Cardeal Pedro Rubiano Sáenz (Vatican Media)
O purpurado foi arcebispo da capital e presidente por muito tempo do episcopado de seu país entre a década de 1990 e início dos anos 2000. João Paulo II entregou-lhe o barrete cardinalício em 2001
Vatican News
O Papa Paulo VI o nomeou bispo em 1971, quando ele tinha apenas 38 anos, e a Igreja colombiana se enriqueceu com ele com uma nova figura de pastor atento às mudanças em seu país, nas décadas duras e sangrentas da guerra interna entre o governo e as milícias Farc (Forças armadas revolucionárias da Colômbia) e Eln (Exército de libertação nacional) e a luta entre os cartéis do narcotráfico. O ministério do cardeal Pedro Rubiano Sáenz, nascido em Cartago em 1932 e falecido esta segunda-feira, 15 de abril, aos 91 anos, começou como um jovem seminarista no Seminário Popayán e como estudante de teologia na Universidade canadense de Laval em Québec. Ele percorreu o continente entre o norte e o sul para se especializar em catequese e na Doutrina Social da Igreja, até sua ordenação sacerdotal em Cali, em 1956.
Trabalho pela paz no país
Suas primeiras experiências pastorais o formaram em várias frentes. Foi pároco, fundou duas paróquias, foi tesoureiro e vigário episcopal, até receber de Roma a nomeação para bispo de Cúcuta. Tornou-se arcebispo em 1983 e, em fevereiro de 1995, foi chamado para a condução da sede primacial, a Arquidiocese de Bogotá. Durante esses anos, seus compromissos no episcopado colombiano se multiplicaram, do qual mais tarde se tornou vice-presidente e depois presidente por dois períodos sucessivos, de 1990 a 1996 e depois de 2002 a 2005. O purpurado – João Paulo II, nesse meio tempo, o criou cardeal em 2001 – intensificou seu trabalho pela pacificação do país, e suas declarações preocupadas não raro ressoaram diante da deriva violenta registrada nos noticiários. “Estamos tristes e preocupados”, disse ele em 2005, “com os atos criminosos que são registrados todos os dias: homicídios, mortes violentas, assassinatos direcionados nas cidades, jovens mortos em estádios, crianças inocentes espancadas e estupradas… todos os eventos sangrentos” que “nos colocam como um dos países onde a vida humana é menos respeitada”.
Os últimos anos
Anteriormente, ele também havia lidado com o fenômeno da migração, com seu trabalho na Comissão Católica Internacional para Migração e Refugiados, e sua ação pastoral o levou a criar o Banco de Alimentos Arquidiocesano, que beneficia milhares de pessoas todos os anos. De maio de 2003 a julho de 2007, atuou como presidente do Comitê Econômico do Celam (Conselho Episcopal Latino-Americano) e, em 2010, tornou-se emérito de Bogotá.
Com a morte do cardeal Pedro Rubiano Sáenz, o Colégio cardinalício fica agora composto por 237 cardeais, 128 dos quais eleitores e 109 não eleitores.