Inspirados em São Francisco de Assis, missionário do encontro, do diálogo e da paz, que os homens e as mulheres de boa vontade jamais relativizem a revelação divina, vendo o papel do Espírito Santo a iluminar os seres humanos, apontando a verdade na sua plenitude, no sentido mais completo que o Evangelho quer nos ensinar, derramando em nossos corações seu Espírito, o de progredir no caminho da caridade. À luz da Palavra de Deus, que nossa fé seja a resposta generosa de um Deus que quer se manifestar e se revelar; ao mesmo tempo, quer nos oferecer as condições de ler e perceber, nos sinais dolorosos do mundo, as angústias e os sofrimentos pelos quais passa a humanidade.
Que o Pobrezinho de Assis, doce irmão de todas as criaturas, na sua comovedora ternura, nos certifique do valor absoluto, que leva a penetrar em profundidade no mistério da morte e ressurreição de Jesus, visível nas criaturas de Deus, como templos verdadeiros, pela promessa divina, a respeito do nosso destino aos que Deus depositam sua confiança. É o Espírito Santo que dá ao ser humano, longe do espírito do mundo, a compreensão dos mistérios divinos, fazendo conhecer os segredos de Deus consolador, e mais preparada fica a pessoa a acolher seus dons, ensinando-lhe todas as coisas (cf. Jo 14, 26).
O Espírito de Deus, a partir da Laudato Si’, está no contexto do nosso mundo em crise, no fechamento de uma grande parcela da humanidade. Como seria maravilhoso explodir o coração das pessoas, traduzidas e inspiradas em São Francisco de Assis, num único desejo: a restauração do mundo! Que, sensibilizados, possamos dizer incessantemente: “Ensinai-nos a descobrir o valor de cada coisa, a contemplar com encanto, a reconhecer que estamos profundamente unidos com todas as criaturas no nosso caminho para a vossa luz infinita. Obrigado, porque estais conosco todos os dias! Sustentai-nos, por favor, na nossa luta por justiça, amor e paz”.
Quão preciosa, como patrimônio e dom para a humanidade, é a vida de Francisco de Assis, que, com sua “loucura divina”, arquitetava uma nova forma de convivência humana! Ele perseguiu, de modo obstinado, a paz que vem de Deus como dom e graça, numa nova forma de convívio social, tendo por base a fraternidade. Que Deus nos dê a graça de ficarmos perto de seu ideal, proposta divina de justiça e paz, longe de contrariedades, angústias e ilusões humanas! Assim seja!
*Pároco de Santo Afonso, Blogueiro, Escritor e integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza