Presidida pelo arcebispo dom José Antônio Aparecido Tosi Marques, a Santa Eucaristia lembra, ainda, os 41 anos de falecimento de dom Lustosa. A missa acontece na próxima sexta-feira (14), às 12 horas, seguida de uma exposição sobre vida e obra do ex-arcebispo de Fortaleza.
Amanhã, sexta-feira (14), será realizada, às 12 horas, na Catedral Metropolitana de Fortaleza, a Santa Eucaristia pela beatificação e canonização de Dom Antônio de Almeida Lustosa. A celebração litúrgica, presidida pelo arcebispo de Fortaleza, dom José Antonio Aparecido Tosi Marques, lembra, ainda, os 41 anos de falecimento do dom Lustosa. Padres salesianos participarão da missa em homenagem ao ex-arcebispo, por sinal da Congregação Salesiana.
Em seguida, os fieis participarão de uma visita à Capela do Ressuscitado, na cripta da Catedral, onde dom Lustosa está sepultado. Na ocasião, haverá um momento de oração e depois a abertura da exposição da vida e obra do religioso.
A missa marcará também os 16 anos de luta da Comissão de Apoio à Causa de Beatificação e Canonização de Dom Antônio de Almeida Lustosa. A comissão surgiu em 1999, quando dom José Antonio, diante de um grupo que organizava a celebração litúrgica dos 25 anos de falecimento de dom Lustosa, decidiu que era o momento de resgatar a “memória desse homem”.
De acordo com a Irmã Margarida Maria Sales, da Congregação Josefina, uma das fundadoras da comissão, o grupo surgiu para revitalizar o processo de canonização do religioso, que havia sido instaurado em 1993. Recentemente, a Congregação Salesiana recebeu a informação de que está avançado o processo de beatificação de Dom Lustosa, com sinalização para ser oficializado em 2016.
Beatificação e canonização
A ideia de instaurar um processo canônico em vista da canonização de dom Antônio de Almeida Lustosa, partiu de monsenhor Francisco Pinheiro Landim, que, durante 15 anos, foi secretário particular do religioso.
Mediante as providências legais dos órgãos competentes junto a Santa Sé, o cardeal dom Aloísio Lorsheider, então arcebispo de Fortaleza, e o inspetor salesiano para o Nordeste, padre Osinir Nuvens Linard assumiram a ideia do monsenhor Landim. Em dezembro de 1991, emitem convite oficial para uma missa a ser celebrada no dia 11 de fevereiro de 1992, quando se daria início o processo canônico de dom Antônio de Almeida Lustosa.
Reunida a documentação exigida por lei, dom Aloísio consulta parecer do Regional Nordeste 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) a respeito da introdução da causa.
No dia 28 de abril de 1992, os bispos se pronunciaram de pleno acordo que se instaurasse o processo. Como dom Lustosa faleceu em Carpina-PE, a jurisdição deveria ser na Diocese de Nazaré da Mata. Para a causa ser instruída na Arquidiocese de Fortaleza foi requerido o foro daquela Diocese para a Arquidiocese de Fortaleza. No dia 29 de abril de 1992, Dom José Tobias de Freitas atende a instância feita e concede a transferência do foro. Tornada competente, dom Aloísio faz a consulta a Santa Sé para a introdução da causa no foro canônico da Arquidiocese, e em 3 de julho de 1992 é concedido pela Santa Sé o “Nada Consta”. Atendida a lei canônica em seus requisitos preliminares para o procedimento processual a ser instaurado na Arquidiocese de Fortaleza, em 4 de novembro de 1992, o R.P Raimundo Pascoal Liberatore, postulador geral, sacerdote salesiano, confere a padre Raimundo Benevides Gurgel, o mandato procuratório de Vice Postulador, a quem compete os cuidados pela tramitação do processo.
Com o decreto do dia 9 de março de 1993, dom Aloísio introduz a causa de canonização de dom Lustosa, e ordena que se abra o processo de vida, virtude e fama de santidade do religioso. No mesmo decreto, delega poderes ao padre José Fernandes de Oliveira como seu juiz da causa – delegado. A causa de canonização foi introduzida no dia 14 de agosto de 1993, às 9 horas na Cripta da Catedral Metropolitana de Fortaleza.
Em abril de 1994, iniciou a instrução da causa emitindo atos processuais para depoimento e testemunhas. Do ano de 1994 a 1995, foram ouvidos os depoimentos de 128 testemunhas, bispos, cardeais, religiosos, presbíteros e leigos.
Concluída essa fase, no final de 1995, o processo sofre uma longa pausa para que os peritos em história e os censores teológicos preparem seus pareceres sobre as obras escritas por Dom Lustosa e analisem toda a documentação civil e religiosa, para ver se os mesmos possuíam algum ensinamento contrário à fé e aos bons costumes.
Em 1999, foi criada a Comissão de Apoio à Causa de Beatificação e Canonização de Dom Antônio de Almeida Lustosa, com o objetivo de resgatar a memória do religioso e revitalizar os pareceres históricos e teológicos sobre a vida civil e religiosa do bispo. Conforme recorda Irmã Margarida, coordenadora da comissão, o grupo foi “até ao meio do povo resgatar o testemunho dos pobres. E a memória ainda está muito viva no meio deles”, afirmou.
Em 2000, o juiz (padre) José Fernandes de Oliveira recebeu todos os novos testemunhos. No segundo semestre de 2001, foi feita a visita à casa religiosa em Carpina e à Capela do Ressuscitado, na Catedral de Fortaleza, onde repousam seus restos mortais.
Concluída as exigências impostas por lei, a tarefa já foi concluída. No dia 14 de agosto de 2001, foi celebrada uma missa solene de conclusão, presidida pelo arcebispo dom José Antonio, seguida de uma sessão de encerramento do processo e o seu envio a Roma.
Dom José Antonio provisionou, em fevereiro de 2004, a Comissão de Apoio à Causa de Beatificação e Canonização de Dom Antônio de Almeida Lustosa. “A provisão deu a condição de a comissão ir a qualquer paróquia, como representante da Arquidiocese. Para trabalhar pela causa nas paróquias, precisávamos da autorização da Diocese. Isso facilitou o nosso acesso e, consequentemente, a causa”, explica Irmã Margarida.
A comissão continuou o trabalho pastoral de divulgar a causa de canonização de dom Lustosa e de resgatar a memória do religioso. Em 2007, veio uma documentação de Roma pedindo graças e milagres alcançados por intercessão de dom Lustosa. Novamente a comissão caiu em campo para pesquisar as graças e milagres, por intercessão de dom Lustosa.
O dossiê (Position) sobre o processo de Dom Lustosa foi concluído em setembro de 2008. O padre salesiano Antonio Silva Ferreira enviou a Comissão dos Santos no Vaticano. Baseado no inquérito diocesano, o documento relata as virtudes do religioso. Contudo, Roma pediu para reformular o documento, que era muito extenso, deixando-o mais resumido.
Um ano depois, em 2009, a comissão documentou várias graças e milagres creditados a dom Lustosa. No ano seguinte, a comissão enviou à Roma outro milagre, dessa vez de uma menina curada do calazar.
Faltando o Postulador, nomeado responsável para acompanhar o processo de canonização, o processo ficou parado em Roma.
Em 2012, a comissão entrou em contato com Roma e falou com padre Pierluigi Cameroni (então Postulador da Causa Geral dos Santos), que assumiu a causa de dom Lustosa.
Em março de 2015, padre Natale, visitador de Roma (cuja função é visitar as comunidades salesianas), trouxe informação importante sobre o processo de beatificação e canonização de Dom Lustosa. O visitador afirmou que o trâmite do processo está avançado e sinalizou que a beatificação do antístite, pelo papa Francisco, será oficializada em 2016.
Sobre Dom Lustosa
Dom Lustosa (1886-1974) foi um dos salesianos mais importantes na implantação e difusão do carisma de dom Bosco no Brasil. Após ter sido diretor em Lavrinhas (SP), foi nomeado bispo de Uberaba, aos 39 anos de idade. Mais tarde, foi transferido para a Diocese de Corumbá, depois para Belém (PA), e Fortaleza. Ficou conhecido como “bispo da Justiça Social” por sua atuação pastoral.
Dom Lustosa foi arcebispo de Fortaleza durante 22 anos (1941-1963), gerindo as ações litúrgicas da arquidiocese, tanto na ação religiosa, como social. Na catequese se destacou na criação das capelanias, formando quadro de capelães militares nas Forças Armadas.
Criou a Cripta da Catedral, dedicada aos santos jovens, com referência para a juventude, entronizando Jesus adolescente como padroeiro da Juventude do Ceará. Além de autor de livros, escreveu para jornais da época. Assumiu a cadeira do Instituto Histórico do Ceará. Na área social, criou hospitais, escolas, centros odontológicos, além de inúmeras ações cristãs.
Durante todo seu ministério, Dom Lustosa viveu intensamente o lema de Dom Bosco. Da mihi animas (Dai-me almas). Em 1963, após 38 anos de atividade como bispo, ele se retirou à casa salesiana de Carpina, onde passou os últimos 11 anos de sua vida. Morreu em 14 de agosto de 1974.
Comissão
Equipe fundadora: Irmã Margarida Maria Sales (Josefina); Maria Zenaide Oliveira; José Olavo Rodrigues; Nildes Alencar de Lima; Padre Raimundo Ricardo; Dr. Vinicius Barros Leal (in memoriam); Dra. Lyrisse Porto.
Ampliação da comissão: Padre Rondon Andrade; Conceição Rodrigues; João do Carmo Filho e Lucineide do Carmo; Francisco Felipe Filho; Maria do Socorro Porto; Irmã Mariinha (Josefina); Shirley Vasconcelos; José Castelo Branco Filho; Wilson Júnior; Zilda Santos; Dra. Leda; Olga Paiva; Padre Antônio Gomes; Padre Francisco Demontier; Padre Valdemar; Irmã Neiva (Salesiana); Sueli Renata Sampaio; Marcus Vinícius Araújo; Criseida Santos; Carlota Pereira Souza Leão; Ceci Lustosa; Iracema Medeiros; Padre Gilberto Silva; Padre Américo Vasconcelos; Claudia Távora (in memoriam); Maria José Oliveira (in memoriam).
Serviço
Missa alusiva a Dom Lustosa
Data: 14 de agosto de 2015
Horário: 12 horas
Local: Catedral Metropolitana de Fortaleza
Exposição vida e obra de Dom Lustosa
Data: 14 de agosto de 2015
Horário: 13 horas
Local: Catedral Metropolitana de Fortaleza – Capela do Ressuscitado
Mais informações para a imprensa
Irmã Margarida: (85) 9.9705-6932
Marcus Vinícius: (85) 9.8770-3111 / 9. 9617-4097
Cely Fraga: (85) 9.8886-1300
Sala Dom Lustosa: (85) 4005-7885