Imagem: Arquidiocese de Uberaba
O ano de 2024 teve abertura há poucos dias, e com ele inicia a campanha Janeiro branco, que nos adverte para os cuidados com a saúde mental e emocional da população, a partir da advertência das doenças decorrentes do estresse, como ansiedade, depressão e pânico. As doenças mentais podem ser originadas por uma série de fatores, como genética, estresse, abuso de substâncias e traumas. Nesse rol entram também os transtornos de humor, esquizofrenia e o transtorno bipolar.
Inclusive existe um entendimento entre cientistas sociais, filósofos e psicólogos sociais de que a religião é um importante agente de significados e ordenamento da vida, sendo fundamental em momentos de maior repercussão na vida das pessoas. Para a Igreja Católica, bem como para os países protestantes, a internação representa, sob a forma de um modelo autoritário, o mito de felicidade social: uma polícia cuja ordem seria inteiramente transparente aos princípios da religião, e uma religião cujas exigências seriam satisfeitas, sem restrições, nas regras da política e nas coações como que se pode armar.
Segundo a OMS, o domínio de depressão na rede de atenção primária de saúde é 10,4%, sendo assim mais de 300 milhões de pessoas. Em casos mais graves, a depressão pode levar ao suicídio. Cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano – sendo essa a segunda principal causa de morte entre pessoas com idade entre 15 e 29 anos. A depressão situa-se em 4º lugar entre as principais causas de ônus, respondendo por 4,4% dos ônus acarretados por todas as doenças durante a vida. (OPAS; OMS, 2022).
Psicólogo Edmilson da Silva
Autor do artigo
Existe uma necessidade de políticas públicas voltadas para á saúde mental, pois desde antes de Cristo se tem dúvidas, questionamentos a cerca do que possa ser doença mental, loucura, ou outro tipo de comportamento do homem. Temos por objetivo apresentar programas, projetos da saúde mental nos dias atuais, fazendo assim um paralelo desde homem primitivo até a contemporaneidade. O adoecimento psiquiátrico não é um fato recente, a história apresenta inúmeros personagens que foram afetados em suas capacidades e faculdades mentais comprometendo os sucessos das suas carreiras e causando uma destruição nas suas atividades.
Na vida das pessoas que compõem a grande massa da sociedade está sendo cada vez mais comuns encontrar pessoas que adoeceram e tiveram o curso normal das suas existências comprometido seriamente pelas doenças psiquiátricas e psicológicas, alguns associados a outros fatores como a falta de tratamento ou um preconceito exagerado levando ao descaso ou falta de tratamento adequado, quando não às consequências extremas como a morte precoce ou autoextermínio. (CINTRA; CORREIA; NAKAO, 2019).
No princípio da condição humana até os dias atuais que existem problemas, alegrias, tristezas entres outras características que somente com o avanço da modernidade é possível perceber com um olhar diferenciado, hoje o que chamamos de saúde mental no passado pelo senso comum podíamos chamar de “loucura”.
O Janeiro Branco tem por missão ampliar a consciência, despertar, educar e desenvolver as pessoas em relação a como cuidar, proteger e gerenciar a Saúde Mental. Para alcançar esse objetivo, estabelecemos parcerias com instituições públicas e privadas interessadas em aprender e a ensinar as pessoas a investir em relações humanas mais saudáveis e em vidas com mais bem-estar emocional.
Com o advento da era da tecnologia me pergunto se estamos realmente vivendo a tão esperada pós-modernidade, quando encontramos indivíduos com comportamentos preconceituosos e moralistas a cerca dos inúmeros transtornos, tratando assim com “frescura” e ou minimizando o psicológico do ser humano, quando por exemplos nos perguntamos o que é a Felicidade? Nossa saúde mental é sem sombra de dúvidas uma característica de grande relevância da vida do homem. Esses sinais devem ser observados e respeitados, já que muitas vezes fazem parte de um processo individual de enfrentamento diante das dificuldades vivenciadas nesse cenário, não se constituindo necessariamente como um transtorno mental.
Com base em alguns desses dados vem o surgimento do janeiro branco que visa esse cuidado com a saúde mental e emocional, rompendo assim com esse preconceito que até bem pouco tempo era mais fácil negar essa atenção e cuidado com a saúde mental, vale alentar para todos os tipos de serviços inclusive o trabalho voluntário na igreja por exemplo, em que mesmo que para alguns esteja ligado a um compromisso de caráter espiritual é preciso tomar os devidos cuidados para não vir a ser acometido de uma sobre carga de atividades, chegando até mesmo a provocar crises que não cuidadas teriam graves sequelas, daí a importância e conscientização do cuidado com a saúde mental com forma de redução de danos para si e com os outros, cuide-se, peça ajuda, busque sua rede de apoio.
Referências
AMERICANA, Associação Psiquiátrica. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: dsm-5-tr. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2023.
DONADON, Mariana Fortunata; MARBACK, Roberta Ferrari. Transtorno depressivo maior. In: MORENO, André Luiz; MELO, Wilson Vieira. Casos clínicos em saúde mental: diagnóstico e indicação de tratamentos baseados em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2022. p. 17-30.
FLORIANO, LARA SIMONE MESSIAS et al. Saúde Mental e COVID-19 no Contexto Universitário [livro eletrônico] / Ponta Grossa: UEPG/PROEX, 2020. 29 p.; E-book PDF
FOUCAULT, MICHEL (1992). História da Loucura na Idade Clássica, Editora Perspectiva, 1972.
OPAS; OMS. Depressão. 2022. Disponível em: https://www.paho.org/pt/topicos/depressao. Acesso em: 19 janeiro 2024.
Produzido por Edmilson Monteiro Rodrigues da Silva – Psicólogo CRP 11- 20495.