Missão é partir até aos confins do mundo

Padre Geovane Saraiva*

Para renovar o ardor missionário, num despertar e reavivar da fé e da consciência batismal do povo de Deus, no que diz respeito à missão da Igreja, o Papa Francisco convoca todos para o Mês Missionário Extraordinário, neste mês de outubro de 2019, com o tema: “Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo”. Ele interpela que somos todos convidados a reavivar o dom da fé dos cristãos e, ao mesmo tempo, abrir nossos corações à missão da Igreja, inspirados no mandato de Nosso Senhor Jesus Cristo: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16, 15).

Deus convida a não nos desanimarmos, numa renovada confiança, mesmo nas angústias e situações difíceis da vida. O Sacramento do Batismo, por nós recebido, quer significar força (ânimo, vigor) no reconhecimento da fé verdadeira, numa vida com as chamas da esperança, levando-nos a alcançar o que é impossível, não com as nossas próprias forças, mas na complacência divina, destruindo e eliminando o mal na face da terra. Nossa disposição é a de unirmo-nos a Jesus de Nazaré, no poder de sua graça e na força de sua palavra, buscando alcançar sempre mais a humildade, pela vontade de Deus, no serviço dadivoso, e sermos enviados para, com Cristo, instaurar o Reino de Deus, que nunca terá fim.

O santo maior deste mês, Francisco de Assis, no seu casamento com a senhora pobreza, contou com a clemência e a indulgência daquele que o considerava sua herança e sua taça. Ao vencer a repulsa que sentiu quando viu o leproso, no gesto de beijá-lo, a partir desse momento, se tornou duradouro o propósito de atender a todos os enfermos que doravante os encontrasse. Esta é a Igreja em saída, que mais e mais quer ser inclusiva, no desejo do Papa Francisco. Que ela, magnanimamente, saiba acolher a feliz convocação do Mês Missionário Extraordinário do Augusto Pontífice.

Que, com Dom Helder Câmara, na esperança de logo vê-lo beatificado, não esqueçamos de dizer: “Missão é partir, é não se deixar bloquear nos problemas do pequeno mundo a que pertencemos: a humanidade é maior. Missão é partir, mas não devorar quilômetros. É, sobretudo, abrir-se aos outros como irmãos, descobri-los e encontrá-los. E se, para encontrá-los e amá-los, é preciso atravessar os mares e voar lá nos céus, então Missão é partir até os confins do mundo”. Assim seja!

*Pároco de Santo Afonso, Blogueiro, Escritor e integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza

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