Em editorial mensal Dom José Antonio fala sobre a Páscoa de Jesus

É de São Paulo a afirmação lapidar: “Se Cristo não ressuscitou, a nossa pregação é sem fundamento, e sem fundamento também é a nossa fé.”(1Cor 15, 14)

Esta realidade fundamental é por nós vivida sempre, comemorada semanalmente em cada Domingo – Dia da Ressurreição do Senhor – e solenemente a cada ano no Tríduo da Paixão, Morte, Sepultura e Ressurreição – a Páscoa do Senhor.

Verdade tão extraordinária, única, admirável, definitiva, chamada mesmo de “Evangelho – Boa-Notícia” para toda a humanidade. E tudo o mais toma sentido a partir dela: Jesus é realmente o Filho de Deus feito Homem. E define para toda pessoa humana e a humanidade inteira o significado de sua existência e a meta de sua vida.

Este testemunho estonteante é que deu início a toda a aventura cristã na história do mundo, mudando o rumo de todas as coisas. Realmente é Ele, o Senhor e Deus Vivo, o Princípio e o Fim, que faz novas todas as coisas (cf. Apc 21,5 ss).

Quando se buscam de tantas formas a satisfação da religiosidade humana. Quando se procuram de tantos modos diminuir o significado e a importância do acontecimento que é a Pessoa de Jesus, com notícias pseudo-cientificas a seu respeito. Mais atual do que nunca é o chamado ao encontro de cada pessoa humana com Ele, o Senhor que é Vivo no meio de nós.

Também de São Paulo as palavras: “Irmãos, quero lembrar-vos o Evangelho que vos anunciei e que recebestes, e no qual estais firmes. Por ele sois salvos, se o estais guardando tal qual ele vos foi anunciado. A menos que tenhais abraçado a fé em vão… De fato, eu vos transmiti, antes de tudo, o que eu mesmo tinha recebido, a saber: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, foi sepultado e, ao terceiro dia, foi ressuscitado, segundo as Escrituras; e apareceu a Cefas e, depois aos Doze. Mais tarde, apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma vez. Destes, a maioria ainda vive e alguns já morreram. Depois, apareceu a Tiago, e ainda a todos os apóstolos; por último, apareceu também a mim, que sou como um aborto… Em resumo, é isso que tanto eu como eles temos pregado e é essa a fé que abraçastes.” (1 Cor 15, 1 – 11)

A esta experiência de vida somos chamados, tornando-nos discípulos de Jesus, seus seguidores. Dele recebemos a novidade de nossa existência, dEle que é o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14, 6).

Crer em Jesus Ressuscitado é entregar-se a uma verdadeira conversão de vida: seguir a Ele no acolhimento de Sua Palavra, na identificação de nosso ser com o Seu. A comunhão de vida com Ele é a comunhão com Deus, Seu e nosso Pai. A comunhão de vida com Ele é comunhão de vida entre nós – filhos e irmãos. Um novo modo de viver que é o Seu: rompimento com o pecado, adesão ao verdadeiro Amor, que é dom de vida.

Nasce uma nova humanidade congregada em Jesus, o Filho do Deus Vivo.

E de discípulos-filhos-irmãos uma missão, que perpassa toda a existência desta Família divina e humana chamada Igreja – a missão da Vida para todos na Verdade e no Caminho, que é o Senhor vencedor da morte no Amor.

Se somos chamados a uma renovação de vida na celebração anual solene da Páscoa, é a este fundamento que retornamos, entregando-nos totalmente a Ele. E desta força divina todos os povos terão a vida, já neste chão nosso abençoado e que dos filhos de Deus espera sua regeneração.

De onde poderá vir salvação senão de Cristo, o Senhor vencedor do mal e da morte? Para todas as pessoas humanas. Para a própria Terra em que vivemos e o Mundo todo, criatura de Deus.

De Jesus mesmo ouvimos: “Sem mim nada podeis fazer.”(Jo 15, 5)Do apóstolo Paulo ainda o testemunho: “Tudo posso naquEle que me dá força.” (Fil 4, 13)

+ José Antonio Aparecido Tosi Marques
Arcebispo Metropolitano de Fortaleza

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