Nós, juventudes reunidas no trezinho das Comunidades Eclesiais de Base realizado na diocese do Crato em preparação ao 13º Intereclesial, anunciamos a alegria de termos vivenciados a experiência da Justiça e Profecia a Serviço da Vida no Campo e na Cidade. Queremos, contudo, comunicar a todas as juventudes de todos os continentes que estarão presentes na Jornada Mundial da Juventude e no 13º Intereclesial de CEBs, que seguindo o testemunho do Cristo libertador possamos todos viver uma espiritualidade profética, que se torna visível na opção preferencial pelos pobres, na defesa da vida e na luta por uma sociedade do bem viver.
Assim, impulsionados pela profecia desta terra e dos mártires que na fidelidade ao Evangelho derramaram seu sangue pela causa do Reino, denunciamos:
• O atual modelo capitalista que movido pelo lucro que mata nossas juventudes, sobretudo, os negros e negras pobres, e assim, destrói a esperança da continuidade da vida que Deus nos deu.
• A falta de efetivação de políticas públicas específicas para os jovens do campo e da cidade.
• Os grandes projetos e mega eventos que com a máscara de “desenvolvimento” para o campo e as cidades, expulsam comunidades de seus territórios destruindo as culturas e tradições que historicamente se formaram.
Repudiamos:
• A redução da maioridade penal por entendermos que ela não resolverá o problema da violência, visto que a mesma tem causa na desigualdade social e na falta de oportunidade para o desenvolvimento de uma vida digna – “Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância” (Jo 10,10).
• A postura de políticos que se utilizam de bens públicos para alimentarem a ganância pelo dinheiro e a impunidade que favorece a prática de tais crimes – “Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro” (Dt 9).
Por tudo que foi explicitado afirmamos nosso compromisso em:
• Comungar da luta da juventude negra, indígena, camponesa, pescadores e quilombola, defendendo a sua identidade e territórios.
• Lutar pela democratização dos meios de comunicação como garantia de espaço e expressão popular, realizando um contraponto da grande mídia que distorce as mais diversas lutas sociais.
• Assumimos a defesa das mais diversas formas de amar como expressão do gesto em que Jesus acolhe a Samaritana (Jo 4), e assim, rompe preconceitos presentes em nós e na sociedade.
Nós, juventudes encantados(as) com o embalo das Comunidades Eclesiais de Base seguiremos firmes na caminhada rumo a uma sociedade em que todos (as) sejam protagonistas de uma nova história.