Confira a íntegra da mensagem da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, dirigida aos membros da Conferência Nacional dos Institutos Seculares:
Brasília, 25 de janeiro de 2013
Caros amigas e amigos,
membros da Conferência Nacional dos Institutos Seculares – CNIS,
Tenho sede!
A Igreja celebra, no dia 02 de fevereiro, a Solenidade da Apresentação do Senhor. Em muitos lugares, ela faz memória litúrgica dos títulos marianos que nos levam a experiência de encontro com o próprio Jesus Cristo. Nesta mesma ocasião, celebra-se também o dia a Vida Consagrada Secular. Como no mês de agosto, enviamos uma mensagem especial aos Religiosos e às Religiosas, queremos agora lembrar e saudar, de maneira particular, todos os membros da Conferência Nacional dos Institutos Seculares.
Como orientava o saudoso Beato João Paulo II: “muito além de um projeto pessoal, a Vida Consagrada é, antes, uma iniciativa de Deus, a qual é complementada pelo “sim” de cada homem e mulher escolhidos. Pessoas que deixam suas vidas profissionais e familiares, seu futuro no mundo, em vista da renúncia de si mesmas, na vivência de votos evangélicos, em exclusivo seguimento de Cristo, a serviço da Igreja na evangelização, intercessão e promoção da dignidade humana; a estes a Igreja chama de consagrados”.
Entre estes, destacamos os membros dos Institutos Seculares que escutam o silêncio e a voz de Deus nos sulcos da história. Sendo, portanto, uma vocação que ainda precisa ser descoberta, conhecida e valorizada em nosso país, os membros dos Institutos Seculares são sinais da presença amorosa de Deus onde estão. Trabalhando em diversos seguimentos da sociedade, em funções diversas, situações inúmeras, são como “sal e luz”, com as seguintes missões: ajudar o mundo a viver e experienciar uma proposta de Deus; descobrir “um algo a mais” que motiva entregar a vida e descortinar o limiar da esperança, no seguimento e no oferecimento da vida. No mundo e na Igreja são homens e mulheres que, consagrando-se ao Senhor, consagram também a sociedade, a família, os amigos, o trabalho.
Conforme o Papa Pio XII, em seu motu proprio Primo Feliciter, toda a vida dos membros dos Institutos Seculares deve ser convertida em apostolado “que deve ser exercido, constante e santamente, por uma tal pureza de intenção, por uma tal intimidade com Deus, por um tal generoso esquecimento e abnegação de si próprio, por um tal amor das almas, que seja capaz de revelar o espírito interior que o anima e na mesma proporção o alimente e renove sem cessar”. Este apostolado “deve exercer-se fielmente não somente no mundo, mas de alguma sorte, a partir do mundo e, por consequência, por profissões e atividades, formas, lugares e circunstâncias correspondentes a essa condição secular”.
Mais recentemente, o papa Bento XVI ressaltou a vocação dos Institutos Seculares: “estarem no mundo, assumindo todos os cargos, com um olhar humano que coincida sempre com o divino, na consciência de que Deus escreve a sua história de salvação na trama dos acontecimentos da história” do homem. Inseridos na humanidade a caminho, inspirados pelo Espírito Santo, os homens e mulheres seculares consagrados têm a capacidade de “avistar, nos caminhos muitas vezes tortuosos dos acontecimentos humanos, a orientação para a plenitude da vida em abundância”. Santa e bela vocação e missão.
Por isto, com profunda sintonia com a Solenidade da Apresentação do Senhor, os Institutos Seculares encontram seu significado e missão: como Maria apresentar o Senhor Jesus Cristo, para que seja conhecido, amado e seguido na vida cotidiana. O mundo tem sede de conhecer verdadeiramente a face de Deus. E só poderá apresentá-Lo quem o conhece. Eis, então, a missão dos Consagrados e das Consagradas: conhecer, encontrar e amar a Jesus para torná-Lo conhecido, encontrado, amado e seguido.
Nossa oração eu nosso agradecimento a todos vocês que vivem esta especial consagração. Que Nossa Senhora, Mãe das vocações, modelo de todos o que observam a vontade de Deus, interceda por todos e todas, homens e mulheres, que se entregam ao chamamento que o Senhor, em seu amor, faz a cada um.
Na caridade de Cristo, Bom Pastor,
Dom Pedro Brito Guimarães,
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral
para os ministérios Ordenados e a Vida Consagrada