Amados irmãos e irmãs em Cristo, o pão vivo descido do céu!
Estamos reunidos em torno da mesa da Palavra e do Santo Sacrifício para fazer memória do Senhor e de sua presença mais real e íntima dentro de nós – a Eucaristia.
A Igreja reserva um dia belíssimo como este para proclamar publicamente a fé na Eucaristia – Corpo e Sangue de Jesus. Neste dia santo e de guarda somos todos os felizes convidados para a ceia do Senhor que também nos convida a estendermos em nossas vidas o mistério celebrado!
Uma das funções ou necessidades mais fundamentais do ser humano é comer e beber! Sem esta condição a vida não pode ser mantida! Quanto mais no deserto onde a escassez de alimento e bebida é intensa. Nesta experiência, o povo de Deus é lembrado da presença e do auxílio de Deus que o libertou, conduziu, instruiu, alimentou, mas também o pôs à prova em sua fidelidade à aliança estabelecida. Quando necessário, por se tratar de um povo de coração fechado e cabeça dura, também o humilhou entregando-o à própria sorte. Entretanto a imagem mais marcante é a memória do povo que é alimentado no deserto com o maná (pão que caía do céu!) pelo próprio Senhor!
A experiência de alimentar-se é necessariamente uma atividade coletiva e porque não dizer comunitária. Como é triste alguém comer sozinho, parece até que o alimento não tem sabor nem a refeição o seu sentido. São Paulo Apóstolo nos lembra que a nossa refeição eucarística no corpo e sangue de Cristo é comum união com o próprio Senhor e com os irmãos também!
Nesta solenidade o Senhor apresenta-se para nós como “o pão vivo descido do céu” (Jo 6,51), sua carne, verdadeira comida e seu sangue, verdadeira bebida são o alimento que nos revigora e nos forma enquanto discípulos-missionários. É o alimento da vida eterna, onde pela fé os nossos sentidos são orientados e ordenados para percebermos no pão e no vinho, eucaristizados, o “pannis angélicus” – o pão dos anjos que se tornou pão dos homens que em sua grande riqueza tornou-se pobre para nos enriquecer e nos alimentar. Comendo e bebendo com o Senhor, permanecemos n’Ele, sua vida divina permanece em nós e nos tornamos no alimento que recebemos para a vida do mundo
Por tratar-se de uma “refeição festiva” ninguém deve ficar de fora, porém nós temos que avaliar bem se estamos de fato condizentes com o que vamos receber, não por causa de nós mesmos, mas pelo que recebemos – o próprio Senhor. É claro que estaremos sempre aquém, em dignidade; entretanto, o alimento sagrado que recebemos deve ser para a nossa salvação e não para ser motivo de condenação.
No coração da Igreja existe uma profunda dor pelos filhos e filhas que estão privados da comunhão eucarística, por alguma restrição pessoal, contudo será muito útil, pastoralmente, indicar a comunhão na Palavra (Proclamada e Explicada), pois é o próprio Senhor quem nos alimenta, como também na comunhão espiritual onde o nosso coração se une misteriosamente com o coração amoroso de Jesus Eucarístico.
Em Jesus o Bom Pastor e no Coração Imaculado de Maria.
Pe. Fernando Antonio Carvalho Costa