Leitura Orante: 8º Domingo do Tempo Comum

8º DOMINGO DO TEMPO COMUM: Evangelho Mt 6, 24-34
Tema: “O Cristão e sua coerência em servir a Deus e não ao dinheiro”

Invocação ao Espírito Santo
Em nome do Pai, Em nome do Filho, Em nome do Espírito Santo, Estamos aqui.
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar, estamos aqui, Senhor, a teu dispor.
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar, te aclamar, Deus trino de amor.

LEITURA: ( Verdade) O que diz o texto?
Proclamação da Palavra na Bíblia – Mt 6,24-34.
Observe as recomendações de Jesus, as palavras, os movimentos e tudo que envolve o texto.

MEDITAÇÃO: (Caminho) O que o texto diz para nós, hoje?

Passos da Leitura Orante

O capítulo 6 de Mateus é continuação do Sermão da Montanha, onde Jesus apresenta aos seus discípulos o seu programa de vida.

No evangelho de hoje, o tema central é o sentido cristão da providência e confiança.

As palavras de Jesus: “Ninguém pode servir a dois senhores. Porque, ou odiará a um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro”, As palavras de Jesus não precisam explicação, só necessitamos que elas ecoem em nosso coração e nos perguntemos com sinceridade a quem servimos, qual é o centro de atenção da nossa vida.

E como conhecedor do ser humano Jesus denuncia o outro senhor: “Vocês não podem servir a Deus e às riquezas”.

Essas palavras de Jesus se inserem na linha da luta contra a idolatria e defesa do primeiro mandamento (“não terás outros deuses diante de mim”).

Para Ele a riqueza pode converter-se num deus a que damos culto e que nos faz cair na idolatria.

Se olharmos ao nosso redor, veremos que esta denúncia de Jesus continua presente em nossa sociedade. Vivemos numa época na qual o ‘deus’ é o mercado, o poder, a ganância que se tornaram o absolutismo pelo material, as coisas terrenas.

Aqueles que não têm renda suficiente para entrar no jogo do mercado são excluídos. Assim assistimos ao abandono, ao esquecimento por parte do Estado, dos milhões de pessoas que vivem em situações da negação da dignidade humana Quem lembra quantas pessoas morreram pelos desastres acontecidos este ano no Brasil e no mundo?

Uma nova tragédia aérea voltou a abalar o mundo do futebol no ano de 2016, o avião em que viajava a equipe brasileira da Chapecoense caiu quando estava prestes a chegar ao seu destino, o aeroporto de Medellín,. No avião viajavam 77 pessoas, 71 morreram e seis sobreviveram ao acidente: dois membros da tripulação, três jogadores e um jornalista. Pelo que sabemos através dos meios de comunicação, que o desastre aconteceu por falta de combustível. São desastres que acontecem por ver somente o dinheiro, o capital humano é menosprezado.

Que diferente do Deus de Jesus, que se revela como um Deus que tem um amor incondicional por todo ser humano, por toda sua criação, mostrando também um amor preferencial aos pobres e pequeninos.

A quem nós servimos? Estamos caindo na idolatria do dinheiro, do deus mercado, do deus poder, do deus indiferente, do deus corrupção?

Segundo o Antigo Testamento, dá-se culto ao dinheiro de três formas:

– Mediante a injustiça direta (roubo, fraude, assassinato para ter mais). O dinheiro se converte no bem absoluto, acima de Deus, do próximo e de si próprio. Temos como exemplificação desta injustiça o caso da Raposa Serra do Sol, dos fazendeiros que encomendaram a morte da Ir. Dorothy e de tantos outros.

– Mediante a injustiça indireta, o egoísmo, que não prejudica diretamente o próximo, mas faz com que nos despreocupemos de suas necessidades. Infelizmente o ditado “cada um na sua, e o outro que se vire!” rege a maioria de nossas relações sociais.

– Mediante a inclinação pelos bens deste mundo, que nos fazem perder a fé na Providência. E obviamente essa inclinação nos leva ao acúmulo desmedido de bens, entrando na correria frenética do consumismo

Se nos esforçamos na construção de outro mundo onde prevaleçam relações de igualdade, de solidariedade, da ética, onde se lute pela justiça e pelos direitos de todos/as, onde se cuide com carinho de nossa mãe natureza, então: “Deus dará a vocês, em acréscimo, todas essas coisas”.

Crer na Providência não significa cruzar os braços diante das necessidades próprias ou alheias, mas evitar a angústia, confiando em que Deus nos ajudará através de nosso esforço e de outras pessoas.

São Paulo conceitua a providência:” Quando uma pessoa passa necessidade, os demais não pedem a Deus que a ajude; eles a ajudam. Assim o fizeram os cristãos da Grécia em favor dos de Jerusalém “(2Cor 8-9).

Jesus recomenda a confiança em Deus e a busca dos valores do Reino.

O que falam os bispos, em Aparecida “A alegria do discípulo é antídoto ( uma substância ou mistura que neutraliza os efeitos de um veneno), frente a um mundo atemorizado pelo futuro e agoniado pela violência e pelo ódio. A alegria do discípulo não é um sentimento de bem-estar egoísta, mas uma certeza que brota da fé, que serena o coração e capacita para anunciar a boa nova do amor de Deus. Conhecer a Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria.” (DAp 32).

ORAÇÃO: (Vida) O que o texto nos faz dizer a Deus?

Oração de Santo Inácio de Loyola
Tomai, Senhor, e recebei toda a minha liberdade e a minha memória também.
O meu entendimento e toda a minha vontade, tudo o que tenho e possuo, vós me destes com amor.
Todos os dons que me destes com gratidão vos devolvo. Disponde deles, Senhor, segundo a vossa vontade.
Dai-me somente o vosso amor, vossa graça. Isto me basta, nada mais quero pedir.

CONTEMPLAÇÃO: (Vida e Missão) Qual meu novo olhar, a partir da Palavra?
É um olhar de confiança a Deus? Quais são os valores que ocupam o primeiro lugar na minha vida? Como ajudo na construção do Reino de Deus?
Percebo a realidade quando somos sucumbidos pelo deus do dinheiro, do poder, da não ética?

BÊNÇÃO DE SÃO FRANCISCO
O senhor te abençoe e te proteja.
Mostre-te a tua face e se compadeça de ti.
Volva a ti o seu rosto.
E te dê a paz.
O Senhor te abençoe,
Pai, Filho e Espírito Santo.
Amém.

Elaboração: Padre Francisco Ivan de Souza e Haydée Bomfim Morais

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