A Semana do Meio Ambiente quer ajudar a conscientizar as pessoas de boa vontade sobre a importância da obra da criação, bela maravilha da humanidade. Que nossa prece chegue ao Deus de bondade, presente em todo o Universo, sobretudo nas vossas pequenas criaturas, encorajando-as no cuidado com o meio ambiente.
De forma segura e inequívoca, somos convidados a olharmos, na ótica de Deus, para a vida do planeta, que é dom e graça, longe de toda e qualquer dicotomia, no seu todo. Urge um compromisso sempre maior com o mesmo mundo, feito para todos, mas que se tenha claramente a direção do equilíbrio, por ações que fiquem demonstradas, através de um desencadeamento, dentro do sonho do nosso bom Deus, naquele círculo virtuoso, o qual pede coragem, crescimento e avanço, no sentido de um mundo mais afável, respirável, justo e humano.
Não dispensemos Dom Helder Câmara, o Servo de Deus, seguidor de Jesus de Nazaré, que perseguiu na luta o dom maravilhoso da vida, ao buscar a fraternidade universal. Como nos faz bem recordar que ele sempre repetia que a persistência conduz os objetivos e os sonhos à realidade: “É graça divina começar bem, graça maior é persistir na caminhada, mas a graça das graças é não desistir nunca”.
Na ecologia humana é fundamental ver o homem como imagem e semelhança de Deus. A pessoa humana, na sua dignidade, é essencialmente sagrada aos olhos de Deus. O modelo atual de desenvolvimento, porém, se revela e acha muito natural descartar os mais pobres do nosso mundo. Considerar que eles poluem e degradam o meio ambiente é o mesmo que ofender e virar as costas para o Criador e Pai.
A força interior e a crença na vida e nas transformações, do Pastor dos Empobrecidos, nos ajudam também a pensar no planeta, a partir dos simples e humildes: “A maneira de ajudar os outros é provar-lhes que eles são capazes”. Fica mais que claro e evidente que sua espiritualidade é a do sábado da eternidade, no rumo da Nova Jerusalém, a ecologicamente completa, na esperança de paz. Isso nos faz pensar num mundo reconciliado e pacificado em Deus, fazendo novas todas as coisas (cf. Ap 21, 5).
Que Deus abra nossa mente e nosso coração diante de gritos, dores e gemidos da terra, grande casa e mãe, a partir da assertiva do saudoso Pe. Libânio: “Rios e mares, antes gigantescos úteros de vida, que vêm sendo esterilizados pela poluição industrial, esgotos, sujeira produzida pelo ser humano. Se esquece de que a água, fonte de vida, transforma-se facilmente em uma das piores fontes de morte, ao transmitir doença. Por ela navegam germes de morte até os confins da terra”. Paz e bem!
*Pároco de Santo Afonso, Blogueiro, Escritor e Colunista, integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza.