A Faculdade Católica de Fortaleza – FCF cria um Curso de Bacharelado em Filosofia no Instituto Penal Feminino Auri Moura Costa, em Aquiraz-CE,. A solenidade de abertura deu-se na manhã do dia 4 de abril. A iniciativa do curso e sua realização são da FCF, em parceria com a Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado do Ceará. O evento contou com a presença do diretor da FCF, Prof. Ms. Pe. Antônio Almir Magalhães, da Secretária de Justiça e Cidadania, Mariana Lobo. Também estiveram presentes: a defensora pública Aline Miranda, a coordenadora da Pastoral Carcerária do Ceará, desembargadora Celeste Aragão, a coordenadora do curso de Filosofia da FCF, Irmã Celeste, o diretor acadêmico da FCF, Pe. Evaristo Marcos, o diretor Administrativo Financeiro da FCF, Pe. Antonio Francileudo, a coordenadora de educação prisional, Magnólia Costa, a coordenadora de inserção social do preso e egresso, Keydna Carneiro, o deputado estadual, professor Teodoro, além das diretoras da unidade Analupe Araújo e Monica Damasceno, professores da FCF e demais colaboradores do IPF.
Das dezessete candidatas que participaram do processo seletivo, quinze foram aprovadas. As aulas se iniciam neste sábado, 6 de abril, nas dependências do Instituto Penal, das 16h às 19h, e ocorrerão três dias na semana durante três anos. A coordenadora do projeto, professora e psicopedagoga Márcia Bastos, comemorou o sucesso dos trabalhos realizados nesta primeira etapa, o que incluíram: articulação entre as Instituições, inscrições e preparação para o momento seletivo das detentas, vestibular e conclusão com a realização do ato solene de inauguração.
Na programação da solenidade de abertura foi incluso o momento de apresentação das instalações do Instituto Penal por parte de uma das diretoras, Analupe Araújo, assim como das louváveis ações de capacitação e ressocialização das detentas. Com muita satisfação disse o diretor da Faculdade Católica de Fortaleza, Pe. Almir Magalhães: “Ficamos felizes por todas as iniciativas que vemos aqui em benefício dessas pessoas que, no momento, vivem esta privação. A isto se soma, e com um elevado significado, o Curso em Bacharelado em Filosofia, possibilitando que cada momento seja de construção existencial com garantias de uma nova vida pela frente”. Já a coordenadora do Curso, Profa. Dra. Maria Celeste, esclareceu que “a filosofia permitirá que as alunas reflitam sobre o sentido da vida e sejam assim despertadas para novos sonhos e realizações, sobretudo como pessoas críticas e construtoras de um mundo melhor”.
O nigeriano e ex-detento do Instituto Penal Olavo Oliveira 2, Cornelius Ezeokeke, que participou do primeiro Curso Superior ofertado de 2006 a 2010, também pela Faculdade Católica de Fortaleza, falou a todos os presentes da importância deste acontecimento histórico: “É possível as pessoas mudarem, sou um exemplo disto. Iniciativa como esta deve despertar a rede de solidariedade de outras pessoas e instituições, pois a educação e oportunidades de reconstrução salvam vidas que hoje muito precisam”.
Nas palavras da Secretária de Justiça e Cidadania, Mariana Lobo, foram muitos os elogios à Faculdade Católica de Fortaleza: “Agradeço a todos que fazem esta Instituição de Ensino Superior, na pessoa do Sr. Pe. Almir Magalhães, pois vemos o quanto vocês acreditam no Sistema Penitenciário porque acreditam que essas pessoas podem ter uma nova história de vida. Eu confesso que valeu a pena os nossos e os vossos esforços para que este acontecimento se tornasse realidade.”
Na conclusão da Solenidade os documentos do Convênio entre Faculdade Católica de Fortaleza e Secretaria de Justiça e Cidadania foram assinados pelos representantes legais e demais pessoas competentes.
Por Comunicação da FCF
Uma resposta
Fui convidado a proferir palestra ontem, 28 de novembro de 2014, no Instituto Penal Feminino para as 4 mulheres que estão atualmente cursando Filosofia em regime fechado (algumas das que começaram o projeto já estão em liberdade e frequentam a FCF). A reflexão girou em torno da origem societária da moral e da consciência moral individual enquanto 'super-ego', por um lado, e a origem transcendente dos saltos qualitativos nessa consciência ao longo da história da humanidade. O nível intelectual e reflexivo revelado nas intervenções das estudantes foi impressionante e inspira grandes esperanças. Devo sublinhar fortemente o mérito da coordenadora pedagógica do projeto, profª Márcia Bastos, cuja luta incansável pela recuperação das "meninas" e contra os entraves burocráticos da máquina estatal chega a tocar o sublime. Sinto-me gratificado por poder participar dessa experiência.