Na homilia da Missa celebrada na manhã de ontem, dia 13, na Casa Santa Marta, o Papa Francisco exortou a ser valentes e atrever-se a aproximar-se de Jesus, a segui-lo, a abrir-se a Ele com fé. Frente a essa atitude de abertura, alertou sobre aquelas pessoas que, como os escribas, “olhavam para Jesus parados dos balcões, ‘olhando’ a vida, julgando os que seguiam Jesus e os consideravam pessoas ignorantes e supersticiosas”.
As pessoas seguiam Jesus por sua autoridade, pelas suas palavras, pelas “coisas que dizia e como as dizia. Ele também curava e muitas pessoas iam atrás Dele para serem curadas”, indicou o Santo Padre.
Pelo contrário, também havia os que, ante Jesus, fechavam-se, em vez de abrir-se a Ele. “Os parados! Os que ficavam à beira do caminho, e preferiam ficar sentados”.
“Ficavam sentados lá alguns escribas: estes não seguiam, olhavam. Olhavam do balcão. Não caminhavam na própria vida: ‘balconavam’ a vida! Justamente ali: jamais arriscavam! Só sabiam julgar. Eram os puros e não se misturavam. Também os juízes eram duros, não? Em seu coração: ‘Que gente ignorante! Que gente supersticiosa!’. E quantas vezes também nós, quando vemos a piedade das pessoas simples nos vem em mente aquele clericalismo que tanto mal faz à Igreja”, advertiu o Papa Francisco.
“Estes eram um grupo de parados”, continuou e se referiu àqueles que ficavam “amargurados pela vida, sem esperança, digerindo a própria amargura: também esses são outros parados, que não seguiam Jesus e não tinham esperança”.
Em seguida, estão as pessoas com fé, como aqueles homens de Cafarnaum, que “se arriscaram quando abriram o teto: correram o risco de que o proprietário da casa os acusasse, os levasse até o juiz e os fizessem pagar. Arriscaram, mas queriam ver Jesus”.
Também se arriscou “aquela mulher doente há 18 anos”, “quando secretamente só queria tocar a barra do manto de Jesus: arriscou sentir vergonha. Arriscou: queria saúde, queria chegar até Jesus. Pensemos na Cananeia: e as mulheres arriscam mais do que os homens, eh! Isso é verdade: são mais corajosas! E isso devemos reconhecer”.
Por isso, o Pontífice exortou a “seguir Jesus porque precisamos de algo ou seguir Jesus arriscando, e isso significa seguir Jesus com fé. Entregar-se a Jesus, confiar Nele e com esta fé na sua pessoa”.
O Papa finalizou sua homilia fazendo as seguintes perguntas: “Confio em Jesus, entrego a minha vida a Jesus? Estou a caminho atrás de Jesus, embora seja ridículo algumas vezes? Ou fico sentado olhando como os outros fazem, olhando a vida ou fico sentado com a alma ‘sentada’, com a alma fechada pela amargura, pela falta de esperança?”.