelii Gaudium pela Igreja no Brasil reforça e aprofunda as grandes opções da Conferência de Aparecida assumidas pela CNBB, em suas diretrizes para ação evangelizadora. A celebração do quinquagésimo aniversário da conclusão do Concílio Vaticano II (08.12.1965) e o Ano Santo Extraordinário da Misericórdia (08.12.2015 a 20.11.2016) nos convidam a prosseguir no caminho da renovação pastoral, no contexto de uma nova evangelização, com novo ardor missionário e criatividade pastoral.

Com renovada consciência de que a evangelização continuamente parte da contemplação de Jesus Cristo presente em sua Igreja e se desenvolve em diálogo com os contextos em que se realiza, estas Diretrizes são oferecidas a todas as Igrejas particulares do Brasil e demais organismos eclesiais. Que elas possam contribuir para que a “alegria do Evangelho” renove profundamente nossas comunidades e anime continuamente nosso entusiasmo missionário.” (DGAEIB 2015-2019, 1-3)

Com esta apresentação inicial extraida das mesmas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, aprovadas na Assembleia Geral dos Bispos do Brasil (CNBB) para os anos 2015 a 2019, realizada em Aparecida, junto ao Santuário de Nossa Senhora, nos dias 15 a 24 de abril passados.

Destacamos o grande empenho que a Igreja Católica no Brasil tem se lançado à saída missionária e renovadora da Igreja em sua missão no mundo, como tanto estimulada pelo Papa Francisco em continuidade e novo ardor dos papas imediatamente anteriores.

Assim, de modo muito direto as Diretrizes, como são chamadas com simplicidade no ambiente da Igreja, nos levam a retomar elementos fundamentais para a vida e a missão da Igreja em nosso tempo em nosso país.

“Partir de Jesus Cristo” – é o título do primeiro capítulo, que nos faz voltar ao fundamento único e insubstituível de toda a vida cristã. É Jesus a pedra fundamental sobre a qual tudo se constroi e não há outra. Isto é já sabido. O que se destaca é a necessidade de uma experiência pessoal e fundante de encontro com o Senhor em Jesus. Este é o ponto de partida da fé e da vida cristã e se manterá sempre como o alicerce e o motivo de toda a ação missionária e evangelizadora da Igreja.

“Marcas de nosso tempo” – chamam a atenção para uma “leitura dos sinais dos tempos”, como já lembrava o Papa São João XXIII na abertura do Concílio Vaticano II, há 50 anos. Somos chamados a olhar, com olhos de discípulos de Cristo, o mundo em que vivemos com suas luzes e sombras, seu modo de viver, seus clamores, mesmo inconscientes, pela Verdade e pela Vida, sem conhecer o Caminho que é Jesus. Diante destas marcar do tempo nosso em que vivemos, de suas perguntas e desafios, dar a resposta alegre do Evangelho, como bem o chama a realizar o Santo Padre Francisco.

“Urgências na ação evangelizadora” – se apresentam para fidelidade ao Evangelho – Boa Nova em Jesus para toda a humanidade – e fidelidade à Humanidade amada por Deus e ao nosso mundo que, mesmo em dores de parto, anseia pela salvação. Estas urgências se iniciam no interior mesmo da Comunidade Eclesial que precisa de maior autenticidade e fidelidade na resposta à graça recebida do Senhor e da qual é portadora para todo o mundo. Assim continuam urgindo na vida da Igreja: a saída em missão permanente, vida iniciada e crescente no seguimento de Jesus, fundamentada na vivência, anúncio da Palavra de Deus, testemunho de verdadeira comunhão e unidade para que o mundo creia, em serviço pela vida plena de todos em Cristo. São as 5 urgências da ação evangelizadora, não como opções estanques em si, mas como uma única realidade com 5 facetas que se completam e explicam mutuamente.

“Perspectivas de ação” – Surgem como maneira concreta de promover uma nova e incidente ação evangelizadora na direção das mesmas 5 urgências. A meta será que: “EVANGELIZAR, a partir de Jesus Cristo, na força do Espírito Santo, como Igreja discípula, missionária, profética e misericordiosa, alimentada pela Palavra de Deus e pela Eucaristia, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, para que todos tenham vida, rumo ao Reino definitivo.” (Objetivo Geral)

Assim se conclui o texto das Diretrizes: “Planejar a pastoral não é um processo meramente técnico. É uma ação carregada de sentido espiritual. Por isto, todo processo precisa ser rezado, celebrado e transformado em louvor a Deus. Para tanto, são necessários evangelizadores “que se abrem sem medo à ação do Espírito Santo”, “que anunciem a Boa-Nova com uma vida transfigurada pela presença de Deus e que rezam e trabalham”.208 Confiamos à Mãe Aparecida o generoso esforço que será feito para a aplicação destas Diretrizes, como também os frutos que delas são esperados. Elas nos oferecem uma valiosa “chave de leitura para a missão da Igreja”209 no Brasil. Na fragilidade dos meios que dispomos, a presença atuante do Espírito Santo nos anima na missão evangelizadora, tornando possível a comunhão, fazendo crescer a fé e multiplicando os frutos de sua graça. A proximidade do terceiro centenário do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida, nos convida a “não desaprender” nem esquecer a sua lição e mensagem: “As redes da Igreja são frágeis, talvez remendadas; a barca da Igreja não tem a força dos grandes transatlânticos que cruzam os oceanos. E, no entanto, Deus quer se manifestar justamente através de nossos meios, meios pobres, porque é sempre Ele quem está agindo”.210 Nele nós confiamos! “Pela sua palavra” (Lc 5,5), lançaremos as redes!”

 

+ José Antonio Aparecido Tosi Marques

Arcebispo de Fortaleza

Uma resposta

  1. Boa tarde Dom José,com relaçao ao assunto evangelizar,sabe o que o Padre Marcelo Rossi publicou ontem no meu face,que cada ave maria rezada é uma chicotada nos inimigos.Ele parece mais com aqueles discípulos de Jesus que nao queriam seguir a DOUTRINA que Jesus ensinou,e Jesus teve o trabalho de curar um ato violento que um dos discípulos fizestes em um dos inimigos.

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