Padre Geovane Saraiva*Que a Semana do Meio Ambiente ajude a conscientizar as pessoas de boa vontade da importância desse mesmo meio ambiente, da maravilhosa obra da humanidade, belo prodígio divino, que devemos não só contemplar e louvar, mas pensar de verdade na criação, com uma nova mentalidade, a partir do projeto do Criador e Pai, confiado ao homem: “E Deus viu que tudo que tinha feito era muito bom” (cf. Gn 1,10).
Quando alhures dissemos em artigo que toda civilização necessita de figuras exemplares, modelos e referenciais, que mostrassem concretamente ao mundo os grandes sonhos e utopias, os valores últimos e as motivações dos seres humanos, na sua relação e ação com Deus e seus semelhantes, com a natureza ou meio ambiente, aproximava-nos de uma inspiração. Parece até que antevíamos a grande novidade ou presente que o mundo acolheu carinhosamente, com a eleição do Papa Francisco, alertando-nos: “Nunca esqueçamos que o meio ambiente é um bem coletivo, patrimônio de toda a humanidade e responsabilidade de todos”.
Como decorrência do nosso batismo, é assaz necessário perceber e valorizar sempre mais a “Casa Comum” como local sagrado, como a casa da vida, habitação da humanidade. Convém buscar um diálogo sincero, no sonho de um mundo fraterno e solidário, no qual as pessoas saibam cuidar da referida casa. Foi pensando em uma vida com maior encanto na face da terra, no seu sentido mais largo e mais profundo, que o nosso querido Papa Francisco nos deu de presente, aos 18 de junho de 2015, a sua Encíclica, sobre o tema acima referido, o da ecologia, do meio ambiente, querendo nos dizer que somos chamados, na esperança, a cuidar do planeta.
Deus quer abrir a nossa mente e coração diante de gritos, dores e gemidos da terra, grande casa e mãe, A partir da assertiva do saudoso Pe. Libânio: “Rios e mares, antes gigantescos úteros de vida, que vêm sendo esterilizados pela poluição industrial, esgotos, sujeira produzida pelo ser humano. Se esquece de que a água, fonte de vida, transforma-se facilmente em uma das piores fontes de morte, ao transmitir doença. Por ela navegam germes de morte até os confins da terra”.
*Pároco de Santo Afonso, Jornalista, Vice-Presidente da Previdência Sacerdotal, integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza – [email protected]