Mês Mariano é tema do editorial de Dom José Antonio

É tradição católica muito arraigada no meio de nosso povo a devoção a Maria, Nossa Senhora, Mãe de Jesus, Mãe dos discípulos, Mãe da Igreja…

A matenidade de Maria têm seu fundamento no desígnio divino que foi se manifestando no decorrer de sua vida: desde o Anúncio de sua maternidade fecundada pelo Espírito de Deus e que colabora com o Mistério da Encarnação do Verbo Divino, o Filho do Altíssimo, até a maternidade que lhe confere o próprio Filho no Mistério Solene de Sua Morte e Ressurreição, quando, confiando a Ela o discípulo amado, a faz Mãe da Comunidade de Cristo, dos discípulos e da humanidade inteira destinada a ser Povo e Reino de Deus.

E desde então, o discípulo amado a tomou consigo, como o Apóstolo João relata no Evangelho. Alí , aos pés da cruz, Maria desabrocha a maternidade universal de toda a humanidade. E como foi instrumento divino para acolher o Filho do Eterno que se reveste humanidade no seio virginal de Maria, também será aquela que será instrumento para que se geste a humanidade renovada no Cristo que se faz Igreja, comunidade ungida pelo mesmo Espírito que fecundou o seio de Maria. Na humanidade deve ser formado o Cristo: nas pessoas e em sua comunhão coletiva.

Seguindo os passos da obra de Deus no Filho humanado, Maria, com sua resposta humana de criatura, abre o Caminho a toda resposta humana à Graça Divina da nova vida, novo nascimento do homem, da humanidade em Cristo Jesus.

Revela-se no caminho percorrido por Maria, o Caminho para todo homem, que sob a ação do Espírito de Deus se faz Homem Novo, Nova Humanidade no Amor.

“Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a Tua Palavra.” (Lc 1, 26-30 ) e discípula primeira diante da Palavra revelada, acolhedora e serva, espelha o discipulado de toda pessoa humana em sua abertura à Palavra, o Evangelho, e se força na carne humana a perfeita Imagem e Semelhança do Criador – amor no Amor.

A devoção a Maria, antes mesmo de ser confiança filial em sua maternidade, é vivência de suas feições maternas na resposta aos desígnios divinos.  Seja nos momentos gozosos do recebimento do anúncio e dons do Senhor, na iluminação da vida com a Palavra e a Graça de Deus, nos compromissos de seguimento na Vontade do Senhor, nas dores e provas da vida, até à glória da participação na Ressurreição – vida do Homem Novo em Cristo, Ascenção à Vida Divina, Unção no Espírito de Deus Amor, elevação à Glória dos Céus, comunhão com o Eterno de Deus, participação plena na Herança do Pai com Cristo Rei do Universo.

Maria acolhe o Verbo que se encarna na natureza humana, torna-se Verbo vivido, e chama a segui-la no mesmo destino a humanidade criada para a Vida Plena no Amor Infinito de Deus.

A devoção a Maria não se exprime apenas como um lado sentimental da Fé, é um chamado divino a ver nos filhos expressas as feições da Mãe, a que mais que qualquer outra criatura concretizou as feições, a imagem e a semelhança divina na criatura.

Ó Maria, concebida sem pecado; ó Maria, que se faz perfeita vivência da Vontade do Pai do Céu; ó Maria, Mãe de Misericórdia; ó Maria, Espelho da Justiça Divina; ó Maria, rogai por nós que recorremos a vós, para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Amém.

+ José Antonio Aparecido Tosi Marques
Arcebispo Metropolitano de Fortaleza

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