Continua em Roma o Encontro Internacional organizado pela Comunidade de Santo Egídio que se concluirá nesta tarde (25/10) com o Papa Francisco no Coliseu. Na segunda-feira, foram realizados muitos eventos dedicados ao diálogo inter-religioso e ecumênico, para dar testemunho da unidade de toda a humanidade em seu relacionamento com Deus
Michele Raviart
“A oração no Coliseu é um momento para recordar dos conflitos em todas as partes do mundo e não apenas a guerra na Ucrânia. O Papa Francisco usou o termo ‘guerra mundial em pedaços’ e se juntarmos todas essas peças, vemos um quadro desastroso da situação mundial. Queremos rezar para que este quadro possa ser recomposto de forma positiva com perspectivas mais serenas, especialmente para as gerações mais jovens”. São palavras de Sua Beatitude Pierbattista Pizzaballa, Patriarca de Jerusalém dos Latinos, em uma das conferências realizadas por ocasião do encontro internacional “O grito da paz”, organizado pela Comunidade de Santo Egídio que se concluirá nesta terça-feira à tarde (25/10) com a oração do Papa dentro do mais famoso monumento de Roma.
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Dom Pizzaballa: recuperar o sentido visionário da fé
O Patriarca de Jerusalém participou do fórum “Religiões, Diálogo e Paz”, que, como os outros eventos de preparação para a oração, foi realizado em Roma, junto com expoentes de outras confissões e religiões. “Infelizmente, no pensamento comum de hoje”, destacou, “o que se diz é que as religiões sejam uma causa de conflito. Isto é parcialmente verdade no sentido de que as religiões quando misturadas com a política se tornam um formidável instrumento de manipulação. Devemos recuperar o sentido visionário da fé religiosa, que é o de um encontro com Deus e assim reconhecer-nos como irmãos”.
Cardeal Koch: a primeira paz é a paz do homem com Deus
Neste sentido, reiterou o Cardeal Kurt Koch, prefeito do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos, “a oração mostra que a paz é sempre um dom de Deus, que somos os instrumentos para fazer esta paz, e que a primeira forma de paz é a paz do homem com Deus”. Todas as outras formas são consequências disso e é por isso que a oração pela paz é fundamental”. No seu discurso no fórum intitulado “Páscoa comum: do sonho à necessidade de unir o mundo”, falou sobre a oportunidade de um único dia para todos os cristãos celebrarem a Ressurreição, também sobre a guerra na Ucrânia cristã, “um sinal horrível para todo o cristianismo do mundo”.
Frei Alois: Papa Francisco servidor da paz
A oração “não pode ser vista”, contudo, é o grande recurso de mudança que todas as gerações por milênios tiveram à sua disposição: é uma força fraca indispensável para encontrar os caminhos da paz. É uma “raiz da paz”, de acordo com o título de um dos fóruns da conferência, com palestrantes cristãos, muçulmanos, judeus e budistas. “É importante rezar junto com o Papa Francisco porque ele é um servidor da paz, não só para os católicos, mas para a humanidade”, comentou o frei Alois, prior da comunidade ecumênica de Taizé; “há uma grande diversidade entre nós”, mas “na oração já existe uma unidade e com ela podemos antecipar uma paz que esperamos para o mundo”. No entanto, é preciso experimentar a unidade. Que esta unidade não permaneça uma teoria. Nós somos diferentes, não temos a mesma fé, mas Deus está presente para todos”.
FONTE: VATICAN MÉDIA