Bissau (RV) – A morte do Presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá, gera novas preocupações num país marcado pela instabilidade política.
O Presidente guineense tinha 64 anos e estava internado no hospital militar de Val-de-Grâce, em Paris, desde o final de novembro do ano passado. Não foi divulgada a doença de que padecia, mas há indicações de que sofria de diabetes e de problemas cardíacos.
Já com Sanhá ausente, em 26 de dezembro passado, ocorreu em Bissau uma ação militar contra a sede do Estado Maior e duas outras unidades, que culminou com a detenção do chefe da Armada, Bubo Na Tchuto. Um membro das forças de segurança foi morto e outros três ficaram feridos. O Governo qualificou o sucedido de “tentativa de golpe de Estado”.
Também em dezembro, a embaixada dos Estados Unidos em Dacar, no Senegal, chegou a alertar os cidadãos norte-americanos na Guiné-Bissau para “um potencial aumento da instabilidade política” devido às notícias sobre o estado de saúde de Sanhá. Redes internacionais de narcotráfico têm aproveitado a fragilidade do Governo da Guiné-Bissau e a corrupção para transformar o país numa plataforma de tráfico de cocaína da América Latina para a Europa.
A presidência interina deve, segundo a Constituição, ser assumida por Raimundo Pereira, presidente da Assembleia Nacional. As eleições presidenciais devem realizar-se no prazo de 90 dias.
O Governo decretou sete dias de luto nacional. As autoridades aguardam pela chegada do corpo, proveniente de Paris, para proceder à cerimônia fúnebre.
A Igreja Católica no país lamentou a morte do Presidente, e espera que esta perda seja vivida de maneira positiva, como oportunidade de renovação. A Rádio Vaticano entrevistou o Bispo Auxiliar de Bissau, Dom José Lampra Cá.
Fonte: Rádio Vaticano