“A vida eterna é o prêmio de quem tem fé!”
Queridos irmãos em Cristo!
Celebramos neste dia 02 de novembro a comemoração do mistério pascal do Senhor na páscoa definitiva de todos os que nos precedem diante de Deus na eternidade. O dia de finados nunca deveria ser percebido como um culto aos mortos ou à morte. De forma alguma. Neste dia que precede a celebração de todos os santos (próximo domingo 06) intercedemos a Deus misericordioso e ao Senhor Jesus, justo juiz, por todos os nossos irmãos na fé que já experimentam a eternidade em suas existências e segundo a nossa fé e esperança na ressurreição suplicamos a salvação, o repouso em paz daqueles que segundo a nossa doutrina encontram-se no purgatório.
Quando Judas Macabeu e seus companheiros foram sepultar os corpos dos judeus mortos, “ele mesmo acreditava que havia um bela recompensa aguardava aqueles que morrem piedosamente, era esse um bom e religioso pensamento; eis por que ele pediu um sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres de suas faltas”. (2 Mac 12, 45-46)
Na liturgia desta celebração colocamos toda a nossa esperança em Deus assim como o piedoso homem de Deus Jó, que faz uma verdadeira profissão de fé desejando que suas palavras permaneçam sendo lembradas por muito tempo (cravadas na rocha para sempre!). A esperança de Jó como dos que têm fé está alicerçada na certeza de saber que o seu redentor vive e que o verá face a face. Esta espera não será em vão, pois assim com o salmista (Sl 26/27), reconhecemos que o Senhor é a nossa luz e salvação e com a sua presença divina não temos a quem temer!
Esta esperança, que jamais decepciona, foi semeada em nossos corações pelo Espírito que nos foi dado por meio do amor generoso de Deus em Cristo que morreu por nós quando ainda não éramos merecedores de tão grande graça!
No Evangelho de João, o belíssimo capítulo 6, vemos Jesus falando para as multidões que acolherá a todos os que forem enviados pelo Pai, pois esta é a vontade que o Pai espera do seu filho amado – como também de todos nós! Não perder nenhum para a morte eterna, mas conduzir a todos para a vida plena por meio da ressurreição é a meta de Jesus que neste evangelho nos deixa uma valiosa promessa: “toda pessoa que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna” (Jo 6,40). Portanto por meio da fé tomemos posse desta promessa já conquistada pelo sacrifício pascal do Senhor!
Nós que somos a “Igreja Militante”, atuando com a graça de Deus nas lutas do dia-a-dia, somos convidados a interceder pelos fiéis defuntos, a “Igreja Padecente”, a qual espera por meio da Eucaristia celebrada como oferta agradável aos olhos de Deus sejam reconduzidos para a realidade plena da comunhão com Deus, ou seja o céu.
Este é um momento privilegiado para apresentarmos a riqueza da doutrina e da catequese da Igreja quanto aos “novíssimos” do homem, ou seja as realidades últimas que fazem parte de nossa existência e que nos aguardam; a morte, o juízo, o céu, o inferno e o purgatório.
Brevemente apresentaremos estas realidades no caso do purgatório este é uma das realidades que acontecem depois da morte. É um dogma de fé da Igreja e quem não o aceita, não pode se dizer completamente católico. Depois da morte, que é a separação do corpo e da alma, acontece o juízo particular. Ali, a alma é julgada por Deus e tem dois destinos: a eternidade feliz (o céu) ou a eternidade infeliz (o inferno). No céu só entram os puros, e a Palavra é muito clara: “Os puros de coração verão a Deus”. O purgatório, então, é espécie de “antessala” do céu. As pessoas que morreram arrependidas de seus pecados e se confessaram, não vão para o inferno. O que as leva para lá (para o inferno) é a culpa dos pecados, mas estes também tem as penas temporais, que é o estrago que ele próprio causou à pessoa, à sociedade e à Igreja como um todo. Então, essa pessoa tem de passar por um processo de “purgamento” (daí o nome purgatório; de purificação) para ver a Deus.
Portanto, intercedendo diante de Deus, por meio de Jesus em favor dos nossos falecidos e desejando que Deus seja tudo em todos, em Jesus o Bom pastor e Maria nossa mãe.
Pe. Fernando Antonio